Capítulo 33

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Jamais permitiria que aquilo acontecesse novamente, Draco voltava a repetir para si mesmo enquanto andava de um lado para o outro, suas mãos massageando o couro cabeludo como se tentasse, de alguma forma, encontrar algum alívio para sua angústia.

Era impossível, ele pensou virando-se em direção à janela. Era simplesmente impossível encontrar alguma tranquilidade enquanto Hermione estava no covil dos lobos e ele estava bem ali, completamente impotente e ignorante ao que acontecia com ela.

Até onde sabia, Viktor Krum poderia simplesmente trancafiar Hermione nas masmorras do castelo e jamais permitir que ela voltasse para Abyssius, para Draco...

Draco se apoiou na janela, sua respiração acelerada embaçando o vidro. Ele fechou os olhos, tentando se concentrar nas batidas de seu coração, que batia rápido demais.

Jamais deveria ter permitido que Hermione fosse até aquele lugar, não importasse o quanto ela insistisse que era algo sensato. Não importava que o comandante Potter lhe dissesse que a verdadeira razão para ela fazer tal imprudência fosse, na verdade, ele.

Precisava ser justo, a voz de sua consciência insistia em algum lugar das sombras de sua mente perturbada. Viktor dificilmente faria algum mal à Hermione. Draco precisava dar algum crédito ao rapaz, e a verdade é que o novo rei de Durmstrang simplesmente adorava Hermione. Se a ida da garota até lá desse alguma ideia ao homem, certamente seria a de um casamento forçado.

Ele trincou o maxilar, as mãos fechando-se em punho enquanto cobria o rosto com o braço. O imbecil havia chegado em Abyssius pensando que iria conquistar a jovem rainha, mas, por fim, acabou sendo conquistado e só ele não havia percebido que faria qualquer coisa que ela lhe pedisse. E, por saber que Krum estava apaixonado por Hermione, Draco encontrava-se igualmente esperançoso e irritado. Não podia apostar todas as suas cartas na ideia de que os sentimentos do rei por Hermione não permitiriam que ele a machucasse. Merlin sabia quantas atrocidades eram cometidas em novo do amor. Ainda assim, a esperança de Draco era que Krum fosse um homem, no mínimo, decente.

Maldição. Estava tão preocupado com ela, que poderia ir até Durmstrang apenas para ver como Hermione estava se saindo. Apenas para ver se ela estava bem e segura.

Draco suspirou, refletindo sobre o novo sentimento que o envolvia. Era uma sensação estranha, um sentimento de que apenas ele pudesse protegê-la, como se sua mera presença ao lado da menina pudesse evitar uma catástrofe.

Jamais se perdoaria se algo acontecesse à Hermione. Jamais poderia viver sabendo que... Por um terrível momento, Draco pensou no que faria se algo acontecesse, de fato, com a menina. O que ele faria se jamais pudesse vê-la outra vez, se, de repente, ele fosse privado de sua presença. Uma pontada de dor surgiu em seu peito. Ele estaria perdido, percebeu de repente. Ele seria simplesmente incapaz de viver sem Hermione. Ele a amava tanto e...

O pensamento o sobressaltou. Era inegável que ele havia se apaixonado pela menina. Havia sucumbido ao sentimento meses atrás, mas até então jamais havia ousado pensar que...

Mas que diferença faria, afinal? Que diferença faria tentar se enganar, dizendo que não a amava quando estava claro o que ele sentia? Deus, tudo o que queria era poder passar o resto da vida ao lado da menina. Viver a doçura de uma vida tranquila e longa ao seu lado.

O pensamento lhe causou amargor. Não era possível, é claro. Mesmo que Hermione dissesse que não tinha a intenção de se casar com ninguém, uma hora ela teria que ceder a pressão e escolher um pretendente para ser seu marido. E o homem apropriado para ficar ao seu lado seria um daqueles nobres que ela julgava tão repugnantes.

O pensamento lhe causou uma nova onda de angústia. Não suportaria vê-la com outro homem. Jamais seria capaz de ver os filhos da mulher que amava, os filhos que deveriam também ser seus.

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