O julgamento

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Cristal

Minhas mãos estão suando, estou muito nervosa, essa noite eu mal dormi, Letícia ficou um tempão lá em casa me instruído como devo me comportar perante o Juiz carrasco, sei que ela está preocupada, eu a conheço e isso me deixa um puco aflita, estou agora no corredor do fórum esperanos Letícia que está atrasada, isso me faz ter alguns questionamentos, como por exemplo: Será que ela desistiu de mim ou do meu caso, afinal está para nascer uma pessoas mais pontual que ela.

Paloma- Calma ela já está chegando, precisou passar no seu escritório para pegar algo, mas já está a caminho, ela acabou de me mandar uma mensagem- respiro mais aliviada.

Iago- Para de caminhar assim Bicha, vai furar o chão, fica tranquila que Letícia vai arrebentar e você vai sai daqui livre- concordo com a cabeça respiro fundo e quando viro vejo etrarem, Matheus com duas muletas seu pai e sua mãe, um de cada lado, penso em falar com eles, mas eles parecem me reconhecer e desviam o caminho com cara de poucos amigos.

Paloma- Deixa eles amiga, você reconheceu o erro, quis corrigir e ele não aceitaram, os vilões aqui são eles-

Cristal- eu sei amiga, vou ter que lhe dar com eles me odiando, essa audiência não vai ser nada fácil-

Iago- Não mesmo, mas lembre você é uma pessoa incrível, quem perde são eles-

Paloma- Isso aí amigo, agora fique calma e se concentre no que importa-

Cristal- tudo bem! vocês estão certos minha preocupação agora é só garantir minha liberdade- assim que falo vejo Letícia chegando no fórum praticamente correndo cheia de pastas nas mãos - Falando nisso olha quem já chegou- Paloma e Iago olham para trás e logo Letícia se junta a nós.

Letícia- desculpa! tive que correr até o escritório para pegar uma pasta importante, agora vamos entrar logo, antes que o Juiz intérprete isso como falta de decoro- concordamos.

Cristal- Vamos lá seja o que Deus quiser- Paloma segura minha mão.

Paloma- Vai dá tudo certo amiga- entramos, Iago e Paloma se sentaram no fundo, o juiz já estava em seu local e a forma que ele nos olhou com desaprovação me fez ter calafrios, merda começamos bem, me sento em meu lugar e faço o que Letícia me orientou, deixar apenas ela falar por mim.

Primeiro veio a acusação, o advogado de Matheus e seus pais fizeram uma pesquisa sobre minha vida, frisaram bem que eu era uma irresponsável que só queria saber de farra e bebida, além de não medi as consequências, pois eu sempre bebia e dirigia, muitas vezes cansada após o trabalho, naturalmente algo como o que aconteceu era eminente, que eu tive muita sorte por não ter sido uma tragédia maior e etc... Ok! entendo que muito do que ele falou é verdade, o que me fez refletir sobre minha vida desde o acidente, eu não sou mais uma adolescente, mas a forma que ele falou sobre mim e meus amigos foi muito pejorativo, como se nossa vida se resumisse as inconsequência de todos os meus atos. Letícia protestou, mas pela cara do juiz e a forma que ele conduzia o julgamento, eu sabia que o caso havia sido perdido.

Houve um recesso grande, eu estava rezando que acabasse logo tudo, almocei com meus amigo mesmo sem fome e Letícia me avisou que a próxima a depor seria eu, ela me alertou que o juiz era moralista, provavelmente não seria tão fácil a decisão, mas tinhamos como contornar toda a situação, no horário marcado voltamos, então a audiência retornou, Letícia fez uma bela defesa, ela acusou a irresponsabilidade dos pais com o horário que o filho estava andando em uma pista deserta e muito longe de sua casa naquele horário, perguntou aos pais sobre o controlo que eles tinham sobre o filho e finalizou que não estava tirando minha culpa, mas era questionado também a culpa dos pais, eu nunca tinha visto minha amiga em ação e eu a admirei muito hoje. Logo foi minha vez de contar os fatos, como era inegável a questão da bebida, então tenho que ser sincera.

Olhos selvagensOnde histórias criam vida. Descubra agora