Capítulo 7

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-Chegou outra carta dos Países do Norte. -O conselheiro falou de forma casual, colocando o envelope sofisticado na mesa em frente à Hermione. A garota fez uma careta.

-Espero que seja uma carta pedindo desculpa pela ousadia. -A garota bufou deixando a pena sobre a mesa e pegando o envelope. -Sabe se a coroa nórtica tem algum usuário de magia no conselho? Algum especialista em poções e venenos talvez?!

-Eu nunca ouvi falar nada sobre isso, majestade. -Draco fez uma careta demonstrando toda sua confusão. A garota sacudiu a cabeça. -Na verdade, até onde sei, o povo nórtico tem uma política muito restrita com relação à usuários de magia.

-Eles poderiam facilmente me matar se tivessem alguém assim por perto.

-Você acha que eles cometeriam um atentado contra a soberana do maior país do continente? Eles querem ser seus aliados, majestade, e não começar uma guerra. -Hermione poderia dizer pela expressão do homem que ele havia achado graça em alguma coisa que ela falara. Hermione rompeu o lacre do envelope de forma teatral. -Acho que eles seriam mais inteligentes do que isso. -O conselheiro deixou escapar um sorriso de canto.

-Bom, nunca se sabe. Talvez eles só queiram me matar depois de eu recusar a proposta de casamento.

-Acho que eles não fariam isso através de uma carta assinada pelo próprio príncipe. -Malfoy apontou para o selo rompido, indicando o carimbo oficial do príncipe nórtico. Hermione revirou os olhos e sacudiu uma mão.

O conselheiro não sabia dizer ao certo quando sua relação com a monarca havia se tornado mais leve. De fato, desde o voto perpétuo, antes da coroação, que ele havia evitado ficar em sua presença. Havia prometido fidelidade total à menina, o que acabava com praticamente todos os seus planos de dar um golpe de estado. Por outro lado, enquanto o reinado de Hermione estivesse garantido, sua posição no reino estava segura.

Em sua experiência de vida, ficar perto da realeza nunca era seguro para pessoas como ele. Foi apenas com Robert III que sua situação havia mudado, mas ainda percebia os olhares desconfiados que lançavam em sua direção. Hermione era uma rainha, a primeira rainha que também é chefe de estado do país, e, embora seu poder fosse incontestável, não era uma opção impossível que ela fosse vista como menos capaz ou tola por outros membros da realeza.

Diferentemente do rei Robert III, Hermione não podia se dar ao luxo de que outras pessoas acreditassem que ela estava sendo manipulada por seu conselheiro. Ela seria tomada como fraca e poderia sofrer um golpe mais rápido do que imaginava. Proteger Hermione era proteger a si mesmo, Draco repetia para si próprio. E, ainda assim, mesmo com todas as suas tentativas de se manter distante da garota, ela era quem sempre parecia tentar envolvê-lo.

Hermione não havia sido criada como a maioria dos herdeiros que Draco havia conhecido. A garota havia sido enviada à Alvo Dumbledore, um conhecido usuário de magia, e havia recebido não apenas a educação tradicional esperada para futuros monarcas, mas também educação mágica. Ela não era dada às tradições como a maioria dos nobres e não se importava de verdade com os protocolos que ela e os demais deveriam seguir. Longe dos olhares curiosos de todos, a garota era agradável e fácil de conversar. Ela parecia convenientemente se esquecer de sua posição e adotava um comportamento simples e acolhedor.

Na semana anterior, após ser surpreendido pela garota na biblioteca enquanto estudava a história de sua família, Draco havia lhe ajudado a escrever uma carta resposta, recusando a proposta de casamento do príncipe Viktor. Draco havia sugerido que Hermione dissesse que não tinha interesse em um casamento por interesse naquele momento, uma vez que o país está estável e pacífico mesmo após a morte do antigo monarca. Uma vez que ela não conhecia o príncipe, era necessário que ela recusasse seu pedido, já que não acreditava que uma relação como aquela poderia funcionar.

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