Enfeitiçado

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Alex

     Tem três dias que o bezerro está tirando minha paz, ele não conseguiu pegar a mama como seu irmão assim que nasceu e Miguel me desanimou sobre ele, isso me deixou ainda mais puto essa manhã, odeio perder uma vida, alias falando em ficar puto, quando escutei Iago conversando com Cristal enquanto andava pela fazenda, aparentimente lhe apresentar, eu fique com a merda de uma raiva, eu já disse a ele que não o quero perto dela, ele disse algo que a fez gargalhar e eu percebi que sua gargalhada era gostosa de ouvir, eu não queria que fosse para ele e estranhamente para mim, então frustrado acabei gritando com o cara que descarregava as rações por me perguntar o óbvio, merda não posso perder o controle de vez, não por causa da mimadinha.

   Foco no trabalho durante a manhã, converso com alguns peões sobre as cercas, Sandro disse que uma delas estava rompida, Jorge então promete averiguar e concertar. Já busquei informações essa manhã e tanto Cézar quanto Antônio já foram embora da minha fazenda, na verdade quando sai com Cristal de lá, parece que algus peões quiseram lixar eles, pois não concordaram o que fizeram, então eles fugiram às presas, o que foi ótimo. Termino de falar com Jorge e quando estou indo em direção ao estábulo falar novamente com Miguel, sobre o bezzerro, acho que vou sacrificá-lo logo, afinal ele não vingou, mas escuto seu caminhar em sua direção apressado.

Miguel- Patão! O bezerro mamou na mamadeira, Cristal fez um milagre, estou indo buscar mais leite da mãe- ele parece animado e passa por mim apressado, isso me deixa feliz, ela conseguiu.

Entro no estábulo, lhe pergunto sobre o bezerro e ela me ignora e depois me alfineta, posso ser maluco, mas gosto desse jeito que ela me trata, sem delicadeza, como se eu fosse um babaca normal, ao contrários de outras mulheres que me tratam cheias de dedos, se assim posso dizer. Enquanto fala comigo escuto ela gemer baixinho de dor, droga essa doida deve está segurando esse bezerro pesado no colo, eu a pergunto e ela confirma, peço para que solte e ela faz, mas como sempre me acusando, ela geme mais uma vez e tudo o que eu penso é em levá-lá para a enfermaria, ela se nega até que dê a mamadeira para o bezerro que logo ela chama de Thor, fico curioso com o nome, imagino até que seja o nome se seu ex, ela explica por que e eu concordo mentalmente, ela o salvou, o bezerro agora ele é seu, então pode nomear também, mesmo que ela não saiba.

Caminhamos lado a lado para a enfermaria com Cristal, sei que não é muito longe, temos enfermeiros aqui durante o dia, às vezes os peões fazem merda e se acidentam, eu sempre priorizei a segurança deles, por isso temos enfermeiro de plantão 5 vezes por semana? Aos sábados e Domingos, quase todos os peões vão ficar com suas esposas e filhos? por isso aqui fica quase sem movimento. Eu e cristal, continuamos caminhando em silêncio, eu também não quero puxar assunto, mas ela não consegue ficar calada muito tempo.

Cristal- Como consegue?- ela suspira, não parece se arrepender de perguntar.

Alex- Como consigo o que?-

Cristal- Caminhar tão naturalmente, desviando de obstáculos e tudo mais? Eu mesmo enxergando eu sou desastrada, vivo me estabanando nos lugares- odeio quando do ela pergunta sobre minha vida, ela me julga de mais pela minha deficiência visual.

Alex- Eu conheço essa fazenda como a palma de minha mão, aqui é proibido os peões ou empregados deixarem algo jogado no chão qualquer objeto, como pena de demissão, assim ando tranquilo, sem me preocupar com obstáculos além dos que a natureza oferece, chega de perguntas ou vai continuar me questionando sobre minha mobilidade?- ela fica em silêncio novamente, ótimo.

Logo chegamos a enfermaria enfermaria, hoje é sexta então quem deve está no plantão é Sebastião, não queria que ela fosse examida por um homem depois de ontém, mas ela não pode ficar com dor, chego no consultório e sua assistente Luiza corre até a mim e me abraça como se eu desse intimidade.

Luiza- Bom dia! Alex- ela se afasta, tudo bem já transei com ela e foi uma burrice, pois ela começou a me perceguir, mesmo eu sendo grosso, mas em minha defesa isso aconteceu antes que Sandro sem saber a contratasse e de eu saber que ela é sobrinha de Magali, desde então quando me encontra me pega pelo braço como se eu não conseguisse andar sozinho e isso me irritado, me afasto dela.

Alex- já disse que não quero que me toque Luiza, eu consigo andar sozinho, não me chame de Alex e sim de patrão- escuto o que parece uma risada baixa de Cristal, mas Luiza é cara de pau e finge que nada aconteceu.

Luiza- Dr. Sebastião está sozinho na sala, está sentindo algo Alex?- essa mulher é doida, vou ter de Demiti-la mesmo sendo sobrinha de Magali, se ela continuar assim.

Alex- Só o avise que estou aqui!- sou curto e grosso.

Luiza- Claro! estou indo, mas quem é essa aí?- Luiza está me irritando muito essa manhã.

Cristal- Sou Cristal meu bem, não sou essa aí, então faz logo o que Alex pediu já que essa é sua função- puta que pariu, Cristal tá com raiva

Luiza- Ela pode te chamar de Alex e eu não?- Luiza pergunta e eu percebo que Cristal me chamou de Alex e pior eu até gostei.

Alex- Luiza, já estou perdendo a paciência, chame logo Sebastião- ela não diz mais nada, mas escuto seus resmungou e seus saltos irritantes atravessando a sala.

Cristal- Idiota, irritante do caralho- Cristal resmunga e eu sei que é para Luiza, então fico calado, logo Sebastião chega.

Sebastião- Oi patrão! o que aconteceu?-

Alex- Cristal está com o punho e a mão doendo- Sou diretor, sei que agora ele está olhando para ela.

Sebastião- Oi prazer, Sebastião- ele se apresentam e eu não estou gostando disso.

Cristal- Meu nome é Cristal, desculpa não apertar sua mãos, mas estou sentido dor- Ótimo ela não o cumprimento.

Sebastião- Ah! sim, desculpe- ele disse desconcertado e eu não estou gostando disso, todos falam que Cristal é linda e ele deve ter notado isso também.

Alex- acabou a presepada Sebastião? agora examine logo ela- ele limpa a garganta.

Sebastião- Ah! sim, vamos Cristal- não gosto da jeito que ele fala com ela, mas não posso reclamar.

Cristal- Claro! vamos!-

Alex- Vamos logo!- tento caminha mas sinto a mão de Sebastião em meu peito.

Sebastião- As consultas são individuais sabe disso Alex, regra sua- merda eu sei que já disse a Ele para nunca entrar mais de um peão por vez em sua sala, mas nem fudendo Cristal entra sozinha naquela sala com ele.

Alex- Eu vou, ela é minha responsabilidade- tento passar e ele me impede de novo, será que vou ter que arrebentar ele.

Sebastião- desculpa, mas devo insistir, para preservar a intimidade dela- Intimidade dela ou sua idiota, estou prestes a o enfrentar mais uma vez, mas Cristal entra no meio.

Cristal- Doutor Sebastião, ele vem comigo, é melhor assim, me sinto mais segura assim depois de ontem- ouvir ela dizer que se sente segura comigo foi muito bom, não queria sentir isso, mas gostei, dou um pequeno sorriso vitorioso.

Sebastião- Então vamos logo, mas saiba Cristal que eu e o consultório não oferecemos risco algum a você-

Cristal- Eu sei- ela diz baixinho.

Alex- Vamos logo!- quero encerra essa conversa desnecessária.

Sebastião- Venham me sigam- Sebastião parece ir na frente, eu não me movo, confesso que nunca passei da recepção para ir até seu consultório, sempre nos falamos aqui, merda como faço para ir sem ser um idiota e cair? fico parado um tempo até sentir uma mão massia pegar na minha, a sensação é prazerosa e seu cheiro toma conta do meu nariz.

Cristal- vem!- ela sussurra e parece ter medo de minha reação, isso enquanto eu estou enfeitiçado com seu toque, Deus é tão bom, nesse momento sei que estou ferrado, eu a sigo em silêncio.

Olhos selvagensOnde histórias criam vida. Descubra agora