Capítulo 33

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P.O.V Bárbara Castro

As últimas semanas tem sido uma correria sem fim para Filipe, o que consequentemente é pra mim também. A obra da nova gravadora já tinha sido finalizada e eu fiquei responsável por garantir que todas as instalações gerais sejam feitas, recebimento de móveis seja concluído e ainda auxilio no que posso para deixar o mais limpo possível. A inauguração seria apenas em alguns dias e estávamos correndo para que tudo desse certo. Enquanto isso Tico estava junto com os meninos finalizando o álbum, acompanhando os clipes e lidando com as demais burocracias.

Já passava das 18h e meu estômago estava roncando de fome, não consegui parar para almoçar então fiz apenas um lanche rápido que não cobriu nem o buraco do dente. A essa altura do campeonato eu já estou descalça, toda suja de poeira e descabelada, parar para comer seria um luxo agora.

- Meninas, vocês já podem ir. Está tarde! Pode deixar que eu termino aqui sozinha. - Digo para as meninas que contratamos para auxiliar na limpeza. Elas chegaram aqui as 6 da manhã, ajudaram mais do que o necessário, era mais do que a hora libera-lás.

- Obrigada dona Babi, nos vemos na quarta que vem então? - Confirmo com um sorriso, quinta seria a inauguração.

O eco da porta se fechando toma o local e olho ao redor para ver por onde vou começar. Faltavam apenas algumas coisas para limpar, e até o dia da inauguração não seria bom que acumulasse poeira, ou o trabalho um dia antes seria ainda pior. Começo varrendo o banheiro, depois a mini cozinha, e então as salas de gravações e recepção. Sinto um frio na barriga gostoso ao ver tudo tomando forma, é como se toda aquela conquista fosse uma parte minha também.

- Tem alguém com fome aqui? - Ouço a voz de Filipe ecoar na sala e nossa, já disse que é a visão do paraíso?

- Você ouviu minhas preces! - Ele da um sorriso e coloca as sacolas em cima de uma das mesas vazias.

- Gosta? - Ele aponta para as sacolas e eu vejo a logo de comida oriental.

- Olha, eu nunca comi, mas com a fome que eu tô eu como até tijolo. - Ele sorri novamente e me olha, caminhando em minha direção. Puta merda acho que eu nunca vou me acostar com isso.

- Você vai gostar! - Meu coração acelera com a sua aproximação como se fosse a primeira vez que estivéssemos nos vendo. Ele tira a vassoura da minha mão e caminha em direção a mini cozinha. - Tem copo descartável aqui? - Sua voz me desperta e então eu percebo que ainda estava na mesma posição.

- Ãhn, é... Tem, tem na gaveta. - Pigarreio tentando soar firme e então percebo o quão acabada eu estava depois de um dia inteiro de trabalho, por alguns segundos havia esquecido. Passo as mãos no cabelo freneticamente na tentativa de acalma-los e disfarço quando percebo sua presença de volta no local.

O cheiro da comida invade minhas narinas e meu estômago ronca, se o gosto for tão bom quanto o cheiro, eu estou feita. Filipe tira as embalagens da sacola, junto com o refrigerante e meus olhos viajam pelo seu corpo. Ele estava sem camisa, com uma bermuda preta e tênis preto. O óculos escuro estava pendurado do pescoço junto com as suas correntes, eseu peito brilhava em suor e puta merda, eu estou com inveja do suor nesse exato momento. Meu estômago novamente ronca me trazendo para a realidade.

- Prova esse primeiro, é frito. - Ele aproxima os palitinhos da minha boca, que não demoro muito para abrir pronta pra receber qualquer coisa que viesse daquelas mãos.

- Porra! Isso é bom! - Falo ainda mastigando e ele ri enquanto abocanha uma das peças também. - Nossa, muito bom!

Puxo uma das cadeiras e ele faz o mesmo para que possamos comer. Filipe, em diversas tentativas frustradas, me ensinar a usar o hashis mas é quase impossível. Como esses caras consegue usar isso com tanta facilidade? Ele apenas se divertia com a situação. Provei todos os tipos de rolls que ele trouxe e, não sei se foi pela fome, mas agora definitivamente comida japonesa é a minha preferida. Sem dúvidas!

Me sento no chão e estico o corpo na tentativa de relaxar um pouco antes de ir embora, a comida pesou legal. Filipe me acompanha sentando na outra extremidade, de frente pra mim. É incrível como ele com o buchinho cheio consegue ficar ainda mais atraente. Cautelosamente o observo quando ele respira fundo e olha ao redor da recepção, onde nós estamos.

- Está feliz? - Pergunto mesmo já sabendo a resposta, ele está transcendendo felicidade.

- Pra caralho! - Ele ri frouxo. - Passei por várias merdas até chegar aqui.

- Acho que eu nunca te agradeci. - Seus olhos pousam em mim e seguro um pouco o ar antes de falar. - Obrigada por ter me dado essa oportunidade. Eu estou muito feliz em fazer parte dessa sua nova etapa. - Olho para baixo um pouco envergonhada, mas aliviada por dizer isso em voz alta. Se não fosse Filipe, eu nem sei o que eu estaria fazendo agora.

- Eu me arrependeria se não tivesse te contratado. - O sorriso presunçoso toma seus lábios e mesmo estando só nós dois, coro envergonhada e ele começa a rir. - Mas papo sério, eu quero você comigo aqui na Tudu Bom. Me ajudando a cuidar da porra toda aqui. - Ele ajeita a postura e sua proposta me pega de surpresa.

- 'Ce tá falando sério? Eu... Eu não sei, não sei se posso aceitar isso. - Enrolo o fio de cabelo na ponta dos dedos em nervosismo enquanto seus olhos me penetram.

Filipe passa a língua nos lábios e envolve as mãos firmes em cada tornozelo meu, me puxando bruscamente pra frente. Deixando minhas penas ao redor da sua cintura e nossos rostos frente a frente. Talvez por conta do pouco tempo que tivemos durante esses últimos dias, mas o estranho frio na barriga e o calor do seu toque tomam conta de mim. Como se fosse a primeira vez que estivéssemos fazendo aquilo.

- Você está sendo incrível durante esses meses, é o mínimo que eu posso fazer por você. - Ele novamente molha os lábios com a língua e eu juro, se ele fizer isso mais uma vez eu não sei se vou conseguir controlar minha sanidade.

- Ser incrível é o mínimo que eu posso fazer por você, pelo Tico, pela Nanda... - Suas mãos saem da lateral da minha perna e pousam na minha cintura, acentuando ainda mais as borboletas no meu estômago.

- Isso é um sim? - Reviro os olhos e concordo com a cabeça rindo, ele faz o mesmo e a nossa proximidade faz com que eu perceba sua outra mania, por a língua entre os dentes quando sorri.

Nossos olhos se encontram e porra, como ele consegue fazer com que eu me sinta uma adolescente de 15 com tesão de 50 greys? Sua boca levemente se abre enquanto observa cada parte do meu rosto, e principalmente da minha boca. O quão suja, suada e descabelada eu estava nesse momento estranhamente não me importa. Eu estava hipnotizada com seu olhar sobre mim, e só sai do transe quando senti sua língua quente invadir minha boca e suas mãos apertarem firme a minha cintura.

WAR com Filipe Ret • By ToryOnde histórias criam vida. Descubra agora