46 - Nosso fim?

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Henrique

"Garrafa que esvazia
madrugada vai virando dia
e eu nessa agonia só pensando em alguém que já nem pensa em mim

De toda a dificuldade que eu já vi na minha vida
a nivel hard que judia noite e dia é aceitar o nosso fim

Ai, ai, ai, cê me bateu sem nem triscar .
Ai, ai, foi minha culpa, meu erro eu mereço pagar..."

Quem nunca sentiu o chão abrir sob seus pés quando seu amor te chama pelo nome e diz que está tudo acabado?

Eu custava a acreditar nas palavras que ela tinha me dito.
Meu peito doía e a vontade de gritar me dominava.

Mariana conseguiu me atingir como se eu tivesse levado um tiro no coração sem mesmo encostar em mim.

Saí sem rumo andando pelo condomínio até o Juliano me encontrar. Ele quis me levar pra fazenda mas eu fiz questão de não ir, eu não queria paz, porque paz era tudo que eu não tinha naquele momento, por isso marquei de encontrar uns amigos.

Eu preciso esfriar minha cabeça e nada melhor que várias geladas pra me ajudar nisso, esquecer quem eu mais queria e hoje eu não posso ter.

Mas é isso, no fim das contas, mesmo em meio à tanta gente, acabamos ficando sozinhos mesmo, porque quem nos preenche de verdade não está ali.

E depois de beber sem parar por não sei quanto tempo, meus amigos até tentaram me impedir mas eu saí escondido, meu irmão brigaria muito se ele soubesse que eu estou dirigindo bêbado, mas eu tô nem aí.

Estou indo atrás da minha morena, do meu filho então que se foda tudo. Minha visão estava um pouco embaçada mas fui dirigindo conforme me lembrei do caminho, tudo que eu queria era só chegar até ela.

E eu consegui chegar na casa dela, toquei a campainha várias vezes mas pelo jeito não tinha ninguém. Sentei na calçada e chorei, chorei de desespero, de saudade e de medo de não poder ter mais ela ao meu lado.

Levantei cambaleando e entrei no carro, bebi mais um pouco de campari sai daquele condomínio dirigindo sem rumo.

Peguei meu celular e tentei ligar mais uma vez pra ela, mas parecia sem torre e eu não consegui ver direito...

Escutei uma buzina e tudo aconteceu rápido demais, eu só senti meu corpo doendo e meu sentido se apagando.

.

Mariana

O meu natal foi um tanto conturbado, não posso negar que depois da minha briga e término de vez com o Henrique as coisas mudaram dentro de mim.

Ter tudo ou quase tudo que foi planejado ir por água abaixo me deixou mais vulnerável e eu até tentei fingir mas foi difícil disfarçar minha tristeza.

E a certeza que ficou dentro de mim é que mesmo longe ele consegue me atingir de uma maneira inexplicável.

Eu e meus pais passamos o Natal junto com minha família paterna e foi muito especial estar com eles e sentir todo o amor que vem deles, e com isso o momento que estive lá se tornou mais leve.

No dia 26 nós voltamos para casa e eu contei tudo que tinha acontecido para meus pais, que de início ficaram furiosos por eu não ter falado nada, mas lembrar da minha briga com o Henrique foi algo que eu tentei esquecer.

E seguindo isso, eu vim pra cidade de São Paulo, juntei o útil ao agradável, me distrair e realizar alguns desejos pessoais como fazer meu ensaio de gestante por exemplo, que eu idealizei tanto e não aconteceu, rever alguns amigos e poder ir até minha clínica que eu estava morrendo de saudade.

Vida. | Ricelly Henrique Onde histórias criam vida. Descubra agora