(2254 palavras)
SE EU dormir? Óbvio que não, eu disse que Deus me criou um cara ansioso. O médico veio até o quarto, me deu alta e mandou retirar toda aquela parafernalha. Minha mãe me ajudou, trouxe roupas pra mim, e quando saí do hospital, finalmente pude respirar aliviado.
Meu tio esperava nós dois do lado de fora, ele desceu do carro, me deu um abraço e chorou, chorou muito e eu entendia o motivo do seu choro, também gostaria que tivesse sido diferente para o Thiago.
Entramos no carro dele e fomos rumo a nossa casa...
— Mãe, e o papai, Felipe, Paula...?
— Seu pai ficou ajeitando umas coisas, o Felipe ficou ajudando ele e a Paula, está fazendo o almoço.
Quando o carro parou, meu tio foi o primeiro a descer, deu a volta rapidamente e abriu a porta pra mim. Eu ainda sentia o corpo estranho, passei duas semanas no hospital, as pernas ainda estavam fracas, ou pareciam que haviam esquecido como se caminhava.
Caminho devagar, apoiando o braço no ombro de minha mãe, enquanto ela segurava minha cintura com um braço e sua outra mão segurava a minha que estava por seu ombro. Meu tio levava a bolsa com coisas que minha mãe levou para mim no hospital, passou por nós dois e abriu a porta nos dando passagem.
— BEM-VINDO! - todos gritaram.
Estavam além do meu pai e minha irmã, o Felipe e os pais e minha avó. Os abraços começaram por meu pai e depois minha avó, seguidos dos pais do Felipe e minha irmã e por último, Felipe.
— Oi, Dango! - ele começou a chorar — Senti tanto a sua falta... - ele me abraçou outra vez e desta, ainda mais apertado.
Eu já disse que não sou fã de contato físico, nem abraços, mas nunca me senti tão acolhido e amado como naqueles abraços, como eu senti falta deles.
— Só não bato em você, porque tô fraco! - disse sorrindo.
— Você não bate em mim, porque você me ama, Dango.
— Felipe... eu quero ver a Laura, como ela tá?
— Primeiro, eu tenho uma coisa para te mostrar - ele me pegou pela mão e saiu me arrastando casa adentro, até o meu quarto. Quando chegamos de frente à porta, ele parou, respirou fundo e me sorriu — Fiz por você, mas agora tá na hora de você cuidar do que é seu.
Imaginei que a Laura estivesse sentada na minha cama para me fazer uma surpresa, mas a surpresa foi ainda maior quando ele abriu a porta e me pediu para entrar. Passei pela porta e notei um berço com um cortinado sobre ele... me aproximei devagar, vendo um bebê deitado no berço. Olhei para o Felipe que sorriu e se aproximou...
— Giovanni, eu te apresento, Gian Filippo, seu filho.
— O que? - abri o cortinado e olhei direito o bebê que dormia e estava com uma chupeta na boca e notei suas bochechas bem rechonchudas.
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𝕾ob o Véu
RomanceTrancado desde os seus 13 anos e não por seu desejo ou amor, mas por obrigação e para salvar sua vida e de quem ama. Seu maior desejo é sair de lá e viver uma vida normal como os jovens de sua idade. Porém, sabe que é muito arriscado e não quer co...