(1898 palavras)
EU E LAURA estamos cada vez mais e mais próximos. Acordei naquela manhã, o sol já raiava, mas eu tinha certeza que ninguém além do Tonho, estaria acordado. Olhei para ela deitada dormindo com o braço sobre o meu peito, seu rosto ao lado do meu e senti que sua perna esquerda estava sobre o meu quadril e um fino lençol cobria nossos corpos da metade para baixo.
Retirei lentamente o braço que estava por baixo do pescoço dela, fazendo ela gemer manhosa e eu sorri. Apoiei minha cabeça em cima do meu punho fechado e meu braço estava dobrado, fiquei de lado para olhar ela melhor e eu sei que já disse isso outras vezes, mas minha carrapatinha cheirosa é muito linda.
Com os dedos da outra mão, comecei a retirar alguns fios que se jogaram sobre seu rosto, levando cada um para trás. Depois, comecei a traçar suas sobrancelhas, o contorno do seu rosto, seus lábios e quando fiz isso ela mexeu neles como se coçassem, me fazendo rir novamente. Depois comecei a ligar, com uma linha imaginária, como se eu desenhasse uma ligação em cada pintinha que ela tinha nas bochechas e sobre o nariz. Fui ligando uma pintinha a outra...
— Eu não sei quando vou ver você, depois que passar por aqueles portões, minha carrapatinha, mas de uma coisa eu tenho certeza, vou te levar comigo na minha memória. Eu quero te levar no meu coração.
E continuei por bons minutos fazendo carinho no rosto dela e gravando a posição de cada pintinha que ela tinha nele.
Levantei e fui me ajeitar para o dia, mas antes, chamei por ela e pedi para que vestisse a roupa, pois eu iria sair e a porta ficaria só encostada e alguém poderia entrar.
Durante a tarde, ela foi comigo para o laguinho e eu fui ensinar novamente ela a nadar. Naquele dia, ela já não ficou com tanto medo, entrou no laguinho segurando minha mão e não reclamou da profundidade, mesmo que não estivéssemos tão no fundo assim.
— Você confia em mim, não é? - perguntei.
— Confio a minha vida.
Estendi meus braços e ela deitou sobre eles de barriga para cima e eu fui um pouco mais para o fundo e suavemente a soltei e ela ficou ali, boiando e de olhos fechados, eu fiz igual e quando cheguei perto dela, segurei sua mão, ela se assustou e quis ficar de pé, mas estava no fundo e seu corpo desceu, eu fui rápido em mergulhar e dar apoio a ela para que ela não afundasse. Levei nós dois até uma profundidade em que ela conseguisse ficar de pé e então, ela com os braços em volta do meu pescoço, começou a sorrir.
— Achei que você fosse gritar comigo.
— Tudo bem, não vou dizer que não estou com medo, pois estou, mas você me ajudou e não me deixou engolir água.
— Você precisa aprender a respirar na água, para quando der as braçadas, respirar entre elas.
Então a lição daquele dia, foi sobre mergulho e como ela deveria respirar corretamente. Uma ou duas vezes eu nadei um pouco para ela notar como eu fazia.
VOCÊ ESTÁ LENDO
𝕾ob o Véu
Storie d'amoreTrancado desde os seus 13 anos e não por seu desejo ou amor, mas por obrigação e para salvar sua vida e de quem ama. Seu maior desejo é sair de lá e viver uma vida normal como os jovens de sua idade. Porém, sabe que é muito arriscado e não quer co...