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19 de julho de 1986

Acordei com alguém puxando meu pé pra me derrubar da cama. Consegui me segurar e olhei para o rosto da pessoa atrevida que tinha feito isso. Era Eddie.

- Bora acordar, Aly.

- O que está fazendo aqui essa hora? - Perguntei enfiando a cara no travesseiro de novo.

- Feliz em me ver? Já são 09:00h.

O garoto puxou minha coberta. Tentei segurar, mas foi uma tentativa falha, já que ele é mais forte que eu.

- É, mas hoje é sábado. - Murmurei algumas reclamações.

- Por isso mesmo. O dia está lindo lá fora. Se você continuar aqui dentro, vai virar um vampiro.

- Você parece um vampiro.

- Eu sei que sim, mas você não quer ficar parecida comigo. Vamos levantar agora.

- Tu é muito chato, na moral.

- Preparei uma surpresa pra ti. Vamos logo antes que a comida esfrie. - Disse saindo do quarto.

Comida? Edward Munson tinha feito comida? Ok, agora eu fiquei curiosa. Me levantei, lavei o rosto e coloquei um moletom preto junto com um short e um tênis aleatório.

Fui até a cozinha onde Eddie e Steve conversavam. Peguei uma garrafa d'água. Os dois me olhavam curiosos.

- Cadê a comida, Eddie?

- No meu carro. Vamos?

- Pra onde? - Perguntei confusa.

- Você vai ver.

Olhei para Steve confusa. O garoto só balançou a cabeça em confirmação pra dizer que eu deveria ir.

Então, segui Eddie até sua van. Ele abriu a porta pra mim e entrou no banco do motorista.

- Onde vamos, Eddie?

- Se eu te contar, estraga a surpresa.

Olhei para o banco de trás procurando a comida que ele tinha falado, mas não encontrei nada. Inclusive, seu carro estava uma bagunça. Tinham latinhas de bebida jogadas, alguns pacotinhos de erva, roupas sujas, e mais um monte de coisa que eu nem me atrevi a olhar.

No rádio, tocava "Highway to Hell". Eddie batucava os dedos no volante de acordo com a batida da música. Sua outra mão, estava em minha coxa e ele brincava com minha meia arrastão.

- Se você rasgar essa meia, vai ter que me dar outra.

- Relaxa, princesa. - Disse rindo.

Chegamos em uma praça e ele estacionou o carro. O olhei desconfiada. O garoto tinha um sorriso travesso no rosto.

Descemos do carro e ele abriu o porta malas pegando uma cesta. O segui curiosa. Eddie forrou a grama com uma toalha e se sentou.

- O que é isso? - Perguntei me sentando também.

- Bom, temos bolo, pão com pasta de amendoim, leite e suco de uva. - Disse tirando algumas coisas de dentro da cesta. - O que vai querer?

- Você é cheio de surpresas, Munson. - Ri. - Quero o bolo.

Ele me entregou sorrindo e continuou me olhando pra ver minha reação.

- O que achou?

- Isso aqui tá muito bom. Onde comprou? - Perguntei de boca cheia.

- Fui eu quem fiz. - Sorriu.

- Espera aí, você? Edward Munson fez um bolo?

- É. Ficou bom mesmo?

- Divino. Eu amei. Não sabia que você tinha talentos culinários.

- Eu sou cheio de surpresas. - Riu.

- Nunca tinha reparado em como essa praça é bonita. Por que me trouxe pra cá?

- Queria passar um tempo contigo. Eu sei que não tá sendo fácil não se lembrar de tanta coisa e quando se lembrar, ser tudo de uma vez.

- É, acho que foi um mecanismo de defesa do meu corpo pra não sofrer tanto. Não se lembrar de tudo parece uma boa opção.

Ficamos em silêncio agradável por um tempo. Só aproveitando a brisa suave e a comida que Eddie com certeza não fez. Mas pra que acabar com a graça da coisa, não é?

- Você é linda. - Disse de repente.

- Obrigada. - Sorri.

- Fica mais bonita sem maquiagem. Sabia disso?

- Era pra eu encarar isso como um elogio?

- Era. - Riu.

- Não me bajula tanto, Munson. Eu sei que tô cheia de olheiras.

- Isso é porque você tá virando uma vampira. E eu te avisei.

Rimos e ficamos conversando por um tempo. Quando olhei no relógio, já eram 11:02. Eu tinha comido tanta coisa que nem conseguiria almoçar. Então, não precisávamos nos preocupar com horário. Só aproveitaríamos o momento.

Me deitei no forro e fiquei admirando as nuvens. Eddie se deitou do meu lado e apontou para algumas delas dizendo o que pareciam.

- Aquela parece um dragão.

- Não mesmo. Onde é que você tá vendo dragão ali, Eddie?

- Ali o fucinho dele.

- Fucinho? - Ri.

- É ué. Não zoa o meu vocabulário.

Fechei os olhos e gargalhei, arrancando um sorriso de Eddie também. Em um movimento aleatório, virei a cabeça para o lado e vi um homem nos observando.

O olhei bem e a figura se parecia com meu pai. De imediato, me sentei para olhar direito. Eddie também se sentou e me olhou preocupado.

- O que foi, princesa? - Perguntou colocando meu cabelo para trás da orelha.

O homem desapareceu entre as árvores. Eu não podia falar que era ele se eu não sabia mesmo.

- Nada. Só achei que tinha visto algo.

- Tudo bem mesmo? - Perguntou acariciando minha coxa.

- Sim, relaxa. - Respondi com um sorriso simpático.

- Olha, eu acho melhor você acabar com essa comida logo. Porque ninguém vai comer ela lá em casa.

- Você é quem pensa. Mais tarde eu passo lá pra terminar isso aqui. - Ri.

- Vou cobrar.

- Pode cobrar. - Disse me aproximando de seu rosto.

Eddie me puxou pelo rosto para um beijo carinhoso. O garoto me deitou cuidadosamente no forro de novo. Coloquei minhas mãos em seu pescoço, fazendo um carinho ali.

Ele estava por cima de mim. Uma das mãos se apoiando no chão, e a outra em meus cabelos.

Até que ele separou nossas bocas e encheu meu rosto de pequenos beijos por todo lado, fazendo cosquinhas.

- Para Eddie. - Disse rindo.

Então, ele colou nossos lábios novamente e voltou a me beijar. Dei um impulso, trocando as posições e caindo em cima dele.

Separei o beijo novamente e o olhei sorrindo. O garoto abraçou minha cintura, sorrindo também.

- Eu te amo, Harrington.

- Também te amo, Munson.

O garoto me deu mais um beijo longo. Eu podia sentir ele sorrindo entre meus lábios.

Terminei o beijo com três selinhos e saí de cima dele, voltando a olhar as nuvens. Ele me abraçou e eu fiz carinho em seus cabelos.

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capítulo fofo pra recompensar o de ontem <3

eu quero ter o que eles tem😞

me and your mamaOnde histórias criam vida. Descubra agora