Capítulo 42

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P.O.V Bárbara Castro

Me senti aliviada quando consegui fugir do assunto que Filipe queria entrar, eu realmente ainda não estou pronta para falar disso. Ele havia me ajudado a colocar os móveis no lugar, e terminar de limpar algumas áreas que ainda faltavam. Subimos para o apartamento de Nanda para que eu pudesse me arrumar, e quando ela avisou que já estava a minha espera no shopping, Filipe fez questão de me levar até lá.

Durante o caminho falamos sobre trabalho, e de como ele esta feliz com o lançamento da Nada Mal. Confesso que eu também estou, é um grande passo agenciar outras pessoas e parece que sempre foi um sonho pra ele, e fazer parte disso não tem preço. Ele me mostrou algumas músicas do álbum novo e disse que uma em específico eu só escutaria no dia do lançamento, o que me deixou um pouco frustrada.

Filipe tem o dom de fazer com que qualquer coisa vire um assunto muito interessante, e quando me dei conta já estávamos rindo e conversando feito duas maritacas. O celular de Filipe que estava no console do carro tocou, o que nos distraiu do assunto.

- Atende pra mim, por favor! - Ele diz e eu receio um pouco antes de pegar o celular. Estamos entrando em um nível de intimidade que eu realmente nunca estive com ninguém antes. Me estico um pouco e pego o mesmo

- É uma chamada de vídeo do Djonga. - Digo quando vejo o visor. Ainda não me acostumei a lidar com famosos que acompanhei durante minha adolescência com tanta normalidade. - Puta merda, esse cara é foda. - Digo um pouco nervosa e Filipe gargalha enquanto faz a curva.

- Atende logo, boneca. - Consigo ver o sorriso divertido ainda em seus lábios. Puta merda! Seco as mãos suadas na calça em que eu estava vestindo e atendo o celular, virando o visor para que ele veja apenas a imagem de Filipe dirigindo.

- Fala irmão, como 'ce tá? - O sotaque de Djonga soa do outro lado da chamada. - Estou indo pro Rio amanhã, quero trocar a ideia daquele som contigo.

- Só brotar, irmão. Vai vir pra inauguração da Nada Mal, cuzão? Não quero desculpas! - Filipe fala ao mesmo tempo em que tenta focar no trânsito. Um carro tenta nos ultrapassar e Filipe freia bruscamente fazendo com que seu celular caísse da minha mão.

- Porra. Merda! - Pego o celular e fico cara a cara com Djonga. Coro de vergonha e viro o celular pro Filipe que está rindo feito bobo.

- Tudo certo aí? - Djonga ri do outro lado e sinto meu rosto queimar.

- Essa é a Babi, Djonga. - Viro a câmera do celular e dou um xãozinho para não parecer mal educada. - Ela é sua fã! - Filipe diz e eu viro o rosto bruscamente para encara-lo. Eu já estava envergonhada o suficiente.

- Satisfação, Babi. Fico feliz que 'ce curte meu som. - Dou um sorriso para a câmera e resmungo alguma coisa quase inaudível. - Chegar no Rio te ligo irmão. Tchau Babi! - Ele desliga o telefone.

- Mano, que vergonha! - Digo quase enfiando a minha cara nas mãos. Filipe gargalha divertido ao meu lado e eu caio na pilha também.

- Relaxa, Djonga é o cara mais de boa que eu conheço. - Filipe coloca a mão na minha coxa e minha pele se arrepia quase automaticamente.

Pigarreio ao perceber que ainda estou com o seu celular na mão e rapidamente o coloco onde estava anteriormente. Todo seu carinho, toda nossa intimidade repentina faziam eu me sentir um tanto quanto estranha. É bom, muito bom na verdade, mas é como se a qualquer momento isso tudo fosse acabar. Como se de alguma forma eu sentisse que não merecesse isso, está tudo muito confuso. Eu não sei como retribuir.

Ele estacionou o carro em frente à entrada do shopping, minhas mãos estavam na maçaneta para abrir a porta quando o ouço pigarrear e me viro, ele está perto demais. Seus lábios rosados estão perto demais. Seus olhos intensos estão a procura do meu.
Selei nossos lábios e suas mãos envolveram a minha nuca os pressionando ainda mais, meu coração acelerou com a atitude diferente mesmo estando só nós dois aqui. Ele se afasta e sorri, puta merda, que sorriso.

- Agora pode ir, boneca. - Ele pisca e eu finalmente saio do carro, ainda atordoada.

Encontro Nanda em frente a uma loja de móveis imensa, nego com a cabeça mas ainda sim ela me puxa para entrar na mesma. Passamos horas andando de um lado para o outro, e cheias de sacola de compras que eu obviamente recusei mas Nanda simplesmente me obrigou a aceitar. Compramos quadros, edredons imensos, travesseiros, plantas, e tudo quanto é coisa relacionada a casa que eu sinceramente achava desnecessário mas Nanda sempre arrumava uma justificativa para a compra.

Chegamos indo diretamente para o meu apartamento. Ainda é estranho aceitar que é de fato "meu". Colocamos em ordem as decorações e levamos o que podíamos até a lavanderia do prédio. Não vou mentir, estava extremamente feliz vendo tudo tomar forma e se adequar aos meus gostos.

- Será que ela vai gostar? - Pergunto a Nanda enquanto recolho as embalagens jogadas pelo chão. - Será que ela vai querer vir? - Respiro apreensiva.

- Olha, ela com certeza vai amar e vai ficar muito orgulhosa da mulher que você está se tornando. - Nanda segura os meus ombros e da um sorriso me animando um pouco. - Olha tudo isso, está a sua cara! - Ela diz e eu olho ao meu redor novamente.

- Hm. Estou morrendo de fome. - Resmungo e Nanda levanta o dedo indicador sinalizando uma ideia. Lá vem!

- O que acha de chamarmos Tico e o Filipe para vir comer com a gente? - Não seria uma má ideia. - Hm. Pode ser Japa? - Concordo lembrando de quando provei pela primeira vez e meu estômago ronca.

WAR com Filipe Ret • By ToryOnde histórias criam vida. Descubra agora