P.O.V Bárbara Castro
Remexi na cama ignorando meu estômago roncar, mas é impossível. Uma fome surreal tomou conta de mim e a vontade de comer os ovos mexidos que Filipe faz de manhã fez minha boca aguar, me forçando a abrir os olhos. Filipe aperta o braço ao meu redor quando sente eu me mexer, eu não queria acorda-lo mas a vontade é maior que eu.
- Amor? - Balanço Filipe pra que ele acorde. - Amor eu tô com fome! - Resmungo. Maldita hora que eu fui pegar aquele baseado com o Cabelinho.
- Hm? - Ele abre os olhos devagar e passa a mão no meu rosto. - Tá de larica, novinha? - Ele ri e eu reviro os olhos. Concordo com a cabeça.
Pego do chão a primeira peça que vejo e visto, indo atrás de um short logo depois. Filipe também se veste e então, saímos do quarto sem fazer muito barulho e caminhamos até a cozinha.
O cheiro dos ovos esta me fazendo quase subir pelas paredes. Eu nunca senti uma fome tão forte senhor. Observo Filipe na cozinha enquanto brinco com a banqueta que eu estou sentada, mas meus pensamentos viajam quando a tela do meu brilha notificando as diversas solicitações para aceitar no meu instagram.
- Filipe? - O chamo e ele responde com um resmungo. - Você já imaginou um dia estar vivendo tudo isso? Tendo a vida que tem? - A pergunta reflexiva me embala também.
- Já. - Ele se vira um pouco pra conseguir me ver. - Tudo que eu conquistei já foi imaginado um dia, até você. - Ele diz e eu fico surpresa com a resposta.
- Até eu? - Não consigo conter o sorriso no rosto.
- Tu acha que eu nunca te imaginei de quatro pra mim? Te fodendo gostosin igual ontem? - Um sorriso malicioso surge em seus lábios e eu taco o pano de prato em sua direção. - Mas é sério, eu penso em tudo Bárbara. A primeira vez que eu viajei pro EUA, olhei pro telão da Times Square e pensei "Eu ainda vou me ver nessa porra!". Um ano depois eu tava lá. Tudo que eu tenho foi sonhado e conquistado com muito suor. - Ele se vira e coloca os ovos no prato a minha frente. O profissional que Filipe é, a garra que ele tem, é um das coisas que eu mais admiro.
- Que foda! - Digo ainda impactada com suas palavras. - É muito louco, porque eu não me imaginava vivendo tudo isso. Eu nunca pensei em nada disso, sabe? Agora eu tenho mais de mil solicitações do Instagram e um namorado famoso. - Rio das minhas palavras mas logo meu semblante fecha. - Agora eu finalmente livrei minha mãe dele... - Toco em um assunto que ainda é delicado pra mim. Não falo muito com Filipe sobre meu passado e ele também não pergunta, é como se entrássemos em um acordo privado de não falar sobre isso.
- Sem sonho a vida não tem graça, boneca. Deixa tua mente voar! - Ele da a volta e senta do meu lado, me extendendo o garfo. - Eu ainda não esqueci da ideia das tatuagens. - Sorrio e quando penso em responder, ouço sussurros e risadas abafadas vindo da escada.
Filipe e eu nos entreolhamos, mas logo os donos das vozes aparecem. Steff e Cabelinho surgem do nosso campo de visão, trocando carícias e rindo mas logo param quando nós veem na cozinha. Sttefane cora da cabeça aos pés e estica um pouco mais a blusa para baixo constrangida. Cabelinho continua os beijos na nuca dela mas logo para quando ela dá uma cotovelada para trás pra que ele preste atenção.
- Servidos? - Filipe fala com a boca cheia e estica o prato com omeletes na duração deles.
- Achei que tivessem brigados. - Digo rindo ao lembrar da conversa que tive com Cabelinho há uns dias atrás. Aparentemente ele estava incomodado demais com a liberdade dela.
- Impossível ficar longe da minha loira. - Ele cheira sua nuca e ela ri sem jeito.
- Não era pra vocês verem isso aqui. - Ela aponta para Victor Hugo. - Agora eu tô envergonhada, gente.
- Qual foi? Tá com vergonha de mim? - Ele questiona e eu caio na gargalhada.
- Senta aí, gente! - Aponto para as banquetas.
A madrugada seguiu divertida, botamos o papo em dia e Steff aproveitou para me mostrar algumas fotos que ela fez minha durante a festa. Mesmo a repreendendo e reforçando que era o dia de folga dela, ela fez as fotos sem que eu soubesse e ficaram simplesmente maravilhosas. Quando o sol começou a raiar, resolvemos ir dormir.
- Bom dia! - Digo para o pessoal sentado à mesa. Consegui dormir mais um pouco, mas não o suficiente. Então resolvi levantar da cama logo e por mais que eu quisesse ficar ali com Filipe, eu estava doida pra ver o mar pela manhã.
Caminho até a minha mãe dando um beijo no topo da sua cabeça, mas logo meu semblante muda ao ver ela com tantas risadinhas para o celular.
- Posso saber por que tá rindo tanto, Dona Cecília? - Questiono e ela ri envergonhada, bloqueando o celular e se voltando para a mesa.
- Nada demais não, filha. O Fábio mandou um vídeo bonito de "Bom Dia". - Rapidamente troco olhares com Nanda que ouviu o mesmo que eu.
- Fábio? O Seu Fábio? Nosso porteiro? - Digo e ela concorda com a cabeça. O sorriso brota no rosto de Nanda, me incentivando a fazer o mesmo. - Mãe! - Brinco e sento ao seu lado na mesa.
- Deixa ela, amiga! Seu Fábio é maior partidão. - Nanda diz antes de morder o pão.
- Isso aí! Cecília tá nova e toda bonitona, merece um gatão pra ela. - Dona Solange diz e eu caio na gargalhada.
- Que história é essa de gatão, aí? - A voz rouca do Filipe ecoa fazendo todos olharem. - Só vai namorar minha sogra se eu aprovar. - Ele cumprimenta todos da mesa até chegar em mim e selar nossos lábios.
- Para, gente! - Minha mãe cobre o rosto com as mãos. - Ele só pegou meu número para avisar quando tem encomenda na portaria, só isso.
- Hm, sei! - Tico debocha do outro lado da mesa. - Foi a mesma coisa com a Nanda, eu só peguei o numero dela pra saber se o Filipe tinha chegado bem em casa. - Ele conta e todos da mesa riem.
- Tiago, poupe-me detalhes filho. - Meu sogro diz e não me controlo, rio mais ainda.
- Praiou, família? - Cabelinho surge no cômodo para completar a graça.
Simplesmente ele estava vestido com um chapéu de praia enorme, óculos escuro, bermuda florida, uma cadeira de praia na mão e uma caixa de som na outra. This is Little Hair!
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WAR com Filipe Ret • By Tory
Fanfiction"Somos reféns da nossa chama, réus do desejo que arde. A ilusão nos acompanha e o fim segue desconhecido. Luxúria ou Trauma? Não se preocupe, sou obstinado e, só pra você lembrar, estou louco para voltar." - Obra ficcional. Nada escrito condiz com a...