Capítulo 55

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Marília analisava através da janela do trailer como Maraisa estava há quase uma hora deitada entre o matagal, admirandoo céu. Ela só pôde identificar, pois ela havia deitado com as pernas para fora.

Marília não queria ir até lá, afinal Maraisa queria ficar sozinha, mas a Loira sentia que parte de sua vida era sugada a cada segundo que estavam naquele clima ruim, então ela decidiu que iria até lá sim e, caso Maraisa não quisesse falar com ela,
então ela esperaria. Abriu a porta do trailer e caminho até ela,parando em sua frente com uma expressão triste
em seu rosto.

- Posso falar rapidinho com você? - Maraisa perguntou e Maraisa a fitou - Eu vou ser rápida e prometo ir embora assim que eu falar.

- Como assim ir embora? - Maraisa  perguntou rapidamente.

- Para o trailer - Marília esclareceu e Maraisa suspirou aliviada.

- O que foi? - Maraisa indagou se sentado e Marília se jogou ao lado dela, empurrado matos compridos com o corpo ao se sentar.

- Preciso que acredite que eu não fiz de propósito. Eu sei que você não quer filhos agora,mas preciso que saiba que se você estiver grávida, nem que eu trabalhe dias seguidos, você vai ter uma gravidez segura.

- Não é que eu não queria um filho agora - Maraisa disse e Marília segurou sua mão.

- Nos tempos antigos seria estranho ter filho tão pouco tempo estando juntas - Marília disse e Maraisa mordeu seu lábio inferior - Você quer se certificar de que dará certo, não é? O transplante de cromossomo.

- Em um mês vai ser a primeira tentativa. E se der errado e eu estiver grávida? Não vou ter tempo de
trabalhar com uma criança.

- Suas amigas nos ajudando nisso e, bem, eu vou estar lá. Não é como se você estivesse sozinha nisso - Marília  disse e Maraisa encostou sua cabeça
no ombro da Loira -  Mas pense por outro lado,talvez você não esteja grávida. Sua menstruação acabou antes de ontem, os óvulos estão apenas amadurecendo ainda. Temos mais chances do que se estivesse no período fértil.

- Mas mesmo assim, a gente transou muito. Conheço a porcentagem de chance de estar grávida - Maraisa  disse e Marília a olhou.

- Desculpe - Maraisa negou com a cabeça.

- Eu que peço desculpas, não deveria ter falado daquele jeito com você - Maraisa disse e Marília passou um braço pela cintura da morena - E se
tivermos um bebê ele será bem-vindo.

- E se estiver bem, faltarão só quatorze - Maraisa riu e se aconchegou nos braços de Marília.

- Não teremos quinzes filhos, esqueça esse sonho - Maraisa disse e Marília riu.

- Está bem - Marília disse sorrindo.

- E se eu estiver grávida, o vírus volta e nosso bebê for menino? - Maraisa  perguntou baixinho,deixando sua respiração tocar o pescoço de Marília  - Da outra vez morreram mesmo na barriga das grávidas, Marília.

- Não vai acontecer. O babaca do Reid morreu.

- Não teremos outra catástrofe dessas.

- Eu tenho medo - Maraisa confessou e Marília a abraçou mais forte - Se essa merda voltar pode me tirar você.

- Eu não vou a lugar nenhum - S
Marília disse acariciando as costas de Maraisa.

- Obrigada - Maraisa sussurrou, sentido um beijo em sua testa antes do silêncio se instaurar.

- Amor, estamos no mato. Podemos dar uma aqui para nós despedir com estilo - Marília disse e Maraisa riu.

- Você não sossega esse pinto.

- Confessa que você gosta dele que eu sei. Ele é charmoso e bonitinho - Marília disse.

- Ele é lindo - Maraisa disse rindo -  Mas vou ficar com ciúmes desse amor incondicional todo que
Você nutre por ele.

- Amor só por você - Marília disse e Maraisa ergueu a cabeça apressadamente.

- O que disse?

- Que amor só por você - Marília disse esboçando um sorriso singelo - Não sei quando virou amor,mas eu te amo - O coração de Maraisa acelerou e ela ficou sem expressão por algum tempo, até que finalmente sorriu abertamente - Por isso vim me desculpar, levei semanas para voltar a te beijar, não quero te perder de novo.

- Está dizendo isso só para transarmos aqui? - Maraisa perguntou brincando.

- Maraisa, não pode levar tudo na brincadeira o tempo inteiro - Marília  disse o que Maraisa havia lhe dito uma vez e a morena riu.

- Eu tenho duas coisas para te falar - Maraisa disse antes de depositar um beijo nos lábios de Marília - Uma é que eu também te amo.

-E a outra?

- Não iremos transar no mato - Marília olhou para meio de suas pernas e suspirou.

- Ela é perversa, viu só, meninão? Deu a notícia boa para logo tacar gelo no meu rabo.

- Para de falar com ele como se ele fosse uma pessoa, Marilia - Maraisa  disse e Marília negou.

- O meninão é da família, Maraisa. Eu sei, as meninas sabem e você também - Marília disse
naturalmente.

- Você está louca - Maraisa disse se levantando.

- Ele foi meu único companheiro por anos. Não me critique - Marília disse se levantando também - É tipo onde o náufrago fala com uma bola, mas
no meu caso são duas.

- Fica quentinha, meu amor - Maraisa disse rindo,entrelaçando seus dedos nos da loira - Agora
vem, é hora de irmos embora. Adeus meio do nada e olá grande cidade.

- Sabe que vou precisar me esconder lá, não é?

- Só para esse mês, estou apostando no transplante e aí todo mundo vai poder ter um filho e vão deixar minha namorada gostosa em paz - Maraisa disse sorrindo e Marília assentiu.

- Se me pegarem e decidirem assassinar a dona do último pênis, peça para cortarem ele fora, não
quero morrer - Marília disse e Maraisa riu,começando a caminhar de mãos dadas com a loira de volta para o trailer.

- Estou ouvindo ele reclamar dizendo isso é traição, porque ele diz que é da família - Maraisa disse e Marília assentiu.

- Ele é, mas tenho chances de ser mãe, prefiro viver sem pinto do que não conhecer meu bebê - Maraisa se virou para ela e sorriu encantada.

- Ele ajudou nesse processo - Maraisa disse.

- Mas minha namorada é cientista e encontraria um jeito de ainda usar meus cromossomos Y mesmo sem o meninão - Marília disse orgulhosa -
E ainda quero conhecer meu bebê.

- Sabe que ouvindo você falar assim dá até vontade de torcer para dar positivo? - Maraisa perguntou fitando os olhos verdes.

- Então vamos voltar para o Mato e foder o resto do mês todo lá para esse positivo sai - Maraisa  negou e selou os lábios de Marília.

- Não iremos transar.

- Droga - Ela disse, deixando seus ombros caírem.

- Droga, comprei um binóculo a toa - Maiara gritou da janela do trailer ao lado e Maraisa a fuzilou com os olhos.

- Maiara!

- O que? Eu queria ver ele em ação.

- Veja Pornô.

- Gosto de viver perigosamente. Dá licença - Ela disse entrando e Maraisa negou com a cabeça. Estava cercada de loucas.

O último pênis ( Malila )Onde histórias criam vida. Descubra agora