Capítulo Treze

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— Está confortável? — perguntou o homem que apresentou-se como Neji, ajeitando os travesseiros em suas costas.

Sakura balança a cabeça lentamente, sem realmente olhá-lo. Se encontrava novamente em seu quarto, depois de acordar em uma maca na presença do homem. Estava machucada e sua perna direita engessada.

Não sabia realmente o que aconteceu, lembrava-se somente de ter acordado no meio da noite com alguém tampando sua boca e, logo depois, veio a escuridão. O homem, Neji, apenas disse que não precisava mais se preocupar pois estava segura. Mas ela não sentia-se assim, a moça não conhecia esse homem e ele ficava tocando-a sem a sua permissão. Estava com medo, já era dia quando acordou, não tinha noção de quando tempo ficou inconsciente, não sabia o que poderia ter acontecido consigo, ou com seu corpo, enquanto esteve sedada.

— Eu voltarei mais tarde para trocar seus curativos, tudo bem? — perguntou o homem.

Sakura não fez questão de responder, apenas virou o olhar para a janela focando sua atenção ali. Não confiava nessa pessoa, não queria que ele chegasse perto dela.

O homem coçou a garganta sem graça, quando percebeu que foi ignorado mais uma vez.

— Tudo bem então. Eu trarei o seu jantar também, à pedido de Sasuke.

Sakura olha para Neji ao ouvi-lo mencionar o nome do homem de cabelos negros. Por que esse estranho traria o seu jantar no lugar dele? Desviou novamente o olhar em direção à janela, escondendo o seu descontentamento.

Queria que ele fosse embora e não voltasse mais ali, não conseguia entender porque o homem de cabelos negros pediria para um completo desconhecido à ela para trazer-lhe o jantar, se sempre foi ele que se ocupou de sua alimentação, desde o início. Logo não entendia a mudança repentina em um momento como esse.

Ouviu quando o homem saiu do quarto e então encarou os curativos em seus braços, estava toda esfolada e dolorida, principalmente sua perna direita engessada, provavelmente quebrou alguma coisa e se perguntou, em pensamentos, quanto tempo levaria para conseguir andar sozinha novamente.

Não tinha ideia de quem poderia ter feito algo assim com ela, na noite anterior estava muito escuro e não possuía lembranças do rosto do homem que a atacou.

Era difícil, para ela, acreditar que alguém poderia ser tão azarada quanto ela própria. Como conseguiria fugir agora que se encontrava nessas condições? Se seu pai não aceitasse logo a oferta do homem de cabelos negros antes que o prazo acabasse, ela não teria mais a mínima chance de sobrevivência.

Não conseguiria se defender, ou tentar correr, não conseguiria fazer nada além de esperar pela própria morte. Então, em uma prece, a rosada rogou para que seu pai não fosse orgulhoso demais, e que aceitasse logo a tal oferta que salvaria sua vida e a tiraria desse martírio.

...

Sasuke enrolou a toalha na cintura, saindo do banheiro em seguida. Era já o final do sétimo dia, e Kizashi ainda não tinha entrado em contato e isso começava a deixá-lo estressado. Sabia que o filho da puta era orgulhoso e gostava de fazer cena, então, provavelmente, esperaria até o último minuto para ligar. E ele realmente não era uma pessoa que gostava de esperar, principalmente quando está tão perto de obter o que quer.

Toda a situação em si era extremamente maçante, mas por outro lado, talvez fosse até bom. Provavelmente o velho ligaria bem tarde e esperava que ele pudesse engolir a desculpa de que Sakura estava dormindo, caso exigisse falar com ela, apesar de ter conhecimento de que as chances dele aceitar algo assim fossem praticamente nulas.

O moreno suspirou, tirando a toalha e vestindo uma calça de moletom. Teria problemas se a moça resolvesse abrir a boca e contar que quase morreu enquanto estava sob sua responsabilidade, o Haruno não permitiria que ela ficasse mais tempo com ele depois disso, não se souber que algo assim veio a acontecer bem debaixo de seu nariz.

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