第57章 (Cap. 57)

35 10 0
                                    

(1066 palavras)

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

(1066 palavras)


EU NÃO tinha muita noção de tempo ou horas... não sabia quanto tempo havia se passado desde a última vez em que estiveram aqui, eu estava sozinho há algum tempo, olhei para o basculante e pela coloração da luz que entrava por ele, devia ser tarde, meio da tarde ou início dela.

Sentia minha boca seca, me arrastei até uma garrafa d'água que havia no canto, depois que bebesse essa só me restaria mais duas. Comecei a beber a água e não demorou o sono chegar, deitei no colchão e fiquei olhando o teto e comecei a orar.

— Deus, tudo bem? Comigo não muito... saudades das puxadas de saco que eu lhe dava? Também sinto... Pai... - comecei a chorar — Por favor, me livre de todo esse sofrimento, nem que me leve para perto de ti, só não me deixe mais tempo aqui. Eu não sei o que fiz de errado, não sei o porquê estás me tratando assim, por que permite isso? Se fosse só comigo, eu aceitaria que poderia ser alguma punição por algo que fiz, que diga-se de passagem eu não me recordo, mas o senhor está acabando comigo e com minha família. Como permitiu que eles matassem a sua serva? Eu amava a Madre Luzia, você não? Quando eu chegar aí, vamos ter uma conversinha, de pai para filho...

Comecei a escutar algo como se fossem fogos de artifício, o som era longe, muito longe e eu estava piscando cada vez mais pausado, o sono estava tomando conta de mim outra vez.

— Como está a minha pequena? Eu sonho com as pintinhas dela, sabia? Pai... diz, diz o que eu tenho que fazer. Fala comigo, não deixa eu sentir que você me esqueceu... por favor...

Os fogos ficaram cada vez mais próximos, e comecei a ouvir vozes e gritos... tentei manter a mente focada, mas era muito sono...

Pouco depois, senti meu corpo sendo sacudido com violência, mas eu não reagia, não tinha forças e o sono era mais forte que eu.

[...]

Ouvia vozes, não conseguia formar uma frase que fizesse sentido pra mim, era muito distante. Comecei a sentir o cheiro forte, álcool talvez... as vozes ficaram mais próximas e tentei abrir os olhos, na primeira tentativa a vontade foi maior que a ação. Na segunda tentativa abri, mas havia uma claridade tão grande que tive que fechar os olhos outra vez...

— Ele tá acordando... filho? - era a voz da minha mãe, será que estou morto?

— Calma, ele vai voltar aos poucos.

— Filho, vai ficar tudo bem agora... - senti seus dedos em meus cabelos e então tentei uma terceira vez.

Abri os olhos e olhei na direção de sua voz, vi a imagem mais linda que poderia ver na vida, era minha mãe me sorrindo.

— M-mãe...

— Oi, meu filho - ela começou a chorar e eu também.

— Me tira daqui.

— Você está no hospital, meu amor. Eles estão cuidando de você, vai ficar tudo bem.

Aquilo era como um sonho, não demorou eu cair no sono outra vez, não sei quanto tempo passei desacordado, e tenho vagas lembranças... são como flashes, lembro de minha mãe segurando minha mão, lembro de médicos em torno da cama onde eu estava, lembro do meu pai conversando com alguém e fazendo carinho em minha cabeça...

— Quero ir pra casa... não gosto de hospitais e já estou aqui há dois dias.

— Filho, não... você já está aqui há uma semana - disse meu pai fazendo carinho em minha mão.

— Uma semana? - busquei na memória algo que me informasse essa passagem de tempo, mas não me recordava de nada.

E assim, passou-se alguns dias, o médico disse que eu estava um pouco desnutrido, já que perdi peso, me pediu para ficar no hospital por mais um tempo para recuperar um pouco de peso, eu não sou um cara forte ou gordinho, ao contrário, sempre fui uma tábua, mas dessa vez acho que meu corpo levou a sério e queria que eu virasse uma múmia.

No início eu me alimentava somente com coisas mais líquidas ou pastosas, depois passei a comer normal, ganhei peso rápido e só então o delegado veio conversar comigo.

— Como está, Giovanni?

— Vivo.

— Em primeiro lugar, eu gostaria de pedir desculpas por não ter resgatado você antes e ter permitido que eles acabassem te sequestrando.

— Eu estou vivo e minha família também. E os bandidos?

— Mortos, somente dois estão vivos, mas não oferecem perigo, já estão em prisões muito longe daqui.

— Quanto tempo, realmente eu passei sequestrado?

— Quase sete meses...

— O que?

— Volto a pedir desculpas a você e também à sua família.

— Dentre os bandidos presos, o Ceifador...

— Juarez, morreu na troca de tiros com a polícia. Só conseguimos encontrar você, pois demos uma boa prensa no Rodrigo e ele nos disse alguns possíveis nomes de comparsas e possíveis locais para os quais o Juarez poderia ter levado você.

Ele olhou para minha mãe que estava sentada em uma cadeira ao lado da cama, olhando depois para o soro descendo em gotas até o meu braço.

— O local em que você foi encontrado, seria muito difícil de encontrarmos sem ajuda. Era muito isolado, não havia vizinhança, ninguém escutava nada ou via nada de anormal... levamos muito tempo procurando pistas.

— Como conseguiram me encontrar?

— Graveto me disse nomes, vários nomes... muitos eram somente apelidos e de caras sem passagem pela polícia, então tive que investigar um por um, foi difícil. Daí, percebi que alguns estavam presos, outros mortos, então a lista foi diminuindo... até que chegamos ao Maicon Geison, não havia provas e nada contra ele, mas ainda assim deixei um policial o seguindo de perto, mas não tão perto assim, até que pegamos ele pagando um garoto para levar uma mensagem para sua família e no interrogatório, ele confessou onde você estava.

O delegado me contou que parte do dinheiro foi recuperada, mas nem todo ele. Meu tio não vendeu a mina, somente a parte nova que havia recém adquirido. E a parte do dinheiro que foi recuperada, quase toda ela era da irmã Maria.

Depois de uma longa e cansativa conversa ele saiu e eu resolvi falar sobre algo que me atormentava todos os dias, mas que não tinha conseguido chances de falar... minha carrapatinha.

— Mãe, por que o Felipe não veio me ver?

— Você verá o Felipe e a Paula amanhã, eles têm uma surpresa pra você.

— E a Laura?

— Amanhã você saberá de tudo.

— Amanhã  você saberá de tudo

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
𝕾ob o VéuOnde histórias criam vida. Descubra agora