A verdade

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Cristal

Já tem uns dez minutos que estamos aqui de mãos dadas Alex e eu, nenhum de nós dois ainda não falou nada, eu não quero que ele se afasta agora, sei que é meio infantil estarmos assim, mas ele jogar o que pensa sobre mim em minha cara doeu por que é difícil admitir, mas dentre todas as pessoas aqui eu queria que ele gostasse de mim, sei que é uma tremenda burrice diante do que Sebastião falou sobre ele e como as mulheres o chamam, mas eu sou uma idiota, então decidi dar o primeiro passo.

Cristal- desculpa pelo tapa que te dei, aquilo foi horrível de minha parte, se meu pai estivesse aqui me daria uma bronca e me faria te pedir descupas, na verdade ele já fez isso, uma vez na escola, eu briguei com uma garota e eu acertei um soco em sua cara, eu deveria ter uns 12 anos e já tinha um pavio curto, quando ela me empurrou e disse que minha mãe era uma puta, não pensei duas vezes e lhe dei um soco no rosto, cheguei em casa orgulhosa por defender minha mãe e contei para meu pai, ele ficou decepcionado comigo e aquilo doeu, no dia seguinte ele me levou na escola me fez pedir desculpa a garota na frente de todo mundo, me disse que violência nunca foi a forma certa de resolver os conflitos, passei quase um mês com raiva dele, não falei com ele, mas logo entendi e o dei razão, então Alex, mais uma vez desculpas- ele continua com a cabeça virado para frente.

Alex- Cadê o seu pai?- respiro fundo.

Cristal- Morreu em uma acidente aéreo com minha mãe quando eu tinha 17 anos, fiquei morando na casa de uma amiga por um tempo, morria de medo de me mandarem para um internato, após a morte deles não acharam meus avós e na real eu nunca soube que tinha algum, mas eu sempre tive duas amigas de Infância, Paloma e Letícia elas são toda a família que tenho, Ah! agora tenho o Iago também- sorriu, estou morrendo de saudades deles, olho e Alex está bravo, mas não solta minha mão.

Alex- Você acabou de conhecer o Iago- sorriu e entendo a confusão.

Cristal- Ah! não é o Iago daqui não, é meu amigo do Rio, quer dizer mais amigo de Paloma do que meu, mas ele é ótimo-

Alex- um então tem uma paixão no Rio?- acho graça.

Cristal- Impossível, e se fosse seria platônico, pois você teria mais chance com ele do que eu- ele parece entender e muda de assundo.

Alex- entendo o quão horrível é perder alguém- ele diz e eu não quero perguntar quem ele perdeu e acabar com esse momento, afinal eu não sei até que ele vai ficar de boa comigo, Alex logo muda de assunto mais uma vez -Imagino que seus amigos sejam os três que estava com você no dia do bar, no dia que chegaram- ele dá um sorriso de canto de boca, estranho.

Cristal- Os próprios- sorriu e tento soltar a mão de Alex, mas ele não deixa.

Alex- Ás vezes é bom não ter parentes, os meus só me dão dor de cabeça- fico en silêncio e ele continua - eu te perdoou Cristal e pode ficar na fazenda, desde que pare de me evitar, estou cansado de tudo isso- Ele sabe, claro que sim, tem super poderes havia esquecido.

Cristal- Desde que pare de me esculachar-

Alex- Esculachar?- ele parece confuso.

Cristal- falar coisas ruins sobre mim-

Alex- Ok! mas eu quero saber o que aconteceu naquele dia do acidente? você disse que se arrependeu- eu respiro fundo e lhe conto, espero que ele não me julgue.

Cristal- Tudo bem! eu tinha saído de um plantão naquele dia, trabalhava em uma clínica veterinária no Rio, assim saí da clínica estava cansada então dormir a tarde inteira, quando acordei a noite e fui para a balada, bebi muito não vou negar, fui para casa sozinha e não foi a primeira vez que dirigi alcoolizada, fui muito idiota, mas foi muito rápido, desviei a atenção da estrada por um segundo e tudo aconteceu muito rápido, fiquei desesperada, liguei para Paloma, saí do carro, depois entrei em estado de choque, só me lembro de ter sido algemada, fiquei presa por um 2 dias, foram dias horrívei, até saí na porrada com uma detenta, não quero nunca mais voltar para lá-

Alex- você brigou com uma detenta e a historia de não ser violenta?- ele brinca, mas parece surpreso, eu dou risada.

Cristal- Bem, em minha defesa ela disse que eu era uma bonequinha snob e que iria me dá uma surra todos dias, elas queriam saber o que eu tinha feito para está ali, eu nunca disse, então ou eu me defendia ou só apanhava dela e das outras-

Alex- Olha só você me surpreendeu- ele sorri e seu sorriso é lindo eu quase babo.

Cristal- O nome dele é Matheus, ele quebrou o braço e teve algumas fraturas, mas foi uma lesão grave e podia ter sido muito pior, saiu nos jornais, a dona da clinica veterinária viu e me demitiu, ela não queria uma ex presidiária em sua clínica chique, mas eu entendi e desde então eu não fui em mais nenhuma festa e não consigo mais dirigir um carro, por isso meus amigos me trouxeram até aqui- suspiro, Alex me puxa para mais perto e me abraçou.

Alex- Tudo bem! Infelizmente essas coisas acontecem- ele só disse isso e ficamos ali abraçados um tempo, não queria sair, mas daqui a pouco vai escurece.

Cristal- melhor eu ir, quero dá uma olhada no potro e em Thor ainda e já vai escurecer- saiu dos seus braços e ele permite, mas eu queria que não deixasse.

Alex- ok! eu também, logo terei uma visita nada agradável- penso em perguntar quem seria, mas deixo para lá melhor não mexer em time que está ganhando, me levanto então.

Cristal- Vamos então!- ele se levanta e começamos a andar uma ao lado do outro. - eu vi a foto no quadro da casa, aquele senhor era seu avô ou seu pai?- ele

Alex- Os dois, ele morreu há alguns meses-

Cristal- Eu sinto muito- mudo de assunto - Aquela cachoeira é fantástica, muito linda- ele sorri sem jeito.

Alex- É meu lugar favorito aqui, escutar a água batendo nas pedras, sentir a brisa e o cheiro do mato e das flores é maravilhoso, Obrigado por me fazer enxergar de certa forama como ela está, ainda se parece muito com o que me lembro, o que fez por mim foi muito valioso- sorriu como uma nova.

Cristal- Sei que já disse isso, mas seus olhos são incríveis, muito bonitos- Ele parece concertar a postura, acho que não é algo confortável para ele - Desculpa às vezes falo de mais-

Alex- Tudo bem e Obrigado! não gosto que vejam meus olhos sem rumo-

Cristal- São lindos, perfeitos- eu repito quase que em um sussurro- Vamos!- mudo de assunto e dessa vez caminhamos em silêncio, acho que foi melhor assim, não foi um silêncio desconfortável parecia que cada um estava perdido em seus pensamentos, quando chegamos na frente do casarão eu aviso - Vou para o estábulo- ele não diz nada, mas eu sinto um alívio quando nos separamos, eu quase beijei aquele homem, Deus! onde eu estou com a cabeça.

Olhos selvagensOnde histórias criam vida. Descubra agora