12' - a p o s t a s e b a c o n

881 135 168
                                    

A PRIMEIRA COISA QUE PENSEI QUANDO Viola me empurrou para longe foi: Aisha vai me matar

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

A PRIMEIRA COISA QUE PENSEI QUANDO Viola me empurrou para longe foi: Aisha vai me matar.

Não que eu devesse explicações da minha vida íntima para ela, mas havia prometido aos Hurricane que estava tudo sob controle. Apenas uma festa estúpida, com uma garota estúpida para conseguir três caros e valiosos bilhetes estúpidos, e tudo voltaria ao normal.

Não sei se citei anteriormente, mas o destino amava rir da minha cara. E ele estava fazendo um baita esforço para me atrelar com aquela mimada de nariz em pé a qualquer custo.

Não poderia dizer que me resignava dela por ter me "obrigado" a voltar a jogar, pois parte de mim amou a experiência. Era reconfortante estar no silêncio quase total da caixa de novo, com a torcida ao meu favor e adversárias tão sedentas por uma vitória quanto eu. Entretanto, a linha do tempo era outra. Aquilo era parte da vida da antiga Alisson Graham.

A atual não era confiante o suficiente para fazer a porcaria de um passe sem que seu corpo travasse com memórias embaçadas pelo tempo, mas que nunca a deixariam. A bola voando pelo espaço vazio onde antes a rede de uma crosse estava, a outra jogadora sussurrando que não queria, e não poderia se misturar com alguém como eu. Alguém sujo e marcado.

E se acontecesse de novo, na frente de dezenas de telespectadores e na frente dela?

Havia um limite para a quantidade de humilhação que até mesmo eu aguentaria. Resiliência e orgulho nenhum me livrariam de uma ou duas lágrimas caso fosse ignorada em campo de novo.

Portanto, foi um saco quando Viola me destrinchou nos chuveiros. Ela não sabia de nada, como sempre, mas eu não a culpava, pois sua raiva tinha motivo daquele vez. Era seu nome que estava em jogo, sua recém reconquistada popularidade e glamour. E eu poderia ter estragado tudo.

Porém, o orgulho. Ah, o orgulho era minha cadela inseparável.

Foi o que me moveu a fazer aquilo? Provavelmente não. Havia mais aquele desejo, a curiosidade de saber qual seria a reação de Sovereign, e foi ótima. Seu silêncio abismado depois do beijo foi o melhor prêmio da noite, os primeiros segundos de paz em um bom tempo, melhor até do que o anuncio da treinadora de que pagaria uma rodada de lanches para todas as jogadoras.

Cerca de treze Tormentas — titulares e substitutas —, um mascote ainda bêbado de animação, uma coruja velha resmungando sobre como adolescentes eram um porre e um Ares se espremeram dentro da kombi surrada de Raynolds. Desconsiderando o assoalho feito de remendos, o cheiro de 100 anos de acumulos de salgadinhos e a playlist 80s que tocava nos autofalantes, era um bom ambiente.

— Gente, acho que vou vomitar! — Alanna anunciou, tapando a boca com as mãos — A vagabunda da camisa cinco me deu uma cotovelada digna de karatê!

— Aquela garota era uma mercenária! — Anne Carvalho, a segunda goleira, concordou — Viu a entrada que fez na nossa sete?

— Se fosse comigo eu teria rachado a crosse na cabeça dela. — Specer decretou, espremida nos últimos bancos — Não é, Alisson?

FAKE GAME | ⚢Onde histórias criam vida. Descubra agora