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12 de agosto de 1986

Acordei e vi Eddie dormindo no chão com uma coberta. Merda Munson, eu falei pra você ficar bem. Me levantei e ajeitei sua coberta.

Olhei para o bolso de sua jaqueta que tinha um volume. Coloquei minha mão ali pra ver o que era e achei uma caixinha preta aveludada. Abri e nela, tinham duas alianças pratas brilhantes.

Olhei para o rosto de Eddie que estava acordado me observando. Levei um susto e ele sorriu para mim.

- São lindas, né? - Perguntou.

- Eddie...

Ele colocou suas mãos sobre as minhas que ainda seguravam a caixinha.

- Eu ia fazer a pergunta ontem na floresta, por isso eu precisava tanto te ver. Eu queria fazer o pedido já fazia um tempo, mas nunca tive coragem.

- Por isso você só precisava de 20 minutos.

- É, e eu não podia desperdiçar a coragem que eu tive naquele momento.

- Sinto muito.

- Pelo o que? - Perguntou confuso.

- Se eu não tivesse parado pra ouvir o que aquele cara tinha pra falar, nada disso teria acontecido e você não teria desperdiçado a sua coragem. - Ri.

- Ei. O que aconteceu não foi sua culpa.

- Eu sei que não.

- Então por que diz isso?

- Eu não sei. Olha Eddie... Eu não estou sabendo muito das coisas ultimamente, mas eu não gosto da ideia de você estar tão próximo de mim.

- Por que não? - Perguntou preocupado.

- Porque eu sou problema. Eu causo problemas. Você estar perto de mim vai trazer problemas pra você. E eu não quero isso.

- Eu não me importo com seus problemas. Eu quero estar do seu lado e resolvê-los contigo pra sempre.

- Mas isso não vai te fazer bem.

- Pouco me importo Alysson. Eu só quero ser seu.

Eddie me puxou para um beijo molhado cheio de sentimentos. Ele tinha suas mãos em meu rosto, e minhas mãos estavam sobre as suas. Até que me separei do beijo com receio e encostei nossas testas.

- E eu pouco me importo com o que você diz, Eddie. Me sinto culpada por você estar sofrendo por mim.

- Então isso é um "não"?

- Eu não sei. Eu quero você perto de mim. Eu só não quero que você absorva todos os meus problemas pra você.

- Eu nunca fiz isso.

- Está fazendo agora sentado nesse chão frio da delegacia.

- Isso é porquê eu te amo. O amor nos faz perder a cabeça. E já que você me quer perto de você, eu não vou te deixar ir. Se lembra? "And I can't get enough of you, baby" - Cantarolou.

- Então promete pra mim que você vai estar bem se estiver perto de mim.

- Muito mais do que bem, ok?

- Promete? - Disse esticando meu dedo mindinho.

- Eu prometo. - Respondeu apertando.

Sorri para ele e caí em seus braços o abraçando. Encaixei meu rosto em seu pescoço sentindo o seu cheiro que me acalmava e chorei.

- E... Quanto a isso aqui? O que você me diz? - Perguntou mostrando as alianças. - Eu sei que o chão de uma delegacia não é tão romântico, mas eu não posso desperdiçar a minha coragem.

- Eu aceito.

Eddie me olhou assustado. Ele não esperava aquelas palavras.

- Espera aí. É sério? - Perguntou olhando nos meus olhos.

- Seríssimo, Munson.

Ele deu um sorriso de orelha à orelha e colocou uma das alianças no meu dedo, delicadamente. Logo depois,  me deu mais um beijo longo passando sua mão por todo o meu corpo.

- Ei. Bom dia, eu odeio interromper os dois pombinhos, mas a gente precisa do depoimento da Alysson de novo. - Disse Steve surgindo do além.

Eddie enxugou minhas lágrimas, colocou meus cabelos para trás da orelha e me deu um sorriso reconfortante dizendo que daria tudo certo.

Então eu me levantei e fui em direção aos policiais. Eu dei meu depoimento de novo e enfim, eles acreditaram em mim, já que agora, tinham as filmagens da câmeras de segurança.

Eles foram até a escola e prenderam o professor Smith por perseguição de menores. Ele teria que passar por mais um milhão de processos, já que aparentemente, eu não era sua única vítima.

A diretora também foi detida por cúmplice. Ainda não foi determinado o que aconteceria à ela.

Eu estava tão aliviada. Parecia que todos meus problemas tinham acabado. E aparentemente, tinham.

A escola e a lanchonete onde eu trabalhava foram obrigadas a me dar um atestado pra eu me recuperar. Eu não ganharia falta e meu salário não diminuiria.

Agora, eu estava indo pra casa com Steve. Eu olhava para a janela enquanto ouvia as músicas que tocavam no rádio do carro.

- Parece que acabou, né? - Perguntou ele.

- É, acho que sim.

- Você está bem?

- Estou, obrigada. - Disse com um sorriso simpático.

- Então... Eu sem querer ouvi a conversa entre você e o Eddie.

- Steve! - O repreendi.

- Foi mal! Foi sem querer, eu juro.

Murmurei algumas reclamações enquanto revirava os olhos.

- Então... Ele tomou a iniciativa? - Perguntou.

Mostrei minha mão com o anel brilhante no meu dedo e ri.

- É, ele tomou.

- Não acredito. Até minha irmãzinha tá namorando e eu não? Sem chance.

- Corrigindo: Cem chances, maninho.

- Que abusada! - Disse fingindo estar ofendido e rimos.

Chegamos em casa e eu deitei em minha cama. Que saudades. Meu corpo todo doía. Fechei os meus olhos e suspirei, tirando toda a tensão.

Ainda eram 18:00h, mas eu precisava tanto dormir que eu só capotei que nem uma pedra. Não vi mais nada além da escuridão e não ouvi mais nada além de Steve brigando com Robin no telefone.

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dois capítulos em um dia.
por nada, eu sei que sou demais 💪🏻

novamente, não me matem pfv, eles estão felizes!! 😰😰

me and your mamaOnde histórias criam vida. Descubra agora