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AS LUZES FORAM ACESAS NOVAMENTE

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AS LUZES FORAM ACESAS NOVAMENTE. Aplausos, assobios e um lote de pais e responsáveis deslumbrados com a performance perfeita da pequena turma do Fundamental High Tree.

— Sai da frente, esquisita. — um esbarrão em seu ombro a fez se desequilibrar para longe.

César e seus amigos riram de sua reação. Um menino entre eles, ruivo e com aparelho de borrachas azuis como os olhos, apanhou a mochila de Viola, revirando seu interior sem permissão. O camarim atrás do anfiteatro da escola estava vazio exceto pelos alunos que se apresentaram, alguns retirando suas fantasias e outros apenas aguardando os pais chegarem para ir embora.

Viola queria desaparecer imediatamente, entretanto, seu pai demoraria um pouco na depegacia aquela noite. Doeu não tê-lo visto na plateia durante sua parte da peça teatral, mas não era como se ela pudesse competir com toda uma cidade que o policial Harper deveria proteger.

— Nós vamos ficar com isso aqui, okay? — o ruivo embolou a língua na última palavra em uma imitação jocosa de um sotaque britânico, sacudindo o pacote de sanduíche que Emerald prepara — Estamos fazendo um favor pra você, se der seu lanche todo dia quem sabe...

Ele não precisava terminar de falar para fazer estrago e liberar as gargalhadas maldosas de seu grupinho. Sovereign assentiu, mantendo a cabeça baixa e os dedos torcendo o tecido de sua fantasia de professora.

E pensar que, minutos antes, seus colegas apresentavam um conto sobre bullying e seus efeitos negativos nas pessoas.

O menino ruivo lançou o pacote de lanche para César que, sorrindo com uma ingenuidade que não lhe pertencia, entregou para a única garota do grupo. A menina loira de olhos esverdeados nunca participava das provocação, porém, nada fazia para intervir quando as coisas ficavam extremas. O que acontecia com frequência.

— Devolve pra ela, San. — um deles, por incrível que pareça, protestou. Era o filho de um renomado cientista, conhecido no mundo todo e residente da pequena Felicity. Todo mundo conhecia o sobrenome Darwin — Você não gosta desses lanches mesmo.

A menina loira estendeu o pacote de volta e Viola o agarrou antes que alguém tivesse a chance de arrebata-lo. A verdade era que estava pouco se importando com o alimento, mais sentida pelo fato da irmã mais velha ter acordado cedo em pleno sábado, cansada após uma semana intensa no Ensino Médio, apenas para preparar Viola. Com direito a cabelo trançado, maquiagem leve e lanchinho.

César Santiago e seus súditos não estragariam aquilo.

Por fim, pareceram se cansar dela e se reuniram como um bando de lobos pré-adolescentes para atacar outro desavisado no camarim. Viola respirou fundo, engolindo as lágrimas que pinicaram seus olhos, e inconscientemente seus dedos agarraram o aparelho celular para emergências que seu pai lhe dera.

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