Epiphany

Capítulo Cinco

Sasuke desce as escadas do segundo andar caminhando pelos corredores até a cozinha, Kakashi está sentado em um dos bancos com um notebook aberto à sua frente.

— Decidiu seguir meu conselho? — falou o homem sem tirar os olhos do computador.

— Sim. Eu mesmo cuidarei da criança, são apenas alguns dias. — jogou o prato dentro na pia e cruzou os braços apoiando o quadril no balcão.

— Está fazendo a coisa certa. Nós dois sabemos que Orochimaru não é fiel a você.

— Acha que eu deveria fazer algo quanto à isso? — quis saber.

Kakashi estava ao seu lado desde os 14 anos, era um homem sábio e uma das poucas pessoas que Sasuke confiava cegamente.

— Desde que a notícia se espalhou, Orochimaru tem mostrado claros sinais de insatisfação, poderá vir a se tornar um problema mais pra frente. — respondeu ele.

— Me diga algo que eu não sei Kakashi. — retrucou o moreno pegando uma garrafa de água na geladeira — Mas o desgraçado é um bom atirador, não posso fazer nada ainda, será de ajuda no meu encontro com Kizashi.

— Devemos apenas ficar alertas, ele tem motivos para impedir seus planos, principalmente agora que está com o orgulho ferido pelo o que a garota fez em seu rosto. — falou como quem não quer nada.

— Já o proibi de chegar perto dela. Se estava insatisfeito conseguiu esconder bem. Diga à todos para ficarem de olhos abertos. — mandou, tomando alguns goles de água.

— Farei isso. — acatou Kakashi, digitando algo no notebook.
Sasuke encara o relógio pregado na parede 9:48.

Nove e quarenta e oito da manhã do terceiro dia.

O tempo estava passando.

— Notícias de Kizashi? — perguntou.

— Não. Depois que soubemos que estava controlando as fronteiras, ele não fez mais nenhum movimento. Juugo fez um bom trabalho.

— Ótimo. — responde o moreno — Prossiga com o que foi prometido. — completa, retirando-se do ambiente.

Kakashi assente digitando mais alguma coisa no computador. Se isso der ruim todos estarão mortos, suspirou, dando de ombros, pois não é como se alguém ali tivesse motivos pra viver de qualquer forma.

...

Sakura estava inquieta, após a saída do homem de cabelos negros ela tentou dormir um pouco, mas acordou sentindo leves dores que vinham e iam por toda a extensão de seu baixo ventre. Sabia que tinha algo de errado e agora a ideia de que realmente estava sendo envenenada não parecia tão mirabolante assim.

Olhou através das grades vendo o sol em pico, deveria ser por volta de uma hora da tarde mas a divagação de que talvez tenha dormido por mais de 24hrs lhe apetecia mais do que ter a certeza de que se passaram apenas míseras horas.
Gostava de se iludir e mentir para si mesma, era uma vergonha pensou ela encarando suas mãos em seu colo. Mas o que poderia fazer?

Queria ser mais confiante e menos medrosa, mas como faria isso se tudo estava tão enraizado dentro de seu ser?
Deveria fingir que não está assustada com toda essa situação? Como dizer a si mesmo para parar de sentir medo?
Como mandar os próprios dedos pararem de se tremerem ou mandar as próprias pernas permanecerem sólidas como concreto? Como faz para impedir que seu coração sofra de taquicardia, que seus pulmões puxem mais ar do que o necessário ou com que seus olhos ardam em lágrimas? Gostaria de obter um passo-a-passo sobre tudo isso.

Levantou-se da cama indo ao guarda-roupas. A dor em sua barriga aumentava aos poucos e queria ficar deitada o dia inteiro, faria isso confortavelmente em cima de lençóis limpos.