[concluida] Lalisa Manoban, proprietária de uma das gravadoras mais renomadas da Coreia do Sul, decide expandir seus negócios abrindo uma filial na Austrália, onde conhece uma voz única.
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Pov Roseanne Park
— Eu amo tanto vocês. - falei enxugando as lágrimas que teimavam em cair no meu rosto.
Passei a mão na testa de minha mãe que dormia tranquila em sua cama, meu pai estava do outro lado também dormindo.
Eu não tinha conseguido pregar o olho depois de todas as informações que recebi de Lisa, me encontrei com Jisoo de tarde e ficamos metade do dia conversando, ela via a dúvida em meus olhos enquanto eu falava, eu estava realmente em um grande empasse.
Eu já tinha desistido da música a muito tempo e pra mim retornar pra ela nunca foi uma opção, eu nunca teria tempo ou dinheiro pra tudo aquilo. Mas quando Lisa entrou em meu caminho parecia que o destino havia tratado de resolver todas essas questões, somente em outra vida eu teria uma oportunidade como aquela, eu sabia disso o que me deixava ainda mais confusa.
Aceitar aquela experiência poderia me fazer muito bem ou muito mal, se no fim eu tivesse certeza de que nada daquilo era pra mim eu iria voltar pra minha vida de sempre, mas não podia negar o quanto a vida que eu estava vivendo agora não me alegrava em nada. Eu fazia o que tinha que fazer mas não voltava pra casa no final do dia me sentindo completa, era outra coisa que me completava uma coisa que eu havia escondido, pisoteado e trancado a sete chaves dentro de mim, eu era uma grande mentirosa mentia pra mim o tempo todo.
Eu amava a música, amava estar no palco mesmo que fosse um palco cheio de pessoas desconhecidas, amava a reação das pessoas ao ouvirem a minha voz. Amava o fato de Lalisa Manoban ter visto em mim uma grande artista, mesmo que eu negasse mesmo que eu disesse não, estava no meu sangue corria nas minhas veias, Jisoo tinha toda razão eu devia agarrar aquela oportunidade, me jogar.
Mas na minha frente estava os dois motivos pelo qual eu havia me deixado tanto de lado, o amor por meus pais que eu sabia que não tinham mais muito tempo na terra.
Na verdade eu tinha medo de perder o último momento do lado dos dois, a morte não avisava ou mandava carta, ela apenas vinha e lavava embora o amor de alguém, e eles dois eram os meus.
Sai do quarto deles andando até a sala silênciosa, aquela hora todo mundo estava dormindo.
Minha mente não me permitia aquilo, me sentei no sofá encarando o vazio e levando em consideração tudo mais uma vez. Tinha outra coisa que tornava aquela decisão mais difícil, Lisa. Eu não conseguia parar de pensar nela e no nosso beijo, no jeito que ela se aproximou de mim na nossa última conversa.
O quão perigoso seria me apaixonar por ela?, e o quanto isso dificultaria um pouco as coisas.
Naquele momento desejei que alguém decidisse por mim, me falasse com todas as letras o que fazer.
Um barulho de buzina me fez sair dos meus pensamentos e eu andei até a porta sem saber quem era, quando abri reconheci o carro de Jisoo.
Liguei a luz da varanda e andei até o portão o abrindo, Jisoo saiu de dentro do carro.
— O que está fazendo aqui?, são duas horas da manhã. - ela vestia apenas um conjunto de moletom e tênis, não falou nada apenas passou pelo portão e entrou em casa comigo.
— Precisamos conversar.
Pov Lalisa Manoban
Dia seguinte, 6:30 da manhã
Jennie já tinha arrumado suas coisas na noite anterior e eu fiz o mesmo, estava triste em deixar a Austrália tão cedo, tinha várias lugares que eu ainda queria ir com ela mas haviam coisas que infelizmente eu não podia fazer através de um computador, e essa era uma delas.
Jennie ainda dormia profundo na cama, estava de bruços com o rosto enfiado no travesseiro. Olhei sua tranquilidade para dormir e senti inveja, quase não preguei o olho, pra completar tinha acordado cedo demais.
Levantei com cuidado para não acordar minha melhor amiga e sai do quarto indo em direção a varanda, o ar frio fez meus corpo se arrepiar mesmo eu usando uma camisola de manga longa. A vista era simplesmente inexplicável, um céu limpo e azul, diversos lugares tomados por grandes árvores, flores enfeitavam naturalmente as ruas daquele País tão lindo por natureza.
Eu não podia ter escolhido um lugar melhor pra abrir aquela filial, já estava com 2 contratos assinados e mais de 3 para ver. Por outro lado eu estava ansiosa para finamente lançar o primeiro álbum de Dong-hae, eu havia trabalho duro no jovem artista sentia sua voz amadurecendo a cada treinamento, todo artista que eu via sair me deixava com uma sensação de dever cumprido e ao mesmo tempo de ninho vazio, eu costumava acompanhá-los em todas as etapas.
Novamente Rosé veio a minha mente, eu seria muito feliz em acompanhá-la em todo aquele processo. Eu não tinha recebido uma resposta sua, e já sentia as minhas esperanças diminuírem a cada hora que se passava.
Eu seguiria dali pra frente sem ela, e seria uma frustração difícil de esquecer.
[...]
— Está tudo pronto podemos ir. - falei ao motorista que terminava de colocar as malas no carro, eu não iria dirigir dessa vez.
Já havia entregado meu carro alugado e apenas passaria na empresa para dar tchau aos meus novos funcionários, pelo menos era a desculpa que eu estava usando com as últimas esperanças que eu tinha de Rosé aparecer.
Seguimos para a gravadora e não demoramos a chegar, Jennie preferiu me esperar na cafeteria ela não tinha conseguido tomar seu café pois acordou um pouco tarde.
Me despedi de todos inclusive de Jisoo que já estava lá e já havia assinado contrato conosco, ela tinha um talento incrível. Mesmo que Rosé saísse da gravadora eu sabia que ainda a veria por ali por causa de Jisoo.
Encontrei Jennie na cafeteria.
— Você se importa em ir para o carro?, só preciso pegar uma coisa no escritório.
— Claro que não te espero lá. - ela sorriu antes de ir e eu dei meia volta indo para um caminho que passava longe de meu escritório.
Eu desculpa até a garagem e percebi que meu carro ainda estava lá, provavelmente pegariam dali a algumas horas.
Me aproximei dele me encostando no mesmo, olhei para o corredor e suspirei fundo. O que eu estava fazendo?, era tão difícil admitir que eu tinha perdido aquela batalha?.
Então eu finalmente desisti, estava andando pelo corredor indo até a saída quando ouvi um barulho vindo dos fundos do mesmo. Eu parei no mesmo instante sentindo meu coração acelerar de uma vez só, quando finalmente nossos olhos se encontraram.
— Você veio. - não consegui conter o sorriso ao observar Rosé ganhar o corredor, com apenas uma mala em mãos, ainda tímida.
Vestia uma calça jeans, com uma blusa branca de gola alta.
— Vou me dar uma chance. - falou sorrindo de canto.
