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8 de agosto de 1986

Eu estava no meu trabalho lanchando quando Steve chegou lá me procurando.

- Cadê a Alysson? - Perguntou para um dos atendentes.

- Oi Steve. Tudo bem? - Respondi saindo de trás do balcão.

- Não. Você tem que vir comigo.

- O que? O que aconteceu? - Perguntei com aflição.

- Eu te explico no caminho. Vamos. Agora!

Eu o olhei confusa enquanto ele saía de lá com pressa. Olhei para meu chefe pedindo autorização com os olhos para seguir meu irmão. Ele fez um sinal de sim com a cabeça e eu fui atrás de Steve.

- Ok, o que de tão urgente aconteceu pra você me tirar do trabalho assim?

Steve deu a partida no carro e riu. Fiquei confusa com seu comportamento e procurei respostas com meu olhar.

- Relaxa maninha. Não aconteceu nada.

- Steve Harrington, não me diga que você me tirou do trabalho por causa de uma pegadinha.

- Não foi. É que eu sinto que nós estamos tão distantes e eu não quero perder a relação que eu tinha contigo antes do acidente. Bom, e seu chefe não ia te deixar sair sem um bom motivo.

Steve falava enquanto olhava para a estrada. Eu o olhava com um sorriso no rosto.

- Também senti sua falta, popeye.

- Eu sei que sentiu.

- Então onde vamos? - Perguntei.

- Fliperama?

- Eu topo.

Nós passamos a tarde toda rindo e jogando. Eu sentia falta desses momentos. De passar o dia todo sem fazer nada como dois malucos.

Steve era meu melhor amigo. Daqueles que não importa a situação, sempre vai estar comigo. Um irmão de verdade. Eu amava ele.

Depois de cansarmos de jogar várias e várias vezes, de novo e de novo, fomos até uma lanchonete não muito longe dali. Eu me deliciava com um pão francês, enquanto Steve comia bolo de chocolate.

- Uau, isso aqui tá muito bom.

- Me dá um pouquinho. - Disse Steve enquanto pegava um pedaço.

- Ei! - Respondi em repreensão.

Steve riu e eu roubei um pedaço de seu bolo também, o fazendo me olhar com uma cara séria.

- Ei!

- O karma é rápido, meu amigo.

- Quando você diz "karma", você se refere à você?

- Talvez. - Ri.

- Aly, posso te perguntar uma coisa?

- Manda a ver.

- Como você tá... Lidando com isso tudo? Você sabe. O acidente e tal.

- Ah. Bom, eu tento não pensar muito nisso, sabe?

- Sei. Sabe que pode me contar no que está pensando, né?

- Olha, tragédias acontecem as vezes. Não é algo pra fingir ser normal, mas simplesmente acontece. É isso o que eu penso. E você? - Perguntei receosa.

- Mais ou menos o mesmo que você.

- Steve, não mente pra mim, ok? Eu sei que você se sente culpado.

- O que? Como sabe disso? Quer dizer, eu não me sinto. Por que acha isso?

- Qual é? Eu percebi nos seus olhos no mesmo segundo que eu te vi em frente aquela casa, coberto de cinzas.

me and your mamaOnde histórias criam vida. Descubra agora