Capítulo 24

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McGonagall abriu a porta com violência e Hermione entrou em seguida, gritando ordens para os homens que, desajeitadamente, carregavam o conselheiro para dentro do quarto. A mulher mais velha puxou as cobertas cuidadosamente arrumadas sobre a cama e fez com que os homens o pousassem ali, na cama pequena e simples. Hermione andou de um lado para o outro em completo desespero enquanto os guardas reais saíam rapidamente do quarto do conselheiro, sem antes lançar um olhar curioso em volta, sem nada demais encontrar.

O quarto de Draco era impressionantemente limpo. Havia um baú largo ao fim da cama, uma mesa longa e clara com alguns pergaminhos e algumas penas, um armário pequeno e uma janela aberta que tinha vista para o pátio dos criados.

McGonagall chamou algumas criadas e pediu que trouxessem toalhas e água gelada para fazer compressas frias, enquanto lançava um olhar curioso para a soberana que parecia não saber o que fazer. Colocando a mão sobre a testa do homem, a mulher ergueu as sobrancelhas, surpresa.

—Ele está queimando em febre, majestade.

—Maldito! Falei para ele tirar o dia de folga. —Hermione franziu a testa, sua voz saindo esganiçada.

—Farei algumas compressas nele e a temperatura deverá ceder rapidamente.

Hermione lançou um olhar preocupado para o homem. Ele ainda dormia, porém tinha uma expressão de dor no rosto cuja pele estava muito pálida. De sua cama, Draco se moveu dolorosamente, soltando alguns gemidos baixos no processo. Hermione se agitou, correndo para seu lado.

—Será que ele está machucado? Eu o alcancei a tempo, mas talvez tenha batido em alguma coisa quando caiu.

—Ele não parece estar ferido, majestade. Deve ser apenas um resfriado, portanto não há motivos para se preocupar. —McGonagall tentou dar a menina um sorriso tranquilizador, mas apenas a deixou mais agitada. —Pode ir para seus afazeres. Eu a chamarei, caso aconteça alguma coisa.

Hermione franziu a testa, muito incomodada. Não conseguia imaginar o conselheiro lhe dando as costas e voltando normalmente aos seus afazeres, caso fosse ela quem estivesse doente. Ela cruzou os braços sobre o peito, teimosa.

—Eu prefiro ficar, se não se incomodar —Hermione falou dando um passo para trás para sair do caminho de McGonagall.

Enquanto observava a mais velha trabalhar, Hermione estalou a língua por um instante. A verdade é que parada no meio do quarto, Hermione estava atrapalhando mais do que realmente ajudando, porém não aguentava a ideia de se retirar quando Draco estava claramente tão doente. Mordendo a ponta da língua, pensou que demoraria muito tempo até que a febre baixasse usando apenas compressas de água fria. Draco precisava de uma poção antitérmica e rápido.

Lançando um olhar de soslaio para a governanta, Hermione mordeu a ponta da unha. Sabia que o escritório pessoal do conselheiro, onde ele fazia suas poções e tudo mais, era a poucos metros dali, naquele mesmo corredor. Certamente lá encontraria tudo o que precisaria para fazer a poção que ele precisava.

—Sra. McGonagall, eu vou... É... até o laboratório do conselheiro. Talvez ele tenha deixado algo útil lá. —Hermione coçou a nuca, sem saber como agir. McGonagall lhe respondeu com um sorriso gentil e um aceno de cabeça. Hermione pensou que ela gentil demais para falar alguma coisa, embora soubesse o que ela iria fazer de verdade.

Hermione disparou pelo corredor. Draco mantinha um laboratório modesto onde ele deixava seus objetos de magia e onde certamente Hermione encontraria todos os ingredientes necessários para a poção. Alguns metros adiante, no corredor, ela encontrou uma pesada porta de madeira escura e pesada que, embora não estivesse trancada, era o suficiente para impor alguma distância as demais pessoas.

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