Capítulo 55

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P.O.V Bárbara Castro

Sou acordada quando sinto o celular escapar das minhas mãos. Não lembro como, nem quando, mas peguei no sono quando menos esperei. Passei boa parte da noite lendo os comentários da publicação e outras fofocas com o nome de Filipe, não eram poucas.

Minha mente me torturou de todas as maneiras que pude, e minha ansiedade fez com que eu imaginasse tudo, todas as possibilidades. Meu peito apertava a cada comentário que lia, aparentemente as pessoas esperavam mais da "nova namorada do Ret". Me questionei o que tinha de errado em mim algumas boas vezes e então, entrei no instagram de Anna para entender o porquê de ser tão "melhor" que eu. O que não foi difícil de entender. Suas poses, jeitos perfeitamente calculados facilmente seduzem qualquer pessoa. Suas fotos pareciam que saíram diretamente de um book de uma agência de modelos. E eu? Eu nem fotos tiro.

- Se amarrou no presente, né? - Me viro quando a voz rouca de Filipe. - Dormiu com ele na mão e tudo. - Ele diz e eu apenas assinto. - Vamos boneca, temos um avião pra pegar já já.

(...)

Já estávamos devidamente embarcados no avião. A equipe estava reduzida mas ainda sim estávamos em bastante gente, inclusive Steff que ultimamente tem sido muito mais tolerante, até conversamos um pouco durante o caminho. Estávamos rindo das bobagens de Tico, quando a aeromoça finalmente passa oferecendo bebidas e snacks. Isso significa que estamos na metade do voo, e eu agradeço mentalmente. Voar não é uma das minhas coisas favoritas da vida.

- Olá senhores, aceitam uma bebida? - A mulher pergunta e Tico rapidamente sinaliza que sim e eu pego apenas um copo d'água.

- Babi nem disfarça que 'tá morrendo de medo. - Tico implica comigo e quando levanto a mão para mostrar o dedo médio o copo a minha frente cai, me molhando com o resto de líquido que ainda estava dentro.

- Me empresta, amor? Ela não me deu papel. - Pergunto a Filipe e ele assente, rindo de mim.

- Parece uma criança, mané. - Ele extende o papel e eu pego da sua mão.

Meu coração acelera. Meu semblante se fecha automaticamente e minha respiração fica descompassada. Encaro novamente o papel a minha frente incrédula do que estou vendo. O nome e número da aeromoça que nos atendeu estava bem ali. Pego o papel da mão do Tico e ele me encara sem entender, e como esperado, não tem nada. Mal amada, oferecida. Ela não me viu aqui?

- O que foi, amor? - Filipe me pergunta e a minha vontade é de zunir ele longe.

- Pelo visto alguém gostou de você. - Estico o papel em sua direção e um sorriso sínico surge no rosto de Filipe, me fazendo ficar ainda mais puta.

- Para com isso, Bárbara! Não é nada demais! - Ele ri e se aproxima mas me desfaço de seus braços.

- Nada demais? Aquela bruaca não me viu aqui? - Ele gargalha e meu sangue ferve. - Aposto que você adora receber esses bilhetinhos, né? Deve ter um monte de número de mulher no seu celular! - Tento controlar meu tom de voz, mas é quase impossível. A raiva que sobe pelo meu corpo não é normal, eu não sou assim.

Me desfaço do cinto de segurança e aproveito que estou na poltrona mais próxima do corredor para escorregar mais facilmente de Filipe. Me levanto e caminho em direção ao banheiro. Ouço meu nome ser chamado algumas vezes mas ignoro. A raiva me deixou cega como se tudo ao meu redor fosse um imenso borrão, e foda-se a porra do medo de andar de avião.

Me aproximo da porta do banheiro e quando faço menção de entrar, sou praticamente arremessada para dentro por uma figura maior que eu. Filipe tranca a porta atrás dele e se vira pra mim. Ele conseguiu ser rápido o suficiente para me alcançar. O espaço pequeno, que mal cabe nós dois, faz com que ficamos próximos demais um do outro. Consigo sentir sua respiração ofegante contra a minha, e seus olhos queimando sobre os meus.

- Tá de sacanagem? Qual foi da tua? - Ele diz sério e eu estufo ainda mais o peito.

- Não sei, pergunta para aquela piranha que estava te dando mole! - Reviro os olhos e ouço a risada irônica de Filipe.

- Escuta bem o que eu vou te falar! - Filipe fala baixo e preciso, deixando meu corpo todo em alerta. Sua mão sobe pela lateral do meu corpo e seus dedos se fecham ao redor do meu pescoço devagar. - Eu tô cagando pra essas piranhas, entendeu? A única que eu quero tá bem aqui na minha frente. E não adianta ficar com essa marra... - Ele aproxima da minha nuca e sua respiração me arrepia. - Porquê só me dá mais vontade de te fuder. Entendeu?

Ele se afasta e volta a me olhar nos olhos. Tudo nele parece sereno e luxuoso, como se não estivesse nem um pouco nervoso e como se soubesse o poder que ele tem sobre mim. Minha boca estava entreaberta e tudo o que eu consegui foi manter a minha respiração, mesmo que falha. Sua mão livre caminhou até a minha boca, contornando o desenho.

- Fala pra mim, boneca. Você entendeu? - Sua voz um pouco mais rouca fez com que eu perdesse o pouco do raciocínio que ainda tinha. Apenas concordo com a cabeça. - Não... Eu quero palavras, Bárbara. - Filipe fica a poucos centímetros de distância.

- Eu... Eu entendi. - Engulo seco tentando buscar palavras. - Eu entendi, Filipe. - Consigo me recompor quando encontro apoio na lateral da cabine.

Junto forças o suficiente para encara-ló com firmeza e então, fico apenas com a imagem de um sorriso malicioso a minha frente antes de tomar minha boca. A mão que estava na minha bunda agora está da minha nuca, segurando firme o pouco cabelo da região e a outra está firmemente guiando a minha cintura para que trocássemos de posição. Sua língua invade minha boca com vontade e sem pressa, incendiando meu corpo mais rápido do que eu esperava.

- Fica de quatro pra mim! - Ele sussurra no meio ouvido e assinto imediatamente. Da maneira que posso, me apoio no sanitário a minha frente e empino a bunda em sua direção.

Minha calça é rapidamente abaixada e minha calcinha é rasgada sem dó. Antes de entrar em mim, sinto sua boca me lambuzar ainda mais, brincando entre o meu clitoris e a minha entrada. Mordo os lábios o mais forte que posso para abafar o gemido. Sinto Filipe se posicionar em mim enquanto uma de suas mãos seguram meu cabelo com força, o pouco espaço e a instabilidade faz com que ele entre de uma vez só. Sua mão ágil vai até a minha boca antes que o grito pudesse sair.

Nossas respirações descompassam conforme os movimentos se aceleram e ficam ainda mais intensos. Filipe aperta forte a bunda a cada urro que solta de prazer, a essa altura do campeonato o fato de estar dentro da porra de um avisar havia virado apenas um detalhe. Tudo que importa nesse momento é nós dois, e como Filipe consegue transformar qualquer situação normal em uma aventura sexual de outro nível.

- Tudo bem? - Filipe pergunta quando sai de mim, me retornando a posição normal enquanto eu tento recuperar o fôlego.

- Melhor do que antes. - Solto uma risada. Minhas pernas ainda bambas me obrigam a apoiar na lateral da cabine.

Quando finalmente conseguimos nos recompor, Filipe sela nossos lábios e abre a porta da cabine, evitando fazer muito barulho para não chamar atenção. Sigo logo atrás do mesmo, e assim que entramos no corredor das poltronas, Sheila, a aeromoça que nos atendeu mais cedo, entra no meu campo de visão alternando o olhar curioso entre mim e Filipe. Provavelmente tentando imaginar o que acabou de acontecer.

- Oi, Sheila, certo? - Chamo sua atenção e ela concorda com a cabeça sem graça. Filipe continua andando até chegar no nosso assento. - Será que você pode me trazer um copo de água? Mal cheguei em Recife e já está quente.

WAR com Filipe Ret • By ToryOnde histórias criam vida. Descubra agora