Notas Iniciais: passando só pra dar um beijo em vocês e dizer que ainda estou viva. Boa leitura! :)
Não conseguia decidir o que era mais entediante, o tic-tac daquele relógio de pêndulo ou o falso tom amigável que o médico fajuto sempre utilizava quando estava com ela. Oras, à essa altura do campeonato a quem ele quer ainda enganar? Era frustrante para si ser obrigada a aturar essa interação. Quanta insensatez! Mas maldita seja ela e as amarras de sua criação, pois estas eram o que lhe impediam de expulsa-lo dali ao berros.
Odiava o seu falso moralismo, a carapuça que usava pra esconder a si mesmo da ruindade do que fazia parte. Empatia, uma ova!
— Sua sensibilidade está ok. Mais alguns dias e acho que poderemos remover o gesso. Será mais confortável pra você. — murmurou o homem ao retirar as luvas.
Finalmente uma boa notícia, já não aguentava mais sua própria invalidez. Não conseguia mesmo fazer muito por si nessas circunstâncias.
— Mas ainda terá de manter as muletas — continuou Neji, talvez já prevendo os pensamentos da moça — Não deverá forçar demais a perna até que eu te dê a autorização.
— Claro.
Até parece. Já estava bem, assim que tirasse o gesso e conseguisse dobrar novamente a perna, tentaria uma fuga.
Ultimamente, tinha a impressão de que sua cabeça explodiria a qualquer momento. Sasuke acha que ela é besta? Quando tudo isso acabasse a deixaria ir? Se asseguraria de que ela teria uma vida longa? É uma promessa? Ah, não nos faça rir. Seria ingênua demais se botasse toda sua fé no próprio diabo.
Deveria sumir, mas como conseguiria essa proeza? Perdida em outro país, dentro da toca dos leões. Agora, diferente de antes, não tinha aonde ir. Seu pai não era mais uma opção. Sakura, não possuía mais opções.
Deveria de sumir e começar a vida do zero em algum outro lugar, onde ninguém mais pudesse encontrá-la. Mas como conseguiria fazer isso quando quem lhe daria a caça seriam dois malucos podres de ricos e à ela resta somente a roupa do próprio corpo?
Se quisesse que sua fuga desse realmente certo, ela precisaria de dinheiro. O maior valor possível. Sakura precisa deixar o Japão, mas a Europa também não era uma opção, talvez devesse ir para algum país esquecido da América do Sul e recomeçar sua vida com outra identidade.
— O que tem no terceiro andar? — questionou, fingindo estar ajeitando a saia de seu vestido.
— Por que o interesse? — devolveu o médico.
— É o único lugar que eu não posso ir. — disse a verdade, dando de ombros.
O homem riu, girando-se para fechar a maleta.
— Nada demais, é a área pessoal do Sasuke. Ele é um cara muito reservado, saca?
A moça assentiu, era de se esperar. Era a casa do Sasuke dentro da casa do Sasuke. Talvez isso explicasse do porquê o resto da casa parecesse tão largado, como se realmente não fosse casa de ninguém.
Não tinha dúvidas, se existisse dinheiro ou algo de valor nesse lugar, é no terceiro andar que irá encontrá-lo. Mas como diabos faria pra chegar lá? E pior, como conseguiria roubá-lo sem que seja descoberta. Mas pior ainda, como faria para fugir e sobreviver à fúria que lhe seria direcionada pelo próprio satanás em pessoa.
Sentiu seu corpo tremer na base. Sakura teria apenas uma possibilidade, pois se caso fosse pega, talvez uma morte rápida seria o menor de seus problemas.
— Eu queria ser médica. — decidiu puxar assunto, precisava conseguir arrancar informações de alguém e infelizmente Neji era o único ali que lhe dava brecha.
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Epiphany
FanfictionSakura, que fora criada a vida inteira em uma redoma de vidro, é sequestrada por Uchiha Sasuke. Intrigas, segredos, acordos, horrores do crime e uma inocente. A história conta a epifania de Sakura, onde descobrirá as verdades sobre si mesma, seu pa...