Capítulo Vinte e Quatro

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O incenso quando é aceso se consome lentamente, espalhando seu aroma agradável em todas as direções que o circundam. Assim, para o Budismo, ele simboliza a prática da moralidade e das boas ações. O ser humano, ao praticar boas ações, espalha o suave aroma da bondade em torno de si e dos outros, consumindo seu tempo em ajudar ao próximo de várias formas.









— Desde o atentado, Fugaku é vigiado 24hrs por dia. Esse é Danzou Shimura, você deve se lembrar — proferiu Sasuke, jogando a foto do homem por cima do mapa da cidade de Tóquio aberto sobre a mesa — Ele era o kobun do meu pai, seu braço direito enquanto estava no poder.

— Não foi esse verme que tomou o primeiro tiro no lugar do seu pai?

— Ele mesmo, e pra minha desgraça estava de colete. — murmurou, acendendo um cigarro entre os lábios.

Danzou era o único homem no qual seu pai confiava cegamente e o filho da puta, por sua vez, não pensaria duas vezes antes de se jogar na frente de um trem por ele. Desde que se lembra esse animal era uma pedra no seu sapato. Nunca era bom o suficiente, sanguinário o suficiente, forte o suficiente ou leal o suficiente.

Tinha apenas dez anos quando foi espancado quase até a morte por Danzou — que na época tinha quase o triplo de sua idade —, simplesmente porque seu pai queria ver qual dos dois era mais digno de subir à posição de Oyabun. Porra, ele tinha apenas dez anos! Mais tarde descobriu que fora algo que seu pai tirou da bunda pois a posição era severamente passada apenas através de laços sanguíneos.

— Pensei que ele tentaria assumir o comando depois que mandei seu pai em coma. — debochou Kizashi.

— Ah, ele tentou. Mas infelizmente eu tenho o sangue ao meu favor. — zombou Sasuke. — Pra chegar no meu pai temos que nos livrar dele primeiro.

— Uma coisa me deixa curioso, moleque. Por que esperou por todos esses anos? Por que não tentou matar Fugaku enquanto ainda estava com um pé na cova?

O mais novo tragou o cigarro profundamente, para em seguida esticar o braço e bater levemente o objeto contra o cinzeiro de porcelana.

— Teria feito antes se não tivesse se enfiado em um buraco com a sua filha.

— Você diz? — coçou de leve o queixo — O que eu acho é que você tinha a esperança de que ele não acordasse mais. Estou certo? Isso seria melhor do que sujar suas mãos com o sangue do seu único parente ainda vivo.

Sasuke riu de canto, levando novamente a nicotina até os lábios.

— Você acha que eu sou assim tão altruísta?

— Eu acho que você é igual a mim, Uchiha. Nós dois usamos máscaras. A pergunta que fica é: o que você esconde?

— Deveria me comover? — gozou Sasuke. Porra, o velhote queria meter essa pra cima dele.

Kizashi levantou o copo e logo um de seus capangas lhe serviu mais uma dose de whisky, deu um longo gole antes de lhe responder:

— Talvez eu tenha me enganado. — murmurou quase pensativo, olhando-o por cima do vidro.

Sasuke arrastou a cadeira para trás, colocando os pés sobre a mesa de forma desleixada. Esse filho da puta adora jogar e dar uma de sabichão. Iriam fazer isso junto e depois cada um seguia o seu rumo, suas motivações por detrás disso tudo eram assunto só seu.

— Meu pai quer de volta a posição de oyabun, ainda está fraco mas não temos muito tempo.

— Hm. Quando fala assim me faz crer que seja apenas ambicioso demais. — virou levemente a cabeça — Você é bastante interessante.

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