Capítulo 18

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Desde que Kethura e Yelena haviam se tornado mais próximas, a conversa entre as duas fluía sem muito esforço.

O que estava  incomodando Kethura agora era Karl encarando a mesa das duas, pelo o que se lembrava esse era o olhar de Karl quando ela estava incomodada com algo. Estaria ela incomodada por Yelena ter uma nova amiga?

Yelena claramente também percebeu aquele olhar agudo, porém tentava o evitar.

— A Karl tá encarando nossa mesa, você não se incomoda?— Kethura pergunta.

— Ela é estranha...— Yelena sorri de Canto de boca após o "estranha"

— Hm.... Há alguma pendência entre vocês duas?

— Absolutamente não.

Na verdade havia, Yelena se comprometeu em ajudar Karl com uma investigação no colégio e depois desistiu sem mais nem menos. Explicou para Karl que fez isso apenas para se manter longe de todas as outras do Grêmio Estudantil, como Karl não poderia entender algo tão simples?

— Não tente entender a Karl, ela é igual todas as outras garotas do Grêmio Estudantil, egocêntrica e autoritária— continuou Yelena.

— Como você pode ter tanta certeza assim? Pelo o que eu saiba vocês nunca foram tão próximas, como você já pôde concluir tudo isso sobre ela?

— Realmente eu não cheguei a ser tão próxima mas o pouco que falei com ela suficiente para tirar todas essas conclusões.— dá uma breve pausa e continua.— Eu costumo analisar muito bem as pessoas.

— Sim... Isso eu já percebi.

Enquanto almoçavam várias meninas que passavam por Yelena cochichavam entre elas palavras maldosas relacionadas a ela.
"Essa não é a garota da aranha?", "Logo logo ela pode ser expulsa do colégio", "Eu não vou com a cara dela.", "Essa menina me dá ânsia, eca!".

Kethura estava a um passo de mandar aquelas meninas calarem a boca, mas quando olhou para Yelena viu que seu rosto ainda estava sereno e parecia não se importar nenhum pouco com os comentários. As vezes ela se perguntava se a nova amiga era uma humana ou um android com ausência de sentimentos, mas se lembrou o quanto Yelena ficou com raiva no dia anterior quando ofereceu carona, de fato ela não era um android, mas sim uma pessoa forte que tentava superar as barreiras diárias mantendo sua paz interior.

— Eu admiro sua paciência, se eu fosse você eu já teria ensinado uma lição nessas meninas.

— Isso não não iria ajudar em nada, na verdade só aumentaria a opressão que elas exercem sobre mim.

Após as duas terminarem de almoçar ela foram até o pátio que Yelena costumava ficar.

Sempre com o seu livro mão apesar de nem sempre estar lendo ele.

— Aiyo... Que calor!— Kethura exclama enquanto tenta se abanar com a própria mão.— Sei de um lugar aqui perto que vende picolé, hum.... Acho que vou lá rapidinho, qual sabor você gosta?

— Você pretende sair do colégio para comprar Picolé? Vão barrar você na saída ou na entrada.

— Não duvide das minhas capacidades. Eu já sou de maior é só eu dizer que fui fazer algo importante que eles me deixarão sair, não precisam entrar em contato com meus pais.

— Sendo assim, meu sabor preferido é amendoim.

— Ok, volto já já!— Kethura se vai com pressa.

— Não demore!— Yelena grita.

Quando a silhueta de Kethura desaparece, não demora muito para surgir outra pessoa ao seu lado, como se estivesse esperando uma oportunidade perfeita.

— Karl, você tem que parar de aparecer de repente, algum dia vai acabar de assustando.

— haha, desculpa. posso me sentar ao seu lado?

— O banco é público, então é claro que pode.—  ela se afasta um pouco da outra e continua.— Porque não está com suas amigas?

— ah... As vezes eu gosto de sossego, ficar o tempo todo com elas pode ser estressante por mais que sejam minhas amigas. Nada melhor do que sentar num banco embaixo de uma árvore.— Seu olhar vagava pelas nuvens como da última vez que se falaram.

— Você gosta de sossego mais veio tirar o meu, quanta ironia né.

—......— Karl não esperava por uma resposta tão sagaz por parte de Yelena.— Realmente... Vim falar com você!

— Sobre?

— Como está sendo estudar na classe 'B'?

— Não é ruim, pelo menos eu tenho paz.

— Você parece realmente estar gostando, mas você sabe que alguém com notas tão boas quanto as suas dificilmente ficará na classe 'B' por muito tempo, não sabe?... Possívelmente em três meses voltará para a classe 'A'.

— Então porque você insistiu que iria me ajudar voltar para a turma 'A'?

— Porque... Três meses parece tanto tempo..., Mesmo que isso seja apenas alguns meses para você, isso pode manchar seu histórico escolar. Por exemplo, minha mãe ficaria furiosa se soubesse que eu desci para a turma 'B' e que estou conformada com isso. Seus pais não se importam?

— Meus pais não precisam saber.

Karl parece não ouvir a última frase de Yelena e continua a proclamar seu discurso.

—Eu queria que você voltasse antes dos três meses e eu estava disposta a lhe ajudar.— Ela para de falar subitamente como se estivesse regulando a respiração e fala novamente mas dessa vez com mais convicção.— Digo, ainda estou disposta a lhe ajudar.

— Eu ainda não entendo o porque de você insistir tanto.

— Eu fui muito babaca com você no seu primeiro dia no colégio, é uma tentativa de me redimir.

—  Mesmo assim, eu não quero a sua ajuda.

Karl olha para o horizonte e parece ver alguém se aproximando, nesse momento ela levanta-se do banco preparando-se para ir.

— Estou indo, se você mudar de idéia me procure.

Oh Minha Presidente (YURI/GL)Onde histórias criam vida. Descubra agora