Capítulo 12

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Hermione parecia que iria explodir a qualquer momento. Desde o dia anterior, quando o conselheiro lhe disse que iriam até o vilarejo onde possivelmente encontrariam uma pista do passado de Ariana e Dumbledore, a garota sentia como se pudesse chegar ao lugar com suas próprias pernas, tamanha era sua ansiedade.

Havia feito tudo o que Malfoy havia pedido. Havia encubido McGonagall de várias tarefas que iriam deixá-la ocupada por muitas horas. Hermione também havia informado que estava absolutamente indisposta e que não jantaria naquela noite, portanto não deixaria seu quarto até o dia seguinte. A governanta pareceu muita preocupada, oferecendo todo tipo de chás e tônicos que o conselheiro poderia preparar. A garota, no entanto, disse que era apenas uma indisposição e que preferia passar o resto da noite sozinha, esperando que na manhã seguinte acordasse se sentindo melhor.

O conselheiro, por outro lado, havia aproveitado a mentira da garota para criar uma história para ele próprio. Avisou a governanta que sairia para recolher ervas medicinais que só podiam ser encontradas à noite. Tal erva era fundamental para fazer uma poção revigorante para a soberana. A mulher olhou para os dois com a testa vincada, mas, se havia alguma desconfiança, permaneceu em silêncio.

No horário marcado, faltando uma hora para o pôr do sol, Draco se esgueirou pelos corredores do castelo, tomando o cuidado de não trombar com ninguém em seu caminho, e entrou no quarto real sem qualquer cerimônia. Hermione, que tomava uma dose do licor nórtico, deu um pulo, o pequeno copo voando de sua mão e girando várias vezes no ar antes que a menina pudesse pegá-lo novamente no último instante antes que se estilhaçasse no chão.

-Nervosa, majestade? -Hermione poderia dizer que havia um toque malicioso no tom de voz do homem. Ela colocou o copo sobre a mesa lateral e cruzou os braços.

-Bata na porta antes de entrar, Malfoy. -A menina ralhou, embora soubesse que era inútil.

-Desculpe, eu não queria chamar a atenção. -O sorriso de canto cresceu em seu rosto e a garota teve a impressão de ver um brilho de humor em seus olhos. Hermione bufou, sacudindo a mão.

-Bem, devemos ir? -Hermione bateu um pé no chão, impaciente. -O tempo está passando.

Draco reprimiu uma risada com um sorriso torto e remexeu nos bolsos do casaco, tirando de lá um pequeno lenço enrolado. Hermione agitou-se aproximando-se do rapaz. Estava tão perto do homem que seu corpo cobria a luz do quarto, projetando sua sombra sobre ele. Ela mal conseguia conter sua ansiedade.

-Essa é a chave de portal. Nós usaremos isso para chegar ao vilarejo. -O homem explicou, os olhos acinzentados erguendo-se e encontrando com os de Hermione. -Nós iremos aparecer atrás de uma casa abandonada. De lá, iremos andando para o vilarejo, observando e estudando o local antes de fazermos algumas perguntas.

-Tudo bem. -Hermione assentiu rapidamente e então franziu a testa, desconfiada. -Você já esteve lá?

-Ontem. -Ele admitiu sombrio.

-Como ousa? -Hermione abriu a boca sentindo-se ultrajada.

-Perdoe-me, majestade, mas eu precisava conferir se o lugar era seguro para levá-la. -O homem explicou meneando a cabeça, um sorriso suave voltando ao seu rosto. -Eu também não tinha certeza se poderíamos ir de forma segura, uma vez que nenhum de nós tinha estado lá antes.

-Como você fez para chegar? -Hermione perguntou curiosa, os olhos muito atentos ao rosto do homem. Malfoy voltou a mexer em seu bolso, retirando o retrato de Ariana em frente à casa dos Dumbledore.

-Eu me concentrei nessa foto e aparatei. -Ele ergueu um ombro como se aquele fosse um fato sem importância. -Acabei chegando ao lugar certo, afinal. É a tal casa abandonada que lhe falei.

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