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PELA PRIMEIRA VEZ, ELA não estava atrasada

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PELA PRIMEIRA VEZ, ELA não estava atrasada. E, pela primeira vez, eu queria que estivesse.

Ainda não sabia direito como encará-la depois da confusa e bizarra noite anterior. Papai sendo superprotetor, Emerald explanando meus segredos de infância, crises alérgicas e, então, aquela cicatriz. Pensar nas marcas padronizadas fincadas em sua pele era pensar no local onde haviam sido feitas. Era pensar que, a culpada dela ter sido mandada para lá, era eu.

Todas as Tormentas selecionadas estavam treinando na caixa junto com Raynolds quando Alisson chegou, coçando os olhos para espantar o sono. Sabia que era a responsável por uma casa e um pai acamado, entretanto, não duraria muito se continuasse divindo um curto tempo entre os jogos e o trabalho na lanchonete de Joshua.

— Bom dia, diabinha! — cantarolei quando ela se largou no banco de reservas ao meu lado e retirou a bolsa de treino do ombro — Caiu da cama?

— Não enche.

Ah, era bom ver como as coisas estavam voltando ao normal aos poucos. Convenci minha família de que Alisson e eu não estavamos namorando, apenas que a garota havia me ajudado quando caí na festa de Tommy e me levou ao hospital. Tia Mia e Emerald pareciam decepcionadas, mas papai absorveu a notícia com um suspiro aliviado. Em estava certa, ele ainda era um bulldog pré-histórico. Com uma humilde e triste nota nas redes sociais, anunciei meu término saudável e mútuo com Graham e como nosso relacionamento havia feito bem para ambas as partes. Alguns ficaram chateados, outros aliviados mas, no fim, minha popularidade estava de volta e intacta.

Era só questão de tempo até receber aquele convite.

— Infelizmente não tivemos tempo pra um treino em conjunto mais apropriado, então seremos rápidas — me inclinei para pegar a prancheta embaixo do banco, apontando para o jogo que se desenrolava além das paredes translúcidas — Teremos seis jogadoras na categoria Black Fox, consistindo em cinco corredoras e uma goleira. Nossa defensora mais forte...

— Spencer O'Hara. — Alisson completou, olhos fixos em cada lance da partida — Camisa cinco.

Me recordei então. Eu não estava lidando com uma amadora.

— Correto, mas não. — a corrigi apontando para a figura posicionada no gol — Se levarmos em conta um todo, nossa goleira também é uma defensora. E não existe nenhuma melhor do que Katherine Knox, camisa doze.

Alisson seguiu o caminho que indiquei, erguendo uma sobrancelha com compreensão.

— Ela parece assustadora.

— E é. — rio, seguindo para as próximas — Como estamos com desfalque, Nadia Maia foi deslocada pra posição de defensora também, o que é ótimo. Ela era uma péssima atacante reserva.

A camisa catorze escolheu o momento certo para agir, cobrindo de forma impecável uma jogada de Alanna.

— E, é claro, Casanova. — Alisson suspirou, coçando a nuca em uma reação interessante — Número dezoito e rainha dribles inexperados, mas vocês já se conhecem. Jogaram juntas?

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