43 - "Talvez eu posso saber o que te faça ficar"

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Henrique

11 de dezembro, 2022.

Domingo.

O dia de ontem foi péssimo, além de ter passado o dia longe da Mari, ainda passamos brigados, tá fácil pra mim não.

Cacei um remédio pra dor de cabeça e respondi o Cris, combinando de jogar futvôlei com os caras... Depois de comer sai procurando pela Mari. Apesar da raiva que passei sexta eu ainda quero saber como ela está.

Não encontrei ela em casa, e o medo me tomou, imagina se ela falou sério e foi embora? Deus me ajude.

Fui até o Juliano que já me esperava perto da piscina.

— Por acaso viu a Mari? - perguntei e ele me olhou torto.

— Sorte sua que você tem a gente aqui, é eu vi. Saíram pra almoçar. - virou o celular me mostrando uma foto dela com minha mãe no restaurante e eu respirei mais aliviado.

— Mas aí, vamos ou não? - falei e pegando um cigarro.

— Precisamos conversar Henrique.

— Qual foi? - questionei.

— Saiu algumas notícias de que você e a Mari teriam discutido... - o olhei com as sobrancelhas arqueadas.

— Coisa de casal Juliano, não sei nem como essas coisas vazam na internet.

— Você sabe como é a internet hoje e que sempre dão um jeito de descobrir, acho que você deveria ter mais cuidado, uma pra não se envolver em polêmica, outra porque a Mari tá grávida e você não vem levando isso em consideração.

— Eu não tô levando esporro do meu irmão mais novo não né? - ri negando.

— Não é brincadeira Henrique, tem vídeo de vocês discutindo, não tem som, mas a imagem, a reação de vocês... Isso também nos afeta, temos um lançamento novo vindo, me preocupo com sua vida pessoal e com a nossa carreira.

— Beleza maninho, eu já entendi, vou tomar mais cuidado, agora para de me dar bronca como se eu tivesse 15 anos. - ri.

— Entenda como quiser, só estou te dando um toque. Valoriza sua mulher pra depois não ficar chorando pelos cantos quando perder. Ta na hora de ter mais juízo que ciúmes, não acha? Mês que vem seu filho nasce Henrique, pensa nisso. - fiquei quieto.

— Oh Juliano, mas eu fiz alguma coisa de errado? Tinha um monte de gente no camarim lá, eu só atendi a mulher como fã, não tem o porquê da Mari ter ficado grilada com isso e outra cê viu o tamanho do vestido que ela foi? E ainda ficou de conversinha com uma amigo antigo seu lá, eu não sou de ferro Juliano, não vou aceitar tudo. - falei depois de um tempo refletindo.

— Henrique, ela já te deu algum motivo pra você ter esse ciúme doentio?

— Já sei, não importa o que eu fale, cê sempre vai defender ela.

— Não é isso, só estou abrindo seus olhos. Eu amo a Mari e você é meu irmão, não quero ver nenhum dos dois sofrendo.

— Tá Juliano, quando chegar eu me resolvo com ela.

— Maninho, cê tá errado, assume que é melhor e mais fácil. - olhei pra ele negando e ele continuou sério.

— Tá, tá, agora vamos que já estamos atrasados. - ele concordou e saímos.

No fundo eu sei que ele tem razão, a primeira coisa que vou fazer quando voltar é ir falar com ela...

Depois de um dia todo fora de casa,  cheguei já anoitecendo, falei um pouco com meus sogros antes de criar coragem e entrar em casa, fui direto pro quarto, deduzi que ela estaria lá e acertei.

Vida. | Ricelly Henrique Onde histórias criam vida. Descubra agora