Tinha conhecimento do motivo pelo qual ainda estava vivo. Era um bom atirador, estavam em território inimigo e Sasuke precisava de todo poder de fogo possível. Isso, pelo menos, até que Kizashi não se decidisse por aceitar a oferta colocando uma trégua entre eles. Era ali, escondida naquela decisão, que a morte aguardava-o, sussurrando palavras em seu ouvido.
Talvez, sentia-se um pouco arrependido por demonstrar tanto descontentamento em relação ao plano do Uchiha, se não fosse tão expressivo poderia ter outras possibilidades ao invés de apenas pegar a garota e extorquir o máximo de dinheiro possível para conseguir sumir do mapa.
Suas opções eram poucas e a maioria delas o levariam até a morte.
Conhecia bem Sasuke, ele não mediria esforços para encontrá-lo, iria até o inferno se fosse necessário, e Orochimaru não conseguiria ir muito longe sendo o pé rapado que era.
Pensou na possibilidade de levar Sakura de volta à Kizashi e pedir por proteção, mas não podia confiar a sua vida nas mãos daquele sádico louco. Kizashi era um filho da puta tanto quanto Sasuke, e não duvidava de que seria torturado para que revelasse todas as informações que possuía.
Nunca fora fiel à Sasuke, aceitou-o como seu Oyabun pois não tinha outra opção. Mas o plano de Sasuke era algo completamente inaceitável ao seu ver, sabia que ele era um homem totalmente ambicioso e sem escrúpulos, mas isso ia muito além.
Por último, sabia possuir uma única outra chance. Ele poderia dar com a língua nos dentes e revelar o plano, mas sua fidelidade não seria o suficiente para poupar-lhe a vida, pois não fora o suficiente para evitar que aceitasse fazer parte da operação.
Morreria, de toda forma. Morreria junto à Sasuke.
Respirou fundo dando passos silenciosos pelo corredor, era madrugada, o início do sétimo dia. O prazo estava em seu fim e Kizashi, com toda certeza, entraria em contato naquele dia. Deveria fazer o que deveria ser feito.
Olhou mais uma vez para trás pelo corredor escuro, não podia correr o risco de encontrar alguém, pois era de conhecimento de todos que ele fora, expressamente, proibido de caminhar por aquele andar.
Era inegável o fato de que estava nervoso, não poderia cometer erros e deveria impedir que a garota fizesse barulho. Os homens em ronda lá fora notariam qualquer mínima movimentação estranha, também tinha conhecimento que assim que conseguisse ligar o carro, seu plano seria denunciado, pois ninguém entra e sai dali sem consentimento prévio de
Sasuke, era um modo de conter possíveis traições e vazamentos de informações.Esse poderia ser seu último dia de vida, Sasuke não mais esperaria a confirmação por parte de Kizashi antes de matá-lo, não depois de sua clara deserção. Morreria assim que fosse pego, e tinha para si que não seria de um modo muito agradável e rápido.
Checou mais uma vez o corredor, antes de enfiar a chave na fechadura do quarto da moça. Tinha consigo apenas uma pistola, as chaves de um carro e uma seringa.
Então abriu lentamente a porta tendo visão do quarto escuro, uma luz fraca passava preguiçosa pela janela aberta, dando-lhe reconhecimento dos móveis circunstantes.
Deitado sobre a cama, pôde ver a sombra do corpo adormentado da garota. Deveria ser rápido, não sabia se a moça possuía sono leve, então em passos silenciosos aproximou-se pegando a seringa em mãos. Precisava apenas de uma picada em seu pescoço, e foi isso que fez.
Em um movimento, Orochimaru tampou a boca na garota com uma mão, fazendo-a acordar de repente e com olhos arregalados, sem saber o que estava acontecendo. Com a outra mão preparou a seringa contra a pele de seu pescoço, aplicando a droga entre os murmúrios e chutes ao vento da rosada. Segurou-a fortemente por mais algum tempo, até que a droga fizesse efeito e apagasse-a por completo.

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Epiphany
Fiksi PenggemarSakura, que fora criada a vida inteira em uma redoma de vidro, é sequestrada por Uchiha Sasuke. Intrigas, segredos, acordos, horrores do crime e uma inocente. A história conta a epifania de Sakura, onde descobrirá as verdades sobre si mesma, seu pa...