2 - Família

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Mariana 

Hoje é domingo 24 de abril e eu acabei de desembarcar no aeroporto de Porto Seguro na Bahia, peguei minhas malas e fui andando pra dentro até achar meu irmão, pelo que conversamos ele que iria me buscar aqui.

Faz exatamente 1 ano e 4 meses que não piso em solo brasileiro estava na África vagando pelos países ajudando na luta contra a covid. Já era pra eu ter voltado a um mês atrás pro Brasil, mas eu acabei pegando covid e fiquei em isolamento. Graças a Deus deu tudo certo e estou pronta pra outra, só que não hahahahah.

Não foi fácil ficar longe da minha família, apesar de se falar quase todos os dias a saudade apertava. Mas foi um mal necessário eu aprendi muito em todos os aspectos. Sempre foi meu sonho um dia poder ir ajudar fora do Brasil e quando surgiu a oportunidade eu agarrei e fui.

Escutei e li muitos comentários ruins, mas não dei ouvidos porque os meus bens mais preciosos me apoiaram. O sentimento bom que surge quando ajudamos as pessoas não tem preço e apaga tudo de ruim que a gente ouve.

Hoje eu deveria ter ido pra são Paulo, pra minha casa (apê) pra minha clínica que estou morrendo de saudades dos amigos e pacientes, ou pra Goiânia ver minha família toda. Mas não, tô indo pra Trancoso, amanhã é um dia mais que especial, dia do casamento da Mohana e do Juliano. Ela é mais que minha prima é minha amiga e eu vou ser madrinha. E graças a Deus deu tudo certo de eu poder estar presente nesse dia.

A mãe da Moh, a tia Simone é irmã da minha mãe e por elas serem unidas eu e Moh crescemos juntas e nem a distância separou nossa amizade, fico emocionada só de pensar que ela vai realizar o melhor sonho da vida, casar com o primeiro amor é pra poucos haha. Até que enfim o Juliano tomou vergonha na cara, depois de 13 anos eles vão se tornar um só na terra e no céu. Acompanhei eles desde o início, a Moh me contava tudo e é lindo a história dos dois.

Ahhhh também tô doida pra conhecer a Maria Clara a filha mais nova deles, ela tem oito meses e infelizmente eu ainda não a conheço, diferente do que foi com a Maria Antônia que eu acompanhei tudo dela, foi uma alegria a descoberta, o nascimento, os primeiros passinhos, a tia babona aqui morre de amores.

Vi meu irmão de longe (ele é alto que parece um poste kkkkkk) ele veio ao meu encontro, sorrimos quando chegamos perto, abracei ele apertado a saudade é grande. Nunca passamos tanto tempo longe um do outro. Desfizemos o abraço e ele me deu um beijo demorado na bochecha.

— Saudades de você irmãzinha, você não sabe a falta que fez. Fico feliz que esteja bem e aqui comigo - Sorri pra ele com os olhos marejados.

— Temos todo tempo do mundo agora meu amor. - ele sorriu e me abraçou de lado.
— Veio sozinho? - perguntei reparando que ele estava só.

— Não, a Carol está lá no carro, vamos ? - eu assenti e fomos andando para o estacionamento.

A Carol estava encostada em um carro e assim que viu a gente ela correu em nossa direção.

— Mariana se eu ficar sem te ver a mais de uma semana eu juro que te prendo na mesa -ela disse abrindo os braços e eu gargalhei, abracei ela apertado.

— Nossa tô morrendo de medo Carolina - ela riu

— É pra ter mesmo! - rimos e seguimos para o carro. 

Estar com eles é tão bom que eu até esqueci que estava com uma blusa de moletom, tirei ela no minuto seguinte.

— Vai se acostumando aqui tá calor demais - O Edu disse. — Vamos indo ou você quer passar em algum lugar, comer, sei lá? - ele perguntou eu ri dele, todo preocupado.

Vida. | Ricelly Henrique Onde histórias criam vida. Descubra agora