Capítulo 43

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O Vento quente fazia as garotas suarem, afinal estava sem a proteção das árvores, que há muito haviam ficado para trás. O único barulho que
escutavam era modos corvos que cantavam hora sim, hora não.

Maraisa sentiu a mão de Marília em seu pulso e se virou, encontrando a expressão de medo no rosto dela.

- Eu falei para pararmos, aqui acaba o matagal. É campo aberto. Não é melhor voltarmos? - Marília perguntou e Maraisa se virou para ela de vez.

- Só estamos avaliando o perímetro. Você já pisou para lá antes?

- Só de noite. É Campo aberto, Maraisa, não gosto de, você sabe, chamar atenção.

- Ninguém vai tocar em você, eu prometo – Maraisa sussurrou, acariciando rosto de Marília não há ninguém por aqui, mas se houver temos armas.

- Não sei... - Marília disse e Maraisa voltou a acariciaro rosto da Loira sem se importar se as outras veriam ou não.

- Como roubava comida na grande cidade se tem medo de sair em lugares abertos?

- De Madrugada - Marília confessou e Maraisa suspirou.

- Confia em mim, ninguém vai te descobrir - Maraisa pediu e Marília  mordeu seu lábio inferior,tendo a voz de sua mãe se repetindo em sua
cabeça para não confiar em ninguém, que ela dizia isso para defendê-la, porém Maraisa sempre
a tratava bem, não via razão para não confiar.

- Quero meu striptease hoje - Marília  disse para descontrair e Maraisa riu.

- Terá, sua safada - Maraisa disse em um sussurro

- Eu não. Ele - Marília disse, apontado para o meio de suas pernas.

- Vem - Maraisa disse, seguindo as outras que já estavam no campo aberto. A morena sentiu os dedos de Marília se entrelaçarem nos seus e ela soube que aquela era uma forma da loira se sentir mais segura.

- E se ficarmos aqui nos agarrando enquanto elas vão? – Marília sugeriu - O mato aqui é bem mais alto do que ali, elas nem veriam.

- Proposta tentadora, mas faz parte do meu trabalho.

- Era parte dele quando vocês achavam que o vírus do ar impedia o cromossomo Y de ficar vivo.

- Hello! Olha só... - Marília disse, retirando o pinto para fora e fazendo Maraisa olhar chocada.

- Alguém pode ver, esconda isso! - Exigiu.

- Viu? O ar não o mata, pelo contrário, ele está desfrutando do ventinho – Maríliadisse, fechando
os olhos sorrindo.

- Marília Mendonça, se alguém mais ver seu pênis eu vou fazer questão de arrancá-lo.

- Viu só, amigão? Possessiva - Marília  disse olhando seu pênis murcho enquanto ela o balançava.

- Ele está tão caidinho por mim - Marília disse com a voz mais fina, como tivesse sido o pênis a
reproduzir aquela fala.

- Eu falo pelo seu bem, mas se leva tudo na brincadeira o tempo inteiro, fique sozinha com esse pênis caído então. Tenho mais o que fazer - Maraisa disse irritada e Marília arregalou os olhos,guardando seu pênis rapidamente.

- Não desculpe! - Marília disse rapidamente,segurando seu braço.

- Você toca seu pênis suado e vem pôr a mão em mim?

- Você já pôs a boca e sabe que ele é limpinho,mas desculpa - Marília disse, removendo a mão do braço de Maraisa de forma envergonhada.

- Não pode levar tudo na brincadeira, sempre Marília - Maraisa  disse e Marília assentiu suspirando.

- Eu sei, desculpe. Só queria que entendesse que não faz sentindo perder tempo queimando os corpos, Isa. Esse tempo você poderia tentar
achar o que tanto quer.

- Eu sei - Maraisa confessou desanimada - Só não posso dizer a elas que já achei o bendito cromossomo Y e é por isso tenho que continuar com isso.

- Está bem - Marília disse, entrando em campo aberto de dia pela primeira vez na vida dela. Maraisa a olhou surpresa, percebendo o medo nos olhos de Marília, mas ela a maior o enfrentou - Você vem ou não? - Maraisa sorriu e assentiu.

- Quem chegar por último nelas fica uma semana com a faxina – Maraisa  disse assim que alcançou Marília, disparando de correr e ouvindo a risada rouca no fundo, a seguindo.

O último pênis ( Malila )Onde histórias criam vida. Descubra agora