(1594 palavras)
O PLANO do delegado para prender os bandidos não deu certo. Não imaginei que o Ceifador estava um passo à nossa frente. E quando o Olho de peixe me mostrou o vídeo dele matando a Madre Luzia, não tive escolha a não ser seguir com eles. Não queria que mais ninguém morresse por minha causa.
Inicialmente eu pensei que eles iriam me tirar daquele antigo ginásio e me matariam em algum local, mas simplesmente não foi isso que aconteceu.
Me apagaram e quando acordei, estava encapuzado e com as mãos e pernas amarrados. Não sei quanto tempo eu passei sentado naquela cadeira, com aquele capuz na minha cabeça, só sei que foi muito, muito tempo.
— Acorda, moleque! - o capuz foi retirado e jogaram água na minha cara — Vou te dizer as regras para que tenhamos uma boa convivência.
— Me solta! - tentei puxar as mãos e ele sorriu.
— Primeira regra, nada de gritos, tentativas de fuga ou algo parecido que chame a atenção.
— O que você quer? Eu não contei nada, até porque estava mais empenhado em fugir de você.
— Bom garoto, mas a questão não é essa... eu percebi que matar você não seria uma boa coisa, eu... nós perderíamos muito com isso.
— O que quer dizer com isso?
— Você será nossa galinha dos ovos de ouro. Você vivo vale muito mais que morto, então minha intenção não é matar você, mas isso não me impede de matar todos ao seu redor...
— Eu não tenho dinheiro...
— Você não, mas sabemos de onde tirar... e vamos espremer até a última gota.
— E quando não tiver mais de onde tirar nada?
— Não se preocupe, temos um longoooo caminho pela frente - ele virou-se para um outro capanga e apontou para mim — Dê algo para ele comer, precisamos manter ele vivo... ahhh, dê água também.
O cara sorriu e saiu.
— Vou soltar suas mãos para você poder comer, afinal não vamos ser suas babás e dar comida na sua boca, mas já aviso para lembrar da primeira regra. Quer algo?
— Ir embora.
Eles riram.
— Isso, isso - ele deu tapinhas no meu ombro — mantenha o senso de humor e não me estresse, pois não vai me querer frustrado ou com raiva.
Ele piscou e saiu.
Fiquei completamente sozinho e olhei em volta, não havia nada, absolutamente nada... um pequeno basculante já quase próximo ao teto, mas era tão pequeno e tão alto que eu não conseguiria passar por ali. Apurei a vista e vi que havia uma espécie de vaso sanitário bem no canto, as paredes somente no cimento, sem móveis, cama, colchão, mesa... nada. Depois que eles saíram, deixaram somente a única lâmpada acesa que ficava no alto, no meio do teto e só iluminava onde eu estava. Tentei puxar minhas mãos ou meus pés e nada, percebi que não estava amarrado, estava algemado... três algemas, uma prendendo cada tornozelo na perna da cadeira e a última prendendo minhas mãos para trás. Tentei pensar em várias coisas e em como sair dali, se tinha modos de eu conseguir me soltar... mas só estava gastando energia.
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𝕾ob o Véu
RomanceTrancado desde os seus 13 anos e não por seu desejo ou amor, mas por obrigação e para salvar sua vida e de quem ama. Seu maior desejo é sair de lá e viver uma vida normal como os jovens de sua idade. Porém, sabe que é muito arriscado e não quer co...