Estava na frente da empresa do meu pai, minhas mãos suavam e eu estava tensa, passo pela porta.
— Quanto tempo, Elizabeth!— a recepcionista diz, fazia anos que ela trabalhava ali e me viu crescer.
— Pois é, está tomando água da fonte da juventude?— pergunto e ela ri.
— O que veio fazer aqui? Ouvi dizer que seus pais estão em uma viagem de negócios.
— Eles estão, mas vim buscar um documento que meu pai pediu na sala dele— minto.
— Tudo bem, só um minuto!— ela diz mexendo em alguma coisa e me entrega uma chave— Seu pai reservou uma chave comigo se algo acontecesse.
— Você é um anjo!— digo me afastando e sorrindo para a mesma que também sorri.
Caminho até o elevador e entro no mesmo, coloco o andar da sala do meu pai e espero para chegar lá. Parecia que o tempo nunca passava.
Assim que o elevador se abre eu saio rapidamente e caminho em passos rápidos até a sala do meu pai, abro com a chave e fecho as persianas que haviam ali e tranco a porta. Encaro a sala com decoração preta e cinza, móveis caríssimos e o cheiro de ouro importado.
Começo a revirar a mesa onde ficava o computador alguns documentos nas gavetas, nem sabia o que estava procurando, mas saberia assim que achasse.
— Eu sei que você está escondendo alguma coisa!— digo enquanto olhava a sala e observava na onde poderia olhar.
[...]
Não sei quanto tempo estava revirando aquela sala, talvez aproximadamente uma hora ou mais?
Sem querer acabo batendo na mesa e escuto algo cair, olho para o chão e vejo uma chave prata caída. Caminho até ela e me abaixo, vejo que ela havia caído, me deito no chão e ligo o flash do celular, vejo que na parte de baixo da gaveta havia um suporte estranho, parecia ser sido feito planejado para aquilo. Pego a chave e encaixo no local, coube perfeitamente.
— O que você está escondendo, papai?— digo irônica e olho para a chave, saio de baixo da mesa e encaro o cômodo.
Observo um móvel planejado que era cumprindo, onde ficava bebidas alcoólicas e diversos tipos de café expressos, em um pequeno canto dela havia uma espécie de guarda bebidas, mas tinha fechadura.
Por que trancar algo que coloca bebida alcoólica? Não é mais fácil fazer isso com documentos de extrema importância? Caminho até o móvel e coloco a chave na fechadura, coube perfeitamente e eu sorri vitorioso, giro e abro o local, me surpreendo quando vejo que não era bebidas que haviam ali.
— Que porra é essa?— vejo duas caixas de madeira, pretas e com diversos detalhes bem trabalhados, pego as tais e me sento na cadeira de meu pai.
Abro a caixa e havia um papel que tampava o que estava ali, o tiro rapidamente e me deparo com diversas fotos. Meus olhos enchem de lágrima ao ver que Joanne não foi a única do meu pai.
Havia uma mulher ruiva e linda, olhos extremamente claros e corpo repleto de curvas, meu pai segurava sua cintura enquanto ela segurava um bolo de aniversário em sua mão, com velas que sinalizavam que ela estava fazendo 25 anos, tinha uma data no canto da foto, 15/04/2004.
Ele não parou de trair minha mãe mesmo depois do meu nascimento, eu estava com dois anos quando essa foto foi tirada, ele tinha um filho que não assumiu por aí e continuava a trair minha mãe, lágrimas quentes escorriam em meu rosto e minhas mãos tremiam.
— Seu filho da puta!— o xingo, observo outras fotos com a mesma moça, aquela caixa só havia fotos dele e daquela moça.
Eu estava uma pilha de nervos e estava com a impressão que a qualquer momento poderia surtar e colocar fogo nele. Com muito custo pego a outra caixa e a abro, era a mesma coisa, um papel tampava e eu o tiro com ódio, mas sinto repulsa pelo o que vejo.
Era fotos da mesma moça, mas tiradas enquanto tinham relações sexuais, eu sinto uma grande vontade de vomitar, coloco a caixa na mesa e corro para o cesto de lixo, vomitando o pouco que havia comido.
— Maldito!— limpo minha boca e me levanto, tento me recompor e começo a arrumar a sala e deixar tudo em seu devido lugar, para que ninguém desconfiasse que eu ou alguém havia revirado esse local.
Pego as duas caixas e coloco dentro de minha bolsa, guardo a chave no lugar onde estava, tento me recompor e não deixar claro que chorei e vomitei de nojo do meu pai, saio da sala.
— Obrigada!— digo entregando a chave para a mulher simpática.
— Imagina, Eliza. Boa noite!
— Pra você também!— forço com sorriso e saio da empresa, assim que entro em meu carro soco o volante sem parar, mordo meu braço para tampar a vontade de gritar, porque não poderia já que estou em um lugar onde pessoas passam a todo momento.
Ligo o carro e o acelero o máximo que posso, precisava passar na farmácia comprar alguns remédios. O caminho que normalmente eu fazia em vinte minutos eu fiz em cinco, sei que isso gerou bastante pontos em minha carteira, mas eu realmente não ligo!
Caminho pelos corredores da farmácia procurando os remédios que eu costumava usar, passo na parte de cuidados com os cabelos e por algum motivo paro e observo, olho uma tinta castanho escuro, mil coisas se passavam em minha cabeça.
Minha vida inteira tive cabelo claro, ou meu loiro natural ou a descolocarão que faço atualmente, pego a caixa e a encaro.
— Viva a nova Elizabeth— digo baixo e para mim mesma, coloco duas caixinhas de tinta castanho escuro na cesta que carregava em meu braço.
Pego tudo que tinha que pegar e vou até o caixa que havia uma mulher de uns quarenta anos trabalhando.
Ela começa a passar as coisas e eu olho a farmácia, encaro os cigarros que estavam expostos ali.
— Me vê um Marlboro vermelho e um isqueiro!— aponto e a mulher pega uma caixa e um isqueiro vermelho também, ela passa juntamente com as outras coisas.
Pago e saio dali, entro no carro e dirijo até em casa. Chegando lá guardo o carro na garagem e carrego as coisas até meu quarto, jogo tudo que havia comprado em cima da cama e pego as duas caixas de tinta, cigarro e isqueiro.
Vou até o banheiro e coloco tudo isso na pia, encaro meus cabelos loiros em frente ao espelho, vejo o quanto estou acabada e com aparência de doente, suspiro e começo ler as informações da tinta.
Preparo os dois tubos de uma vez, melhor sobrar do que faltar, acendo um cigarro e o trago, começo a tossir sem parar pela nicotina extremamente forte em minha garganta sensível.
Começo a passar a tinta no cabelo com cuidado.
— Agora não tem mais volta!— digo passando a tinta e tragando o cigarro e tossindo algumas vezes.
Passo a tinta em meu cabelo todo entre vários cigarros acendidos e tragados, encarava aquilo em meu cabelo e pensava como iria ficar quando desse o tempo de ação. Noto minhas sobrancelhas loiras, elas não poderiam ficar assim, passo o resto de tinta que havia sobrado nelas.
— Que merda você está fazendo da sua vida, Elizabeth McKenzie?— pergunto a mim mesma e trago o cigarro, jogo o resto do mesmo no vaso e dou descarga.
Assim que deu o tempo de ação do produto lavei meus cabelos e meu rosto, não me olhei no espero, segui reto para minha cama e coloquei todos os remédios em minha mesa de cabeceira, tomei um para dormir com o auxílio de uma água e me ajeito em minha cama.
▙▚▚▚▚▚▚▚▚▚▚▚▚▚▚▚▚▜
tô com saudades do pessoal, cadê o Brunão?
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𝐂𝐫𝐢𝐦𝐢𝐧𝐚𝐥, 𝗝𝗮𝗰𝗼𝗯 𝗗𝗮𝘆
Fanfic"Mas mamãe, estou apaixonada por um criminoso, não é um amor racional, é físico. Mamãe, por favor não chore, eu ficarei bem, pondo toda a razão de lado, eu simplesmente não posso negar... eu amo aquele cara!" Inspirada na música: 𝑪𝒓𝒊𝒎𝒊𝒏𝒂𝒍- �...