5 - Tem amores da vida, que não são pra vida

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Henrique

Esse final de semana além de estar sendo de gratidão por conseguir reunir a família toda está sendo um sonho, Junin vai se casar e apesar dele já ser casado no papel, já morarem juntos e ter 2 filhas (as princesas do tio) amanhã com certeza vai ser único. Sonhamos com esse dia juntos e está tão perto de acontecer....

Na verdade esse dia já era pra ter acontecido, mas veio a pandemia e tudo foi adiado, sonhos, riqueza, amores. E já era pra ter acontecido quando as coisas começaram a voltar ao "normal", mas aí tivemos a infelicidade de perder a Marília.

Falando em Marília que falta que ela faz, minha amiga, minha irmã que muitas vezes enxugou minhas lágrimas por causa dela e me ajudou a por pra fora meus sentimentos, sentimentos esses que agora são cantados. Graças a ela, a Marília. Que merda ela ter ido tão cedo, ela devia estar aqui hoje, comemorando com nós.... Mas onde estiver deve ser melhor que aqui e brilha como uma estrela no céu.

E aí

As vezes eu acho graça de alguns comentários que leio no Instagram, como "Henrique e Juliano cantam as músicas como se soubesse o que a gente tá sentindo" ou "o Henrique quando canta interpreta a música como se estivesse vivendo" aí eu imagino, deve ser porque eu vivi, ne? Vivi tudo graças a Mariana, Mariana do Couto Montalli, a famosa Mari.

Não vivi tudo que é cantado por nós, mas algumas sim e doeu, como doeu. Tenho dúvidas de que se fosse diferente se a Mariana tivesse feito diferente ou eu, será que se a gente ficasse junto naquela época eu seria capaz de escrever tantos sucesso? Eu e o Junin seria o HeJ? O, dúvida cruel que não dá pra ser respondida e nunca será.

Eu segui em frente, namorei, peguei várias mulheres diferentes e nunca era bom, faltava alguma coisa, até eu conhecer a Amanda, eu realmente gostava dela, bonita, simpática, determinada tinha tudo o que eu precisava, a gente tinha um rolo sério, ela ficou grávida antes de eu a pedir em namoro e nossa o dia que ela me disse que eu seria pai foi o dia mais feliz da minha vida, eu fiquei radiante e muito feliz, foi indecifrável. Fiz o que pude pra que meu filho ou filha fosse gerado e criado da melhor forma, pedi a Amanda em namoro e ela veio morar comigo, a gente ia casar depois que o bebê nascer, tinhamos muitos planos juntos.

Eu faria tudo, tudo o que precisasse pra ver um pedaço de mim bem. Mas aí veio a tragédia, com 15 semanas ele (a) se foi, se foi sem eu me despedir, sem eu sentir seu cheiro, sem eu ver como seria ser pai. Se foi sem me conhecer, e isso é o que mais dói.

Foi aí que o Eduardo entrou na minha vida de fato, sim o Edu irmão da Mariana, ele me ajudou como ninguém e disse que entendia minha dor, que já tinha passado por essa situação. Então aí se tornamos mais que amigos, irmãos. E cara como é difícil olhar pra ele e não ver ela, a maldita que mesmo sem estar presente na minha vida está ao meu redor o tempo todo. Ela me dizia que o Edu e ela eram um parte de outro e realmente são, que nem eu e o Junin, uma união de irmãos mesmo que só a gente sabe.

A Amanda sofreu muito, e eu fiz o que estava no meu alcance para ajudá-la, até porque também doía em mim. Alguns meses se passaram e eu tentei, eu juro, eu tentei ficar com ela e retribuir o amor que ela me dava, queria estar com ela mas não podia a enganar, não desse jeito.

Eu não podia casar com ela sendo que eu não a amava totalmente, não podia fazer isso nem com ela, nem comigo. Merda. Merda de coração, merda que sempre algo tem que atrapalhar e eu não consigo seguir em frente. Terminei com ela pra não a machucar mais, mas principalmente pra não me machucar.

Aí veio o vírus e levou muitas pessoas, alguns conhecidos, um acidente ou imprudência de avião me tirou minha amiga e eu continuo aqui, sobrevivendo e agarrando com forças as oportunidades que a vida me dá.

Vida. | Ricelly Henrique Onde histórias criam vida. Descubra agora