Capítulo 13

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Me solto de seu braço que ainda me segurava e o encaro tão séria quanto. Se não estivesse tão puta comigo mesma e com ele, podia facilmente me perder nessa marra. Ele cruza os braços observando minha expressão e molha os lábios com a ponta da língua.

- "Qual foi da tua", o que Filipe? - Indago o mesmo me fazendo de desentendida.

- Porra, faltou beijar a boca do Vítor ali. Tá de sacanagem? - Ele só poderia estar de brincadeira.

- E se eu beijasse, porque se importaria com isso? - O encaro e ele desvia o olhar. Covarde.

- Tem razão, não tenho nada haver com a sua vida. - Filipe se distancia e eu permaneço no mesmo lugar, parada. Não esperava tanta indiferença de sua parte. Minha garganta fecha e sinto vontade de chorar. Engulo seco e caminho em direção ao bar.

O barman me entrega uma água e tudo que me saciaria nesse momento seria sumir. Subo as escadas da casa sem me importar aonde daria, caminho cega em meio ao local até encontrar ar. Uma enorme janela no corredor me chama atenção e eu caminho até a mesma. Ignoro o barulho da festa me concentrando apenas na imagem da lua a minha frente.

Respirei fundo na tentativa de relaxar dos pensamentos que me torturavam, impossível. Tudo o que eu passei, me trouxe até aqui para conquistar o meu objetivo. Mas por que apesar de ter passado por tanto, estou muito mais desapontada com Filipe? Não fazia sentido. Toda aquela raiva que percorria dentro de mim simplesmente não fazia sentido. Por que eu estou me importando tanto? Por que ele está incomodado se fiquei ou não com outra pessoa?
Minha cabeça se enche de perguntas sem respostas em uma tortura lenta.

Sinto alguém se aproximar, e meu corpo enrijece ao ver Filipe se aproximar. Me viro novamente para observar o céu, e o mesmo para o meu lado fazendo o mesmo. Por mais tensa que eu estivesse, a presença de Filipe nunca me deixou desconfortável ou envergonhada. Eu simplesmente sentia que não precisava fingir educação extrema ou podar palavras.

- Por que veio até aqui? - Depois de alguns minutos, corto o silêncio pairado entre nós.

- Não sei. Por que está fugindo de mim de novo? - Sinto seu olhar sobre mim.

- Por que saiu sem se despedir? - Minha voz sai falhada mas não piso derramar uma lágrima. Me mantenho firme. - Sinceramente Filipe, eu não sei porque eu me importo. Deixa isso pra lá! - Me viro mas ele se põe a minha frente, me obrigo a encara-lo.

- Eu sai antes que você pudesse se arrepender, eu não ia suportar se me olhasse do mesmo jeito que olhou depois que eu te beijei. - Ele cita nosso beijo e meu corpo estremece, não tínhamos tocado nesse assunto até agora.

- As coisas pra mim são difíceis, Filipe. Eu só não quero magoar ninguém, principalmente a mim. - As palavras saem da minha boca com dificuldade, meu raciocínio não é o mesmo ao lado dele. Fujo de seu olhar.

- Olha pra mim, Bárbara! - Assinto de forma involuntária - Vamos deixar rolar. - Ele segura meu rosto com as duas mãos. - Sem pensar. - Ele se aproxima e sinto sua respiração tão ofegante quanto a minha. - Por favor. - Balanço a cabeça em concordância e ele faz o mesmo. Nossos lábios se roçam fazendo minha pele arrepiar.

Tomo a iniciativa de unir nossos lábios de uma vez. Sua voz rouca comandava meus pensamentos, "sem pensar". Minha mão caminha até a sua nuca e pressiona sua boca contra a minha. Nossas línguas dançam em um perfeito movimento enquanto Filipe aperta minha cintura com força. O beijo se intensifica de forma que precisássemos disso para sobreviver. O calor invade meu corpo e deixo a marca das unhas no seu pescoço, na tentativa de externar toda aquela intensidade. Paramos o beijo por falta de oxigênio e sinto as mãos de Filipe se espalmarem de na minha bunda, tomando toda ela pra si. Sua boca quente toca meu pescoço e sua barba me arranha, me fazendo arrepiar.

- 'Cê tá muito gostosa com esse vestido. - Ele sussurra no meio ouvido e sinto o fogo me tomar novamente. Sorrio e me solto de seus braços.

Não estava longe, mas tinha uma perfeita visão de tudo aquilo que eu evitei olhar durante o dia inteiro. Tudo o que ele vestia, o valorizava em mil por cento. Mas a roupa toda preta o deixava ainda mais gostoso.

- Vamos descer? - Ele me rouba um selinho e me segura pela mão. - Relaxa, tá? - Ele da um beijo na mesma e faz menção para que eu tome a frente e desça primeiro.

Assim faço. O tempo que ficamos fora a festa não tinham mudado muito. A música ainda tocava alto mas o movimento de pessoas no banheiro aumentou. Passamos despercebidos, não éramos tão interessantes quanto a bebida e a pegação que estava rolando. Nanda pouco parecia notar meu sumiço, estava muito mais entretida no colo no Tico. Olho breve para Filipe que ri e balança a cabeça negativamente. Admirava o jeito que ele não tratava Nanda com ciúmes, apenas a apoiava em qualquer decisão.

- Amiga, por que você sumiu? - Nanda fala risonha e eu percebo o quanto alterada ela já estava. - Amiga, vou pra casa do Tico. Pra fazer... você sabe - Ela pisca repetidamente e eu caio na gargalhada. - Você sabe aonde fica a chave. Te amo! - Ela me agarra e me dá um beijo estalado na bochecha. Me despeço de Tico logo em seguida.

Do outro lado da mesa, sinto o olhar de Filipe sobre mim. Ele bebe o copo de whisky e sorri malicioso, identifico sua intenção. Ele acena com a cabeça e minutos depois o sigo em direção ao carro.

- Dorme comigo hoje?

WAR com Filipe Ret • By ToryOnde histórias criam vida. Descubra agora