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Um barulho alto foi escutado. Olhei para o lado de onde o som vinha e apontei a arma para aquele lugar. Com minha distração, o policial tentou pegar a arma de minha mão.

Ele era treinado para isso. E eu simplesmente fui ensinada por um maluco psicótico. Steve pulou nas costas dele, o prendendo pelo pescoço, mas ele deu uma cotovelada na barriga do mesmo.

Consegui me soltar, mas em um movimento rápido, ele prendeu Steve.

- Solta a arma, ou seu irmãozinho não vai sair vivo.

- Solta ele, ou eu encho sua cabeça de bala.

O policial olhou para trás de mim. Quando fui ver o que era, fui recebida por um soco no queixo e outro no estômago. Caí no chão e minha visão começou a ficar turva.

Eu podia escutar Steve gritando meu nome, juntamente com a voz calma de um homem que disse que eu era uma tola. Tentei olhar para o rosto da pessoa. Ele era alto, magro, cabelo preto e um pouco grisalho. Senhor Harrington.

Pude escutar Steve o xingando, mas logo depois, sendo recebido por um soco forte na barriga. O policial o segurava pelos braços e meu pai conversava com ele.

Tentei ficar com os olhos abertos, mas não adiantou muito. Eu sentia o sangue escorrer pela minha boca e minha respiração estar mais pesada. Eu apaguei.

Quando acordei, eu tinha as mãos e os pés amarrados. Eu estava no meu quarto, com uma fita na boca. Olhei para os lados procurando algo que pudesse me ajudar, mas não tinha nenhum objeto cortante, nem meu telefone.

Fiquei soprando a fita, fazendo ela perder a cola aos poucos. Quando finalmente soltei, suspirei aliviada e pude respirar melhor.

Minhas mãos estavam amarradas em minhas costas e eu não sabia como desfazer o nó, já que não sabia como ele era. Então, esfreguei a corda na quina da mesa, até sair. Machucava um pouco os meus pulsos, mas aquilo era necessário.

Ouvi um barulho vindo de fora do quarto, automaticamente parei e fui para perto da porta tentar ouvir melhor.

- Você se acha o homem da casa agora? Pois saiba que não é. Eu nunca fui embora, Steve. Sempre estive com vocês. E a gente pode ser uma família feliz de novo, se você e sua irmã quiserem.

- Nunca! Você nunca vai voltar para essa família. A única coisa que nós dois compartilhamos é um sobrenome. E quer saber? Eu tenho vergonha de ser um Harrington.

Pude ouvir um tapa estralado. Fechei os olhos, fingindo que aquilo não estava acontecendo. Não era real. Era só mais um pesadelo. Acorda Alysson, acorda.

Abri os olhos novamente e eu estava no mesmo lugar, na mesma situação. Sendo um pesadelo ou não, eu teria que enfrenta-lo.

Voltei para perto da mesa e consegui tirar a corda. Fiz uma pequena comemoração e desamarrei a corda dos meus tornozelos rapidamente. Escutei passos vindo até a porta e fiquei pronta pra qualquer situação.

Quando a porta se abriu, eu já estava pronta pra acertar a pessoa que fosse com um chute. Até que vi que quem abriu a porta foi Eddie.

- Aly?

- Eddie! O que está fazendo aqui? - Perguntei o abraçando.

- Bom, você não atendia o telefone, então eu vim tentar convencer aquele policial de me deixar te ver e ele deixou. O que está acontecendo?

- Não viu ele?

- O que? Ele quem?

- Meu pai, Eddie!

- Seu pai está aqui? - Perguntou assustado.

- Sim! E você não deveria ter entrado, como assim aquele policial te deixou entrar e cadê o Steve?

- Aly, Steve não chegou em casa ainda. E eu falei para o policial que eu seria breve.

Afastei ele de perto de mim e fui procurar aqueles caras. Abri todas as portas, mas não achei ninguém. Eddie me seguia confuso. Fui até o policial e o peguei pela gola da camisa, o chacoalhando.

- Onde está meu irmão, seu desgraçado? O que fez com ele, hein? Me responde!

Ouvi a porta principal sendo aberta. Olhei para ela e vi Steve entrando. Sem nenhum machucado e totalmente bem. Fui até ele e o abracei.

- O que está acontecendo aqui? - Perguntou retribuindo meu ato, confuso.

- Confesso que estou me fazendo a mesma pergunta. Ela disse que o senhor Harrington estava aqui. - Respondeu Eddie.

- Espera, o que? O papai estava aqui?

- Não. Meu trabalho é justamente não o deixar entrar. Tenho certeza que eu o veria se ele estivesse aqui. - Disse o policial.

- Ele está mentindo! Ele te deu uma pancada na cabeça, Steve. Por que você não se lembra? E por que seu machucado melhorou tão rápido?

Eu perguntava em prantos. Não sabia o que estava acontecendo. Será que eu estava realmente ficando louca? Todos me olhavam super confusos esperando mais respostas do que eu.

Fui até meu quarto e procurei pelas cordas das quais eu tinha me soltado. Não estavam lá. Fui até minha escrivaninha e meu telefone estava lá. Como assim? Ele não estava lá à 5 minutos atrás.

- Edward Munson, que tipo de erva você deu pra minha irmã? - Perguntou furioso.

- O que? Eu não dei nada pra ela. O que você acha que eu sou? Eu nunca daria ou venderia drogas para a Aly.

- Bom, ela começou a agir como louca quando falou contigo. - Disse o policial.

- Não se intromete. Pra início de conversa, você nem deveria ter deixado ele entrar aqui.

- Eu vim ajudar ela! Ela não atendia o telefone, então eu fiquei preocupado. Mas não dei nada para ela!

- Eu não atendi o telefone porque ele não estava no meu quarto. Pelo menos era o que eu achava. - Supliquei.

- O que quer dizer com isso?

- Quero dizer que o papai me amarrou no meu quarto e tirou meu telefone de lá. Eu ouvi ele te batendo aqui de fora, Steve! E esse policial o ajudou.

Os três se olharam confusos. Steve garantiu que ele não estava em casa, o policial garantiu que meu pai não apareceu e Eddie garantiu que não ouviu nada. Eu estava ficando louca, ou isso era uma pegadinha?

Steve chamou minha psicóloga que, sinceramente, não ajudou em nada. Ela disse que eu teria que descobrir sozinha, mas eu não queria descobrir mais nada sozinha. Por que? Por que, se minha mente estava enganando a si própria?

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Oioi pessoas. Vim explicar, pq provavelmente a maioria não entendeu, ou não quer entender.

Sim, foi quase tudo coisa da cabeça dela. A coisa do pai estar vivo e tal.

Eu vou aprofundar mais no próximo capítulo e daí vai dar pra entender melhor. ;)

Obrigada pelos 3k de votoss
<33

me and your mamaOnde histórias criam vida. Descubra agora