Capitulo 40

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P.O.V Bárbara Castro

Quase não consegui dormir em ansiedade, Nanda havia me falado tão bem da senhora e do apartamento que eu já estava convencida de que seria ele o certo. Mesmo estando de folga, acordo cedo e faço questão de acordar Nanda antes que ela vá para a faculdade para tentarmos contato com a tal da Francesca. Eu tinha feito umas pesquisas a noite e o fuso horário não permitia que ligássemos quando bem entendemos.

- Eai, está chamando? - Pergunto me controlando para não roer todas as minhas unhas. Nada faz sinal para esperar com a mão e automaticamente minhas pernas balançam em nervosismo.

- Dona Francesca? Quem fala é a Fernanda, fui sua vizinha no prédio da Ilha do Governador. - Ela arregala os olhos e aponta para o telefone fazendo sinal de positivo com o dedo. Minhas mãos voltam a boca automaticamente. - Fico feliz que se lembra de mim! Como a senhora está? - Me levanto em agonia, quero saber a resposta logo. - Estou muito bem. Ah, meu irmão também está ótimo. - Olho desconfiada para Nanda e ela ri, me questiono se a Senhora Francesca é realmente uma "senhora" como eu estava pensando. - Eu estou ligando para saber sobre o apartamento da senhora aqui no prédio, se ainda está vago. Minha cunhada está interessada em aluga-lo.

- Cunhada? - Digo e faz sinal para que eu cale a boca. Cunhada? Sério? Como assim?

- Perfeito! Perfeito! - Ela diz. - Os móveis não seriam problema nenhum. Muito obrigada Dona Francesca, eu volto a entrar em contato.

Quando Nanda desliga o telefone, finalmente paro de andar de um lado para o outro para dar atenção ao que ela disse. Mas ao invés de me falar o que foi falado no telefone, ela simplesmente pega os chinelos e sai correndo do apartamento. Eu não tenho outra opção a não ser segui-lá. Ela chama o elevador e ignora tudo o que eu estou perguntando durante o caminho, até chegarmos na portaria. Ela se aproxima de seu Fábio e pega uma chave com o mesmo. Meus olhos saltam e ela sorri.

- Vamos dar uma olhadinha? - Ela balança as chaves e eu bato palma empolgada.

- 'Ta falando sério? - Coloco na boca e depois no peito, meu coração parece que vai saltar.

Voltamos em direção aos elevadores e ela pressiona o 5º andar. A ansiedade toma meu corpo e minhas mãos começam a soar mesmo que eu as esfregue freneticamente no short. O elevador soa indicando que chegamos no local indicado e ela se aproxima de uma das portas do corredor abrindo a porta. A enorme fumaça de poeira invade meu rosto me fazendo tossir, mas tento não respirar muito e sigo Nanda para dentro do apartamento.

- O que ela disse? - Pergunto enquanto olho ao redor. O local tem basicamente a mesma estrutura do apartamento de Nanda, mas a decoração antiga é mais presente visto que era uma senhora que mora aqui.

- Bom, ela disse que foi para a Itália apenas visitar o filho mas não tem previsão de voltar, decidiu ficar por lá. E que como o apartamento está parado, ela não vê problemas em alugar para alguém de confiança. - Ela sorri e como eu, olha cada canto do apartamento. - Bom, isso aqui está precisando de uma boa faxina, mas está em boas condições. O que acha?

- Eu acho perfeito! Simplesmente perfeito! - Não consigo controlar o sorriso no rosto. - Principalmente por que ainda ficaria próxima de você e... Mas e o valor amiga? Você sabe que eu não posso pagar muito caro. - Meu sorriso se desmancha por um momento e me viro para observar Nanda.

- Não se preocupa quanto a isso, posso conversar com ela até chegarmos em um consenso. - Ela me abraça de lado e uma lágrima escapa dos meus olhos. - Sério, eu só deixo você vir pra cá se trocarmos toda essa decoração brega. - Ela diz me fazendo gargalhar e eu concordo com a cabeça.

Mal consigo pensar que isso de fato está acontecendo, que finalmente consegui um cantinho para que eu possa tirar minha mãe de lá. Respiro fundo e caminho até as janelas abrindo as cortinas para deixar a luz do sol entrar. A visão um pouco mais distante da praia, mas ainda sim perfeita, faz com que o sorriso se estampe novamente no meu rosto.

- Bom, eu preciso ir para a faculdade. Mas hoje é só prova, então devo voltar daqui a pouco. - Nanda pega uma decoração que está em cima da estante e faz careta. - Melhor! Você pode me encontrar no shopping, e aí podemos comprar decorações novas. Eu vou ligar para Francesca e dizer que vamos fechar negócio.

- Nanda... - Digo um pouco apreensiva. Eu realmente tinha uma quantia guardada pois já estava me preparando para isso, mas a insegurança de não conseguir estava começando a me consumir.

- Sem "Nanda..."! - Ela me repreende. - As decorações vão ser um presente meu para a casa nova, e essa sua nova etapa. - Ela sorri e novamente as lágrimas brotam em meus olhos.

Um misto de felicidade, ansiedade e medo dentro de mim faz com que eu simplesmente chore feito um neném. Entre as lágrimas alguns sorrisos e borboletas no estômago, mais uma vez eu estava diante do futuro que eu estou cada vez mais próxima de conquistar. Fechamos o apartamento e subimos mais alguns andares para tomarmos café. Saímos tão de pressa que ignorei a fome durante todo o processo. Após comermos, observei atentamente Nanda negociar com Francesca pelo telefone e sorri quando a ligação terminou bem.

O filho de Francesca providenciaria uma documentação e enviaria por e-mail, para que eu pudesse scanear, assinar e autenticar no cartório. Ela disse também que se eu quisesse já poderia limpar e entrar no apartamento, o que fez minha ansiedade aumentar ainda mais. Eu oficialmente tenho um apartamento agora, bom, é meu desde que eu pague o aluguel corretamente.

Suspirei aliviada quando Nanda me disse o valor do aluguel e que negociou com Francesca para que eu precisasse depositar apenas 2 meses para validar a locação. O valor era um pouco menos do que eu tinha guardado, e ainda sobraria para fazer uma boa compra no mercado.

- Bom, então é isso? - Pergunto com a unha na boca me esforçando ao máximo para não roer.

- É isso, você é oficialmente minha vizinha. - Nanda diz e da pulinhos na minha direção.

WAR com Filipe Ret • By ToryOnde histórias criam vida. Descubra agora