P.O.V Filipe Ret
Se há um tempo atrás me contassem a história desses seis anos até aqui, eu ia desacreditar firme. Isso tudo não estava na visão do Ret de um tempo atras, mas papo reto mermo, sempre foi o sonho do Filipe. Do molequinho que cresceu vendo o amor e a cumplicidade que meus pais tem um pelo outro, e no fundo eu desejava tudo aquilo pra mim. E agora tô aqui, com o dobro e mais um pouco. Esperando minha futura esposa num altar improvisado na praia enquanto nosso moleque brinca na areia, cercado da nossa família.
Desde que o Theo nasceu nós dois temos nos esforçado pra estar mais presente na criação dele. Reduzi a quase nada minha agenda de shows por mês e tô feliz pra caralho conduzindo a Nada Mal de frente, só avanço. Enquanto isso a Barbara tem tempo de tocar o estúdio de tatuagem do jeito que ela sempre quis, tá tatuando pra caralho e eu tô orgulhoso demais dessa trajetória que ela tá fazendo. Até Dona Cecília serviu de cobaia e se tatuou nessa brincadeira toda.
E no meio disso tudo acabamos esquecendo de toda formalidade que envolve o casamento, acho que nem combina muito com a gente. Mas, quando a gente resolveu vir pra Cancún descansar, achei a oportunidade perfeita e pedi a ajuda da Fernanda pra organizar tudo. Mas se eu soubesse que ela iria sumir com a minha mulher durante tanto tempo, eu nem convidaria ela pra porra do casamento.
E de repente ela toma meu campo de visão. Tudo ao meu redor parece não ter a menor importância e vira um imenso borrão. Meus pensamentos voltam pro lugar e se embaralham ao mesmo tempo. Nossos olhos se encontram e mesmo depois de seis anos, o sorriso ainda tem o mesmo efeito em mim. Diaba. Ela caminha devagar na minha direção com um buquê de rosas brancas na mão e a Fernanda, que antes estava acompanhando ela, escapa pra algum lugar que eu não vejo. Parece que tudo fica em câmera lenta.
- Oi. - Ela diz envergonhada e eu aliso sua bochecha com a ponta dos dedos. Linda pra caralho.
- Oi boneca. - Ficamos frente a frente um pro outro, nos encarando talvez mais tempo do que deveríamos.
- Podemos começar? - A cerimonialista nos chama atenção. Concordamos com a cabeça e viramos de frente pra ela. - Estamos aqui hoje para celebrar a união de Filipe e Bárbara. Desse casal que inspirou e inspira milhares de pessoas ao seu redor, que transparece amor e cumplicidade a todos que os conhecem mais de perto. - Sinto as mãos de Bárbara envolverem a minha, o que me deixa menos tenso. - Um casal que enfrentou altos e baixos para que hoje pudesse estar juntos, desfrutando desse amor. A escolha dessa cerimônia foi apenas uma materialização do que já é concreto dentro de seus corações, mas a materialização mais bonita e pura que Filipe pode fazer, Bárbara. - A encaro toda concentrada nas palavras da mulher, com os olhos cheios de lágrimas. - Essa história é a real glória, digna de cinema. E enquanto estiverem lado a lado, aproveitem cada momento pois separados são fortes, mas juntos imbatíveis.
Oficialmente casados.
Minha sogra insistiu pra deixarmos o Theo com ela e curtirmos um momento a sós. Gosto pra caralho dos momentos que ficamos todos juntos, mas agora era a hora de curtir só eu e Bárbara, pelo menos um pouquinho. Nesse momento ela sentada na minha frente, com as costas coladas no meio peito, deixando a água quente da banheira relaxar o corpo. Depois do champanhe e da comemoração em família, decidimos curtir do nosso quarto mesmo.
- Já tá na hora de preencher esse espaço aqui, né? - Pergunto e ela alisa devagar a parte "em branco" do meu braço, onde desde que eu vi o desenho dela a primeira vez, disse que faria. - Não esqueci daquele desenho.
- Mas amor, é uma tatuagem. Vai ficar pra sempre em você. - Bárbara diz e logo começa a morder os lábios como ela sempre faz quando tá ansiosa ou nervosa.
- É isso que eu quero, você pra sempre comigo. - Envolvo meus braços ao seu redor e deixo aquele cheiro gostoso tomar meus sentidos. Porra, ela pode mudar de shampoo, sabonete, de perfume, mas sempre vai estar com o mesmo cheirinho.
Quando ela se vira um pouco e eu sinto o clima esquentar, meu celular toca. Ela me olha espantada e com certeza pensamos a mesma coisa: Theo. Depois que tu vira pai tu não tem um minuto de paz nem pra fuder.
- Tenta pegar aí amor, pode ser sobre o Theo. - Ela se estica me dando uma visão privilegiada da sua bunda, que se fosse em qualquer outro momento eu estaria babando, mas só de pensar que pode ter acontecido alguma coisa com o meu filho eu fico tonto.
- É uma chamada de vídeo Cabelinho. - Ela da uma risada e atende me entregando o celular, e eu faço o possível só pra mostrar nossa cara, já que ela ta peladona.
- Coe viado, casaram "mermo"? - Né possível que esse cara ligou logo agora pra falar disso.
- Ainda irmão, tava na hora né. - Digo e Babi apenas gargalha em resposta, ela se amarra nessas bobeira.
- Tava mermo, meteu logo um moleque na Babizinha. Tem que casar fi, tem essa não. - Parece que tiraram o dia pra isso, ele e Tico podem dar as mãos.
- Até tu cria? Aí não. - Digo e Babi pega o celular da minha mão. Por um momento meu coração quase para, mas ela segura firme o celular antes que pudesse mostrar alguma coisa.
- E você? Vai casar quando? - Ela diz e ele gargalha do outro lado. - Até minha mãe tá namorando, Victor. Só falta você!
- Sai dessa filha, nasci pra essa vida não. Little Hair é casado com a putaria. - Babi estala a língua no céu da boca e me entrega o telefone de novo.
- Com todo respeito irmão, agora tá na hora do fight. Não empata a foda não. - Falo quando começo a sentir a bunda dela perto demais. A cabeça começa a pensar mil e uma baixaria.
- Ces são foda mermo, né. Vai lá, vai lá família. Amo vocês! - Nos despedirmos e eu jogo o telefone no balcão de novo.
É que hoje eu prometo eu vou me entregar
Viajar pra muito longe daqui.Fim.
VOCÊ ESTÁ LENDO
WAR com Filipe Ret • By Tory
Fanfic"Somos reféns da nossa chama, réus do desejo que arde. A ilusão nos acompanha e o fim segue desconhecido. Luxúria ou Trauma? Não se preocupe, sou obstinado e, só pra você lembrar, estou louco para voltar." - Obra ficcional. Nada escrito condiz com a...