O último pênis ( Malila )

Capítulo 8

Marília mantinha os olhos no par de coxas que Maraisa tinha exposto sobre o sofá. Ambas conversaram naquele fim de tarde, contudo era
difícil não olhar quando a garota em sua frente era extremamente simpática e gostosa. Bem gostosa.

- Seria tão mais fácil se tivéssemos um pênis - Maraisa reclamou e automaticamente Marília apertou mais a almofada contra seu colo.

- Vocês usaria como rato de laboratório a pobre pessoa - Marília disse -  Minha mãe me dizia isso.

- Não seria bom assim - Maraisa se defendeu - Precisamos procriar. Talvez. Pediremos para ela nos doar seu sêmen, para tentar recriar o
cromossomo Y mudando a genética, assim não seria filho dele.

- E implantaria no útero de todos as mulheres? - Marília indagou e Maraisa riu.

- Bem, as que quisessem ter filhos.

- Você quer? - Marília perguntou por impulso.

- Na verdade, Sim. Só não agora - Maraisa explicou.

- Mas minha mãe disse que vocês prenderiam a pessoa que tivesse pênis - Marília arriscou continuar o assunto.

- Somente por proteção enquanto realizássemos os exames de sangue. Não seria nem três horas isso - Maraisa explicou - Sua mãe tinha um
péssimo conceito de nós.

- Talvez ela tenha visto todos morrerem - Marília disse com frieza.

- Ela não foi a única. Todos perdemos alguém - Maraisa disse com veemência.

Marília queria contar a Maraisa que talvez poderia servir de grande ajuda, porém seu medo ainda falava mais alto. Foram anos fugindo, anos ouvindo sua mãe dizer para não contar a ninguém que tinha um
pênis. Ela sequer conseguia decifrar o porquê de não ter sido atingida. Se era um vírus do ar quer atingia o
cromossomo Y, por que ela ainda estaria viva? Sendo que o ar ainda estava, possivelmente, contaminado.
Por ser intersexual? Impossível, afinal ela não era a única mulher intersexual do mundo.

- Você ficaria com homem antes disso acontecer? - Marília perguntou e Maraisa negou.

- Eu era muito nova - Maraisa explicou rindo - Tive as paixonites na escola, aquelas da infância,sabe? - Disse - Mas, apesar de o brinquedinho deles ser bastante atrativo, pelo menos nos vídeos nunca vi graça em homem. São.. Não sei explicar. Parece que não têm sabor. Totalmente sem sal ou açúcar, sabe?

- Entendo - Marília disse, comemorando internanmente a parte onde Maraisa disse que o
brinquedinho deles era bastante atrativo.

- E você? - Maraisa perguntou, causado um constrangimento terrível em Marília.

- Sempre gostei só de mulheres - disse baixo,baseando-se no que seus viam, afinal ela nunca havia se relacionado com ninguém. Quando tudo aconteceu ela tinha apenas doze anos, e agora com vinte e cinco ainda era virgem.

  Já havia dado alguns beijos em algumas garotas ao longo dos anos, mas sempre fugia, afinal não poderia avançar na redação, não poderia revelar que era intersexual.

- Maiara foi comprar algumas cervejas na cidade. Você bebe?

- Nunca bebi - Marília revelou e Maraisa olhou boquiaberta.

- Pois bem, hoje será sua primeira vez - Marília sorriu, porém inevitavelmente maliciou a frase.