4' - v é s p e r a d e c a o s

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A LANCHONETE ESTAVA CHEIA NAQUELE INÍCIO DE NOITE, jovens, famílias e casais aproveitando uma sexta-feira de clima ameno para frequentar a espelunca mais famosa daquela região

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A LANCHONETE ESTAVA CHEIA NAQUELE INÍCIO DE NOITE, jovens, famílias e casais aproveitando uma sexta-feira de clima ameno para frequentar a espelunca mais famosa daquela região. Joshua quase nunca estava presente mas, modéstia a parte, a maioria das pessoas iam ali por causa dos meus dotes.

Trabalhar quase afastava a realidade que eu teria que enfrentar no dia seguinte. Meu celular jazia sobre a pia da cozinha, para onde hora ou outra eu espiava em busca de uma mensagem daquela patricinha maluca. Desde a última quarta-feira tudo que tive dela foi uma mensagem apagada antes que eu pudesse lê-la e, então, o silêncio. Nem mesmo nos corredores eu encontrava sua coroa de cachinhos castanhos desfilando como se a escola fosse seu castelo, e quase desconfiei que pudesse estar — novamente — me ignorando.

O que era bom, de certo modo. Os ingressos estavam na minha bolsa e, se Viola havia dado para trás, ainda não viera reclamar sua parte no acordo. A festa de Mercedes seria no dia seguinte e, sendo sincera, não estava nem um pouco preparada para meter a cara ali. Muito menos acompanhando Viola Sovereign.

Terminei de fritar a última rodada de rodelas de cebola, despejando o pedido em uma cestinha e despachando para a garçonete bonitinha que Joshua havia contratado recentemente. Já notei o jeito longo e demorado que ela olhava para um cliente em especial na mesa dos fundos, mesmo que ele estivesse tão centrado em sua tarefa de convencer o homem da mesa ao lado a abandonar os "prazeres carnívoros do ser humano" que não notaria um flerte nem se mordesse sua bunda.

Me livrei do avental engordurado e da toca de cabelo, lavando as mãos rapidamente na pia. Foi quando a superfície criou vida com uma vibração curta, e toda minha esperança de que aquele acordo estúpido tinha sido um delírio coletivo se esvaiu ralo abaixo junto com a água e o sabão. Toquei o ícone de chat de Sovereign, revirando os olhos de antecipação para as baboseiras que ela soltaria e... Nada. Apenas um arquivo de mídia.

Sem nada escrito, apenas uma mensagem com uma foto anexada. Ampliei o arquivo, franzindo a testa. Era o print de um convite, um panfleto com silhuetas roxas, bastante gliter e uma data gravada logo abaixo. Eu já estava ciente de que a festa de Thomas seria no sábado, mas um detalhe em especial chamou minha atenção.

— Merda... — respirei.

Havia um tema. A porra de uma festa temática, e Viola nem se deu ao trabalho de me avisar. Anos 80. Que raio de clichê tedioso era aquele?

— Alisson?

Quase terminei de foder com meu celular quando fui pega de surpresa, derrubando o aparelho dentro da pia. Consegui apanhá-lo antes que pudesse mergulhar na água, o que serviu de entretenimento para a risadinha culpada de Ares. Sophia, a garçonete, espiava de longe enquanto terminava de contabilizar os pedidos da noite.

— Aisha tá pedindo aquele refrigerante grátis que você prometeu. — Ares continuou, apontando por cima do ombro — Não sei que crime quer que a gente acoberte, mas conseguiu uma boa barganha com ela.

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