Trancado desde os seus 13 anos e não por seu desejo ou amor, mas por obrigação e para salvar sua vida e de quem ama. Seu maior desejo é sair de lá e viver uma vida normal como os jovens de sua idade. Porém, sabe que é muito arriscado e não quer co...
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(2523 palavras)
— SURPRESA!!! - ouvi o grito de todos e levei um tremendo susto. Coloquei minha mão no peito, tentando manter meu coração no lugar, pois o mesmo queria sair dali.
— Parabéns!!! - disseram Laura ao meu lado e Isa que saiu de perto de nós e foi se juntar aos demais.
Olhei em torno e estavam todas as garotas do convento, as freiras, o Felipe, meus pais e minha irmã, até o padre José estava aqui. Nossa, eu não me lembrava mais como era festejar um aniversário. Acho que meu último aniversário que foi festejado, foi o de oito ou nove anos. Só me lembro que o tema foi o Homem-Aranha e que comi tanto doce que tive uma dor de barriga depois.
Me aproximei da mesa que havia docinhos e salgados, um bolo com velinhas, balões por toda parte e notei que havia três docinhos japoneses na mesa: sanshoku dango, wagashi e daifuku. Tenho certeza que meus pais devem ter trazido. Me aproximei deles que me abraçaram apertado, minha mãe já chorando e eu também.
— Parabéns meu filho, você chegou a vida adulta e eu tô tão feliz que você se tornou um belo rapaz - disse ela, limpando minhas lágrimas, assim como eu fazia com ela — Sua avó que fez os docinhos para você. Mandou um abraço muito apertado e disse que está morrendo de saudades.
— Não dava pra trazer ela? - ela só balançou a cabeça negando.
Fui apertado por todos, não sou muito fã de abraços e beijos no rosto, mas fazer o quê, era meu aniversário.
A festa não teve música ou bebida alcoólica, mas foi divertido e o fato de ter minha família comigo, foi maravilhoso. Fui chamado para assoprar as velas e fazer um pedido.
"Quero que tudo dê certo em minha vida, assim que eu sair daqui".
Apaguei as velas, porém tive que soprar mais de uma vez, já que não apagaram todas de primeira. A parte ruim foi depois, eu tinha que partir o bolo e escolher alguém para dar o primeiro pedaço, mas pra quem eu daria?
Geralmente você dá para quem você mais ama... a questão é... meus pais estavam aqui, minha irmã, a Madre e a irmã Maria, o Felipe e a Laura... o que fazer? Parti um pedaço, razoavelmente grande e todos começaram a perguntar para quem iria.
— Como é muito difícil pra mim, escolher um só... - coloquei o pratinho na mesa e dividi o pedaço em três — Esse primeiro pedaço do primeiro pedaço - todos riram — simboliza o meu amor por minha família - entreguei para minha mãe — Esse segundo pedaço do primeiro pedaço, eu quero dedicar a Deus e como ele não se dignou a vir pessoalmente buscar o pedaço dele, eu entrego para a Madre, simbolizando meu amor por ele e minha fé - entreguei para a Madre que estava ao lado da irmã Maria — e esse último pedaço do primeiro pedaço, eu quero dar aos meus amigos, ele simboliza meu coração alegre e feliz em ter conhecido vocês - entreguei ao Felipe que estava ao lado da Laura.
