23 - O meu coração já tatuou você

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Mariana

Dias depois.

Depois daquele dia no hotel, não vi mais o Henrique, o mais ruim é ter que ouvir das pessoas mais próximas a mim que eu deveria ter escutado ele, e que tudo não passou de uma armação da tal mulher.

Difícil de acreditar, a verdade é essa. Ele me mandou mensagens, dentre elas alguns prints da conversa do Carlos com a filha da puta, de como ela entrou no quarto deles conhecendo uma funcionária do hotel e que logo em seguida que eu saí ela também saiu.

Sim, ele me mandou tudo isso e os advogados (Edu, Ju, Moh, Carol) dele também.

Mas se aconteceu essa armação quem me garante que não acontecerão mais? Eu suporto viver assim?

Difícil.

Não é que eu não acredite, parece ser verdade tudo, mas essa situação me desencadeou gatilhos da vez que fui traída, e os dias não estão sendo fáceis.

Apesar de ele não sair dos meus pensamentos eu tenho tentado seguir em frente e tenho me dedicado inteiramente ao trabalho.

18 de maio, 2022.

Cheguei em casa perto das 13 hrs, esse apartamento fica tão vazio sem o Edu e a Carol se agarrando pelos cantos kkkk

Sai do banho e separei um livro pra ler, cacei meu celular e nada. Quem consegue esquecer o celular no carro? Só eu mesmo.

Vesti um vestidinho confortável e desci até a garagem, e não é que o bonito estava lá, peguei ele e algumas coisas que estavam jogadas no carro. Voltei e coloquei o que trouxe em um canto da sala mesmo, depois eu separo.

Estava de boas preparando uma macarronada, porque a fome bateu.

Ou você come ou passa fome kkkkk.

Escutei a campainha tocar e fui atender e dei de cara com o Henrique.

Nosso olhar se encontrou e mesmo sem me tocar ele consegue ter poder sobre o meu corpo, um arrepio me percorreu inteira, por tudo que ocorreu, e pela saudade que mesmo sem querer sentir eu estou sentindo dele.

Ele não falou nada só ficou me olhando, respirei fundo, aquele silêncio acaba comigo.

— Oi - foi o que saiu

— Mari, me escuta - ele disse e seu olhar cabisbaixo me pegou

— Henrique você vir aqui não foi uma boa opção

— Mas eu não fiz nada Mari, caramba eu te mandei as provas

— Não é tão simples assim - murmurei

— Você não acredita mesmo em mim - ele fechou os olhos negando

— Não é isso - falei depois de um tempo o observando

— É o que, me explica porquê não tá fácil ficar sem você - eu suspirei mais uma vez

Minha vontade é correr para os braços dele, mas a raiva que eu passei aquele dia não pode ser jogada de escanteio.

— Entra não dá pra ficar conversando no corredor - falei quando vi o elevador parar e algumas pessoas descerem, dei passagem pra ele entrar

O perfume dele com certeza é o melhor cheiro de todos e inconfundível, reparei em suas vestimentas que consistia em uma camiseta polo branca, uma calça jeans e um tênis branco.

Gato demais, que isso.

Esse homem tira minha concentração, fechei a porta, e me lembrei que o macarrão estava no fogo.

Vida. | Ricelly Henrique Onde histórias criam vida. Descubra agora