Capítulo 17

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Hermione foi levada às pressas para o quarto de vestir onde as camareiras, enlouquecidas, começaram uma verdadeira operação para decidir qual era o vestido mais adequado para recepcionar os nórticos. Enquanto as moças formavam uma fila, cada uma com um vestido diferente em mãos para mostrar as opções para Hermione, outra aia trabalhava em refazer o cabelo da garota, embora Hermione não soubesse o motivo, uma vez que seu cabelo já estava perfeito.

Observava a ansiedade e nervosismo das meninas sem entender o que acontecia. A rainha nem sequer tinha a chance de fazer comentários sobre os vestidos que lhe eram mostrados, as próprias aias desclassificavam as roupas que não tinham gostado, as levando de volta para os armários e voltando com mais opções.

-Eu só vou dar as boas vindas aos nórticos agora. Não é necessário tudo isso. -Hermione falou com um sorriso educado e deixando um gritinho escandalizado escapar logo depois quando uma mecha de cabelo foi puxada de repente.

-Majestade, será a primeira vez que o príncipe irá vê-la. Sabe que as primeiras impressões são importantes. -A aia que arrumava o cabelo de Hermione falou após uma massagem nervosa no couro cabeludo da menina.

-Ele me pediu em casamento por uma carta. Acho que as primeiras impressões não significam nada para ele. -A menina fez uma careta, um tanto azeda. e apontou em direção a um dos cabides que lhe era mostrado -Eu vou usar aquele vestido verde. Não, aquele mais escuro sem os laços que me fazem parecer um pacote de presente. Esse mesmo.

A aia que segurava o vestido avançou rapidamente pelo quarto, orgulhosa como se tivesse ganhado um concurso ou como se ela mesma tivesse confeccionado o vestido.

Depois de ter suas roupas trocadas, Hermione foi levada pelas aias até a sala do trono onde as meninas trataram de ajeitar as saias de seu vestido e seu cabelo para que parecesse mais exuberante quando os visitantes finalmente entrassem pela porta da frente. Uma coroa pequena e leve, bem diferente daquela usada durante o dia da coroação, foi colocada em sua cabeça.

O comandante Potter entrou pela porta lateral e, parecendo absurdamente rígido e em alerta, colocou-se ao lado de Hermione com uma das mãos sobre o punho da espada. Do outro lado do trono, outro homem aguardava também com a postura firme, porém os braços estavam relaxados ao lado do corpo.

Alguns criados correram pelo salão para assumir suas posições. Um deles se aproximou do trono para ajustar o arranjo ao lado da rainha. Hermione lhe lançou um sorriso discreto de agradecimento enquanto o homem girava a folha de uma planta em seu vaso.

Quando todo o ambiente pareceu, enfim, silenciar, como o silêncio sufocante que antecede uma grande tempestade, Hermione olhou de um lado para o outro com a testa franzida. Não via nenhum sinal da cabeleira prateada do único homem que sabia que jamais perderia uma situação como aquela.

-Onde está o conselheiro? -Murmurou em voz baixa, esticando o pescoço para olhar o outro lado.

-Eu não o vi esta tarde, majestade. -Uma das aias respondeu arrumando, novamente, o arranjo de flores ao lado do trono. Hermione fez uma careta.

-Ele estava fazendo a prova de doces comigo agora mesmo. -Ela moveu os dedos nervosamente sobre o colo. -Ele não deveria estar aqui ao meu lado quando eles chegassem?

-Talvez ele só esteja um pouco atrasado. -O comandante falou, seu maxilar cerrado e olhos verdes fixos na porta.

-Ele nunca se atrasa. Tenho certeza que até mesmo sua respiração segue os ponteiros do relógio. -Ela resmungou incomodada e percebeu que o militar meneou a cabeça minimamente em concordância.

A garota franziu a testa. Aquela não era uma atitude esperada do conselheiro que vivia atrás dela com pergaminhos na mão, informando o horário de cada um de seus compromissos. Hermione soltou um suspiro contrariada.

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