1. O pior dia da minha vida.

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Pov'Henry.

  Eu lembro do pior dia da minha vida, lembro tão nitidamente que chega a doer, estavamos na primavera, a época favorita do ano para minha mãe, ela é uma dessas pessoas inteligentes demais, que sabe de tudo da vida, formada em oceanografia, ela trabalha no "instituto de proteção da vida marinha" um prédio gigante perto da praia, de qualquer parte da cidade era possível ver ele, todo azul, com janelas de vidro imensas que pareciam também azuis, mas era só o reflexo sobre elas, bom nós morávamos no lado oposto da praia, uma casa de madeira na beira do lago, mas minha mãe adorava aquele lugar, onde trabalhava com mais uma centena de pessoas, ela é chefe da equipe que trabalha na proteção da costa, no instituto também tem um dos maiores aquários já visto, tem uns caras que só ficam lá olhando as espécies em extinção e dando um jeito deles reproduzirem, uma galera que só trabalha no aquário, uma que cuida da parte de limpeza da praia, também tem muito voluntário, só sei que é gente pra todo lado, e minha mãe é apenas uma das "chefes de equipe".

Minha mãe! Meredith Grey, ela é tipo minha super heroína, cuida de mim desde a separação, moramos na casa que meu avô Thacther construiu quando era jovem, ele morreu a dez anos, eu era só um menino de seis anos, mas lembro dele e do quanto Meredith o amava e sofreu quando ele morreu, infarto! Só aconteceu e não pudemos fazer nada.

Nessa época ele e minha avó Ellis já estavam separados, ela estava casada com Richard Webber a quase dois anos, naquela tempo eu não entendia muito disso, mas hoje sim, hoje eu entendo o que levou a separação dos meus avós, e a dos meus pais, William Thorpe, meu pai tinha uma amante, que agora é esposa dele, Alícia, não gosto dela, não por que eu ache que ela é culpada da separação deles, apesar de ser, mas a escolha foi do meu pai, ele devia o respeito.

Mas o pior de tudo foi ele ter Alícia como amante desde a época que minha mãe estava grávida, William casou com ela e por quase dois anos minha mãe ficou casada com ele, até o dia que ela descobriu tudo e o largou, além de ter uma amante meu pai tinha um filho de quase um ano, apenas um ano mais novo que eu, então fomos morar com meu avô Thacther! E tudo foi melhor, eu não lembro, mas eu sei que foi.

Todavia não foi a morte dele o pior dia da minha vida e sim o dia que cheguei em casa depois da escola e minha mãe estava caída no chão...


Flashback.

- mãe? - chamei entrando em casa, tinha certeza que ela ia querer me matar, já deveria estar em casa a mais de uma hora - mãe? Eu sei que tô atraso para o jantar, mas tava com o papai e meu celular ficou sem bateria... Eu prometo que lavo a louça por uma semana... Mãe? - meu corpo travou ao ver minha mãe caída no chão - MÃE!!! - joguei minha mochila no chão e me ajoelhei diante dela - mãe fala comigo - virei ela, peguei meu celular e liguei para a emergência.

*Ligação on*

- emergência boa noite.

- boa noite, me chamo Henry, minha mãe tá desmaiada, eu não sei o que aconteceu, preciso de ajuda.

- preciso que me informe seu endereço.

- tá - expliquei onde morava - por favor manda alguém logo.

- já estou mandando!

- obrigado.

*Ligação off*

  Eu nunca tive medo, nem quando criança, não tive medo do escuro, ou de coisas assim, mas naquele momento eu sentia medo, minha mãe parecia morta, se não fosse sua respiração me mostrando o contrário estaria em desespero, mas ela estava pálida, parecia uma folha de papel. Um tempo depois ouvi o barulho das sirenes, levantei e fui abrir a porta, os paramédicos colocaram minha mãe na maca e a levaram para a ambulância, entrei junto e ouvia eles conversando entre si, mas não entendia o que era exatamente.

Decidi ligar para Adisson, minha madrinha e amiga da minha mãe desde a infância, ela saberia o que fazer

*Ligação on*

- Henry!

- oi madrinha!

- tudo bem? - ela perguntou.

- não! A mamãe... Cheguei em casa e ela estava caída no chão, chamei a emergência, estamos indo para o hospital.

- Henry, isso não é engraçado.

- eu sei! E não é brincadeira...

- estou indo.

*Ligação off*

Flashback off.

Abri meus olhos voltando para a realidade, depois daquele dia nada mais ficou bom, Meredith está no hospital a quase duas semanas, ela precisa de um coração novo, o dela tá "falhando" e toda vez que eu penso que talvez o coração nunca chegue o MEU coração dói, por que eu não quero viver sem ela, não posso, por que minha mãe é insubstituíveis.

- deveria ir para casa com o seu pai! - ouvi a voz de meredith.

- vou ficar aqui, hoje é sexta, amanhã não tem aula... Assim a minha madrinha descansa.

- você é o melhor filho do mundo - minha mãe falou deixando umas lágrimas desceram por seu rosto, doía ver ela daqueles jeito, pálida e fraca, sua voz era tão baixa.

- eu sei - levantei do sofá e fui perto dela sentando na ponta da cama para ela não precisar se esforçar para falar - quando você ficar boa, vamos pra casa... E eu vou lavar a louça, prometo.

- vou cobrar - meredith sorriu mais parou, ela sentia doer o peito quando fazia isso, o mínimo esforço para ela era demais - também recolher as folhas do quintal.

- isso também - concordei - mas por favor não me deixa - agora eu deixei as lágrimas caírem.

- não vou filho! Juro que vou lutar.

- isso! Vai conseguir um coração pra você - aí vai voltar a trabalhar e brigar comigo por bagunçar a casa, e vamos andar de barco também, ainda tem que me ensinar a velejar... Eu nem vou reclamar quando brigar - falei a meia voz e Meredith sorriu.

- vou te ensinar, e vou te ver indo pra faculdade, se formando, casando e tendo filhos, e netos e só depois de tudo isso vou morrer.

- eu tô com medo - falei deitando minha cabeça sobre sua barriga - tô com muito medo.

- eu também tô!

- desculpa, eu preciso ser forte, você está doente - suspirei - vou cuidar de você mãe.

- eu quem devo fazer isso - meredith falou desanimada.

- quando tiver bem! Até lá eu cuido de você.

- meu meni... - ela parou a frase e arfou.

- mãe - levantei assustando, apertei o botão de emergência ao lado dela, dois enfermeiros entraram na mesma hora - o que aconteceu.

- melhor sair - a enfermeira me puxou para fora enquanto o outro começava a fazer massagem cardíaca.

- não deixa ela morrer - pedi saindo, vi de longe um outro pegando o carinho de parada.

Me sentei no chão do lado de fora e só pedi que ela não morresse.

🌅🐬



Boa noite humanos!

Primeiro capítulo! Eu já começo do meu jeito favorito, eu sei que vocês já vai querer me cancelar bem aqui, mas eu tenho um plano e vai dar tudo certo, nem vou falar que de novo vai ser três fics, por que já é costume!

Bem vindos!!!



Coração Do MarOnde histórias criam vida. Descubra agora