Sete

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Por uns instantes, Sarah fez uma careta.

— Acabar com seu noivado? — a ruiva pigarreou. — Pelo amor de Deus, Violet, você não pode pedir algo mais sensato?

— Não, eu estou em uma situação séria, Sarah. — explicou. — Eu preciso que você dê algum tipo de susto na Kiramman.

— E eu posso saber o que susto deve fazer com ela?

Violet soltou uma risadinha.

— Mandar ela para bem longe. — logo se abriu um sorriso malicioso no rosto da Warwick.

A Fortune pensou por alguns instantes. Ela iria aceitar, mas seus planos eram completamente opostos aos que Violet desejava. Do jeito que Vi era um tanto boba, ela não perceberia de primeira.

— Não é só porque você é minha amiga, que será de graça. — explicou.

— Eu pagarei o tanto que você desejar.

~~~

Naquela manhã, Jayce estava em sua casa na companhia do colega Viktor, estudando.
Por de baixo da mesa, as mãos estavam unidas. Mas se soltaram quando Mel Medarda, a garota da faculdade que fazia jornalismo, entrou de repente.

— Já sabem da maior? — ela disse, sorrindo.

Eles não sabiam, mas ela já. Afinal, nada no mundo acontecia sem que Mel já estivesse sabendo.
Os rapazes se entreolharam, e Jayce tomou iniciativa:

— Bem, não.

— A Violet Warwick vai casar. — anunciou, se sentando numa poltrona. — Estranhão, né? Ela tinha terminado com aquela ruiva há pouco tempo, e agora vai casar.

— Você sabe com quem? — perguntou Viktor.

Mas Mel balançou a cabeça negativamente.

— Ainda não.

Para interromper a conversa, a mãe de Jayce apareceu na porta do quarto.

— Filho, sua amiga Caitlyn quer te ver. — ela falou.

— Ah, deixe ela entrar, por favor.

A senhora Talis assentiu, e foi embora. Passado alguns minutos, Caitlyn entrou no quarto, vendo os seus amigos lhe olhando alegres, felizes porque ela havia voltado. Mas Jayce foi o primeiro a perceber que ela estava abatida.

— Cait, que cara é essa?

Bastou aquela pergunta, e Caitlyn começou a chorar novamente. Os mais velhos se assustaram, Mel correu para amparar a garota.

— Querida, não precisa chorar assim! — consolou, ajudando a Kiramman a se sentar. — Vamos, diz para a gente, o que te fizeram? Eu mando matarem!

— Mel, por favor, a gente nem sabe o que aconteceu... — Viktor interviu.

— Shh, Vik. Para a Caitlyn chorar, a coisa é séria. — explicou. — É crime com pena de morte fazer ela chorar!

Caitlyn estava ofegante, com os ardendo e tentando desesperadamente parar de chorar.

— Caitlyn, pode contar para a gente. — incentivou o Talis.

— ... Os meus pais... Eles me fizeram casar... Com a Vi. — ela anunciou, para a surpresa dos dois.

— O QUÊ?! — Viktor se levantou num pulo com o grito do colega.

Mel, no entanto, estava mais indignada do que os outros dois.

— Gente, que loucura! Estão te obrigando a casar, em pleno século 21?! — questionou, soltando uma risada nervosa. — Isso é absurdo!

— Eu entrei no quarto dela por acidente ontem, por isso tirei meu vestido para me trocar... — explicou, soluçando. — Acabamos gritando uma com a outra e chamamos a atenção dos outros... Eu até tentei explicar, mas eles não acreditam!

Mel bufou pelo nariz, irritada. Por mais que negasse, ela tinha o temperamento da mãe.

— Tem algo que podemos fazer? — questionou Viktor para a Kiramman.

Caitlyn negou mexendo a cabeça.

— Não é necessário, eu vou casar. Mas quando eu assumir a empresa do meu pai, eu me separo. — garantiu ela.

Caitlyn ficou mais um tempo na companhia dos três, mas foi embora na hora do almoço. As semanas se passavam de forma lenta, o noivado das duas já havia sido oficializado. Os preparativos já haviam começado.

— Querida, você não gostou de nenhum? — a estilista perguntava docemente, tentando chamar a atenção de Caitlyn.

Em cima de sua cama, estavam várias revistas abertas, mostrando vestidos de noiva. Um mais lindo que outro, mas não era lindos o suficiente para que fizessem Caitlyn gostar da ideia de casar.
Se algum dia ela pensou em casamento, com certeza, sua parceira não seria Vi.
Aquele branco todo estava a deixando enjoada. A imagem dela no altar com a Warwick era um terror.

— Eu não posso escolher por você, filha. — a senhora Kiramman falou.

A filha respirou fundo e olhou para as revistas novamente.

— Eu quero esse. — ela apontou para um modelo longo de mangas transparentes. A modelo ficava bonita nele, talvez, ela ficasse também.

Por mais gentil que a estilista estivesse tentando ser, ela soltou um alto suspiro de alívio ao ouvir a decisão. Bem, não podia julga-la, ela estava presa há horas naquele quarto!

— Ótimo, eu irei começar a fazer o vestido mais lindo para sua filha amanhã mesmo, senhora Kiramman. — afirmou a senhora, pegando suas coisas e partindo.

Cassandra foi se despedir dela, e então se virou de novo para a filha.
Nunca na vida se viu tendo de obrigar sua única filha a se casar, era algo que ela realmente não queria fazer. Mas não tinha outra opção.
Era melhor ela casada do que com uma reputação comprometida, aos seus olhos.
Até que alguém bateu na porta, e a Kiramman mais velha foi atender. Caitlyn arregalou os olhos ao ver sua noiva, vulgo a motoqueira de quinta categoria, na porta.

— Oh, senhorita Violet! — exclamou ela. — O que te traz aqui?

— Ah, você sabe, eu e a Caitlyn vamos nos casar. Eu achei melhor levar ela para um passeio. — explicou. Na verdade, ela estava seguindo um conselho de Sarah Fortune. "Meus planos nunca darão certo se você não tentar fazer a Kiramman gostar de você". — Tem uma sorveteria aqui perto, já conversei com o senhor Kiramman. Então... Posso levar ela agora? Vai ser rapidinho.

— Ah, claro que pode. Acho bom vocês se entenderem melhor. — Cassandra foi até sua filha, e diminuiu o tom de voz quando foi falar com ela. — Comporta-se.

Caitlyn revirou os olhos quando segurou no braço da Warwick, mas foi com ela mesmo assim.

— Não vamos de carro? — a Kiramman perguntou, quando já estavam no jardim.

Violet fez uma careta.

— Você acha que eu vim de carro? Não dá para ter um encontro romântico com motorista e guarda-costas, Princesa Cupcake. — brincou, subindo na sua moto. — Vem, sobe logo.

A morena bufou, e se sentou na parte de trás.

— Seus encontros são basicamente levar mulheres para a cama. — murmurou, colocando o capacete que lhe foi oferecido.

— Com garotas mimadas que nem você, não. Agora, se segure.

Na Alegria e na TristezaOnde histórias criam vida. Descubra agora