Cap 38- 𝐂𝐫𝐢𝐦𝐢𝐧𝐚𝐥

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Caminho em direção ao meu pai que estava sentado em um banco de uma praça distante de nossa casa, olho para os lados para ter certeza que ninguém estava atrás de mim.

— Por que fez isso?— meu pai pergunta com face decepcionada— Você tinha tudo!

Olho bem em seus olhos e nego com a cabeça, firmo meu corpo.

— Você também tinha tudo, pai! Mas mesmo assim estragou nossa família, o sujo falando do mal lavado.

— Eu sei que errei, errei feio mas você assaltou uma joalheria. Minha filha, você é bilionária, pra que isso?

— Você nunca me entenderia— digo e ele concorda com a cabeça.

— Há coisas que realmente não tem como entendermos.

— Por que me chamou aqui?— pergunto arrumando a touca em meu cabelo e tentando deixar meu rosto o menos visível possível.

— Porque eu quero te ajudar, quero te ajudar a sair dessa.

— Querendo se redimir? Arrependimento?

— Só quero que minha filha consiga viver uma vida tranquila, não vendo o sol nascer quadrado por anos e anos, eu quero te livrar dessa!

— Virou Deus?— pergunto e ele se irrita.

— Mesmo com as merdas que eu fiz eu continuo sendo seu pai!— diz apontando o dedo na minha cara mas logo o abaixa— Só preciso que fique o mais longe possível que de resto cuido eu.

— Como vai fazer isso?— pergunto intrigada.

— Somos ricos. Temos privilégios e pessoas em nosso lado— ele olha a sua volta e respira fundo, ele coloca sua mão em cima da minha, penso em recuar mas permaneço sem me mexer— Agora você precisa ir!

— Irei me encarregar que sua mãe nunca saberá disso, ou fazer o possível para que isso não aconteça, vou fazer essas acusações sumam como se nunca tivessem existido.

— Obrigada... por isso— digo meio sem jeito e com um clima estranho.

— Seu... seu amigo ou sei lá o que está te esperando, vá e deixe eu cuidando de tudo— me levanto mas ele me segura— Mas antes queria te pedir uma coisa!

— Pode falar.

— Posso te dar um abraço?— ele se levanta, concordo com a cabeça e ele sorri aliviado, vem até mim e me abraça com intensidade, coloco minhas mãos em suas costas levemente e deito minha cabeça em seu peito— Minha menina, promete que vai se cuidar?

— Vou tentar— me separo dele— Obrigada.

Desvio meu olhar dos olhos claros do homem, idênticos aos meus, me lembro que todos diziam que nossos olhos eram os mesmos. Começo a caminhar em direção ao Machine que me aguardava dentro do carro.

Antes que entrasse encaro meu pai há uns metros de distância de mim, ele me olhava com os olhos lagrimejados e com as mãos no bolso da calça jeans.

— Eu te amo!— deixo escapar dos meus lábios, ele sorri largo e lágrimas escorrem em seu rosto.

— Eu também te amo, boneca. Te amo muito!— diz e eu sorrio meio desajeitada, sem mais enrolações entro no carro e Gun me olha com cuidado.

— Tudo bem?— concordo com a cabeça e limpo a lágrima que havia escorrido.

— Precisamos ir na casa do pessoal, me deixe lá! Pelo menos lá ninguém irá me achar até meu pai ajeitar as coisas.

— Ele vai te ajudar?

𝐂𝐫𝐢𝐦𝐢𝐧𝐚𝐥, 𝗝𝗮𝗰𝗼𝗯 𝗗𝗮𝘆Onde histórias criam vida. Descubra agora