⚠️ Atenção ⚠️
Esse capítulo contém cenas de violência
caso seja sensível ao assunto, peça um
resumo no instagram @toryautoraP.O.V Bárbara Castro
- Acordou cedo... - Brinco com a pontinha de seu nariz, que por sinal é uma das minhas partes preferidas. - O que houve?
- Não consegui dormir depois que tu levantou. - Ele fecha os olhos sentindo o sol no seu rosto. - Na real dormir sem você é uma merda, sem ko. - Dou um sorriso concordando em pensamento. Sinto a mesma coisa.
- Já dei o papo pro Cabelinho. - Ele se ajeita na cadeira de praia e eu o encaro curiosa. - Se ele te der maconha de novo vai ficar sem dedo. - Tento segurar a risada.
- Como você sabe que foi ele? - Ele me encara debochado e eu entendo como um "Eu sei de tudo". - Para com isso! Você tem sua própria marca de maconha e agora tá nessa? - Brinco com ele e seu semblante fecha.
- Isso é outro papo, não quero você envolvida com essas merda. - Ele diz e eu entendo como uma forma de proteção. - Eu que sou o drogado da relação, sacou? - Ele ri quebrando o clima e se estica abraçando minhas pernas.
Já estávamos na praia desde cedo, o por do sol já estava próximo e eu insisti para que ficássemos para assistir.
- Quer dar uma volta, boneca? Mais um pouco você vai torrar em baixo desse sol. - Filipe se levanta e coloca a mão sobre os olhos para cortar o sol.
- Vamos! - Levanto e visto a saída de praia. Aceno para a minha mãe e aviso que logo estaríamos de volta.
Filipe me estica a mão e vamos caminhando sem rumo pela areia. Sem falar nada, só o barulho do mar e o nosso abraço. Enquanto olho o céu sinto seu abraço me apertar um pouco mais e então somos paramos por alguns fãs que estavam em um quiosque próximo.
- Valeu aí, Ret! Tchau, Babi! - O menino diz e eu aceno voltando a caminhar. Ainda é estranho demais ouvir pessoas que eu não conheço falar meu nome.
Assim que nós viramos, uma gritaria nos chamou atenção nos fazendo olhar novamente para o quiosque. Meu corpo paralisou, minha boca abriu e meu coração disparou. É como se minha alma tivesse saído do corpo e de repente eu estava observando tudo como uma narradora.
O homem grita com a mulher e a segura pelo cabelo arrastando pra fora do local. Ninguém faz nada. Ela reclama de dor e tenta se desvencilhar do seu aperto. Ninguém faz nada. E então, o primeiro tapa. Eu simplesmente paro de sentir, o vento, o sol, a areia sob meus pés. Eu paro de ouvir também, não ouço mais a voz do Filipe, nem a voz do homem, nem o choro da mulher. Minha respiração fica ainda mais ofegante.
Vejo Filipe no meu campo de visão correndo em direção ao quiosque. Ele empurra o cara, que cambaleia pra trás e quando ele vai ajudar a mulher a se levantar, o cara vai em sua direção. Filipe fecha o punho e acerta um soco em cheio na boca do cara. Todos do quiosque olham assustado e assim que reconhecem Filipe, começam a gravar. Filipe volta sua atenção para a mulher no chão e a levanta com cuidado.
E então a sirene da polícia me tira do transe. Pisco algumas vezes e caminho rápido em direção a pista, chamando atenção do carro que para o um pouco à frente.
- Aonde ele tá? - O policial saca a arma e vai em direção ao quiosque. Seu primeiro alvo é o Filipe, mas o policial muda o foco quando a mulher indica.
- É ele, senhor! - Ela chora e eu caminho até ela, abraçando-a de lado.
- Todo mundo 'tava envolvido? - O fardado pergunta.
- Não senhor, ele só me defendeu. Eles vieram me ajudar! - O policial concorda e encara o Filipe novamente.
- A senhora quer prestar queixa? - A mulher para um pouco e eu passo a mão em suas costas incentivando a resposta. - Sim! Sim eu quero, senhor! - Ela diz e limpa as lágrimas.
- A senhora pode me acompanhar até a delegacia por favor? - Ela concorda com a cabeça e então caminha até o policial.
- Obrigada, gente! Muito obrigada! - Ela diz e segue o mesmo, enquanto o outro policial leva o cara pelo colarinho da camisa.
- Cuzão do caralho! - Filipe diz e da o dedo do meio pro cara antes de virar em minha direção. - Como você tá, boneca? - Seu semblante rapidamente se torna preocupado.
- Melhor sairmos daqui! - Digo e ele concorda com a cabeça, me guiando pelos ombros.
Decido não caminhar mais. Minha cabeça passa um turbilhão de pensamentos ao mesmo tempo e eu nem se quer consigo raciocinar. Voltamos para o local onde estávamos e deixo por conta de Filipe avisamos que iríamos para casa. Não queria falar. Não queria que minha mãe me perguntasse o que aconteceu, não sei mentir pra ela e não queria estragar seu passeio com uma informação tão invasiva. Ela está tão bem.
- O que você quer comer, boneca? - Filipe sai do banheiro ainda secando o cabelo molhado com a toalha.
- Nada, amor. Não tô com fome. - Digo desanimada ainda na cama.
- Tu não comeu nada cara! - Torço o cenho. Desde que chegamos da praia eu não comi, não levantei da cama e nem disse muitas coisas. - Eu sei que tu tá bolada por causa do bagulho da praia. Se eu pudesse quebrava aquele maluco na porrada, mas tô ligado que é por causa dos bagulho que tu passou. Mas olha onde nós tá - Ele se joga em cima de mim e um semi sorriso brota nos meus lábios. - Tua mae tá com nós, feliz pra caralho. Essa nuvem negra passou, boneca. - Ele começa a distribuir selinhos por toda parte do meu rosto e eu começo a rir, não consigo controlar.
- Eu quero misto quente! - Ele para e me encara.
- O que? - Ele sorri - Eu sabia que tu tava com fome, sua fominha! - Gargalho e ele volta com a sessão de beijos.
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WAR com Filipe Ret • By Tory
Fanfic"Somos reféns da nossa chama, réus do desejo que arde. A ilusão nos acompanha e o fim segue desconhecido. Luxúria ou Trauma? Não se preocupe, sou obstinado e, só pra você lembrar, estou louco para voltar." - Obra ficcional. Nada escrito condiz com a...