21 - Por que cê faz assim?

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Mariana

Quando chegamos no hotel, estacionei em uma vaga, descemos do carro e fomos direto pro elevador.

— Tem certeza que eu não preciso passar na portaria - falei rodeando meus braços ao redor de sua cintura e dando um cheiro em seu cangote.

— Não. Tá comigo, meu bem - ele acariciou meu cabelo e me deu um selinho demorado

A porta do elevador se abriu, saímos e fomos em direção ao quarto.

Ele destrancou a porta e me deu passagem para entrar, rocei a bunda na perna dele e o ouvi rir.

Já estava com a piadinha na ponta da língua, quando meu sorriso foi pra Marte com o que vi.

A loira de roupão sentada na beira da cama me olhou com um semblante de deboche.

A reconheci lá do show, ela era uma das que me encarou a noite toda e agora me encarava novamente.

— Mari acho que vou tomar u... - Ele ia dizer o que? Porque parou do meu lado olhando espantado pra loira.

— Oi Rique - ela disse sorrindo olhando pro Henrique e eu não estava entendendo nada.

Tirei forças da onde não tinha e o olhei, e olhei pra ela.

Rique?

—  Ana? O que você faz aqui? - ele falou, por fim

Deus, ele sabe quem ela é.

— Te esperando lindo, mas não sabia que viria acompanhado - falou me olhando de cima a baixo.

Mas é claro!

Aquelas palavras, te esperando lindo, foi como se o chão se abrisse diante de mim.

Um segundo, e todo seu mundo despenca em queda livre. E no momento todos os planos e sonhos viram pó, como num piscar de olhos.

A segurança e confiança evaporam e só resta a angústia e a dor que consome sem dó.

O nó na garganta, o aperto no coração.....

O Henrique falava mas eu já não conseguia ouvir mais nada.

Me afastei dele dando alguns passos para trás indo em direção a porta.

— Mariana não é isso que você está pensando - A voz dele ecoou por meus ouvidos

—  E o que você acha que eu estou pensando? - falei com voz firme e deixando a raiva me dominar

Raiva, o sentimento predominante em mim.

— Mariana, por favor, eu não tenho nada a ver com isso - esbravejou ele.

Não, eu que tenho. Era só o que me faltava.

— Esse é seu quarto?! - falei mostrando o ambiente com as mãos.

Não esperei resposta e nem precisava. Me virei e segurei na maçaneta para abrir a porta e senti suas mãos segurando meu braço.

— Me solta - falei nervosa.

Se eu tivesse um único poder, e pudesse usá-lo seria desaparecer daquele lugar pra qualquer outro.

— Mari por favor eu juro que não tenho nada a ver com isso, eu posso explicar - ele também estava nervoso, mas não mais do que eu. 

— Me solta caralho. Enfia essa explicação no seu cu - Falei ríspida, abri a porta com a força toda e sai andando rápido pro elevador.

Agora essa merda demora uma eternidade pra vir.
Apertei várias vezes impaciente o botão.

Vida. | Ricelly Henrique Onde histórias criam vida. Descubra agora