Cap 1- 𝐒𝐮𝐩𝐞𝐫𝐟𝐢𝐜𝐢𝐚𝐥

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— Escutou algo que eu disse, Elizabeth?— meu pai sussurra em meu ouvido para seus colegas de trabalho não o escutarem.

— Claro!— arrumo minha postura e vejo que sua cara não estava nada agradável, para ser sincera nem sabia do que eles estavam falando, só estava sendo obrigada a ficar no meio para meu pai exibir sua bela e única filha.

Vejo meu namorado se aproximar de mim, ele pega em meu braço e me afastar do grupo onde eu estava com meu pai.

— Você pode tentar sorrir pelo menos uma vez?— ele diz em um tom irritado— É constrangedor, parece que você está em um funeral!

Desvio meu olhar para o chão e não digo sequer uma palavra.

— Por quê não deixa a gente ver seu lindo rostinho!— ele continua e eu o ignoro, sinto suas mãos apertarem minha bochecha com certa força e ele puxar meu rosto para mim o encara-lo.

— Eu estou falando com você!— rosnou— Me olhe no rosto e não me desrespeite!

Tiro suas mãos de meu rosto com brutalidade, não digo uma palavra e saio dali, ando com passos rápidos até o banheiro, que por sinal estava vazio.

Não sei por que ainda me sujeito a isso, todas essas coisas, talvez seja o medo de desapontar as pessoas que amo, Henry é alguém que eu realmente não amo, me pergunto por que eu sou tão presa aquilo que me faz mal, eu simplesmente não consigo sair da prisão que me mantém aprisionada, e os carcereiros são o império da minha família.

Olho meu reflexo no espelho e enxugo uma lágrima solitária que descia sob minhas bochechas, respiro fundo e passo meu perfume.

Desde pequena sou controlada e não há nada e nem ninguém que consiga me tirar desse tormento, as vezes queria poder sair sem rumo, só ir pra onde meu coração mandar, sem hora para voltar.

Dou uma leve arrumada em meu cabelo e volto para o salão, perdida em meus pensamentos corro meu olhar para a multidão, mas algo em específico chama minha atenção, vejo Henry e uma moça quase se beijando.

Suspiro pesado e sinto a raiva tomar conta de mim, se ele tem coragem de fazer isso quando estou no mesmo local, não quero nem saber o que ele faz quando não estou por perto. Caminho em passos pesados para perto dos dois e os encaro.

— Então parece que você não está trabalhando nas ruas hoje!— digo a mulher que me olha com cara de nojo, vejo Henry se tomar de raiva e travar o maxilar.

— Me desculpa!— ele diz a moça e olha para mim— O que há de errado com você?

Ele agarra forte em um dos meus braços e me arrasta para fora do salão da festa, abre a grande porta de entrada e me puxa para fora, me fazendo tropeçar em um dos degraus.

— Como você ousa me desrespeitar assim?— ele grita e continua a apertar meu braço— Quem você pensa que é? Com quem acha que você está falando?

— Henr...— sou interrompida com um tapa estalado em meu rosto, gemo de dor e sinto minha bochecha ferver e uma gritaria começar.

Vejo um homem extremamente alto entrar em minha frente e desferir um soco em cheio na cara de Henry que cai no chão gemendo de dor, o homem misterioso continua a bater nele mesmo no chão, eu observo a cena sem reação alguma.

Ele finalmente sai de cima do homem que já estava quase inconsciente no chão.

— Isso é pra você aprender a nunca mais encostar um dedo em nenhuma mulher!— ele diz e chuta o estômago do homem que grita de dor.

Ele arruma seus cabelos pretos como carvão que tampavam seus olhos, pude ver que seus olhos eram azuis claro e encantadores, ele arruma sua jaqueta de couro e me olha de cima a baixo.

𝐂𝐫𝐢𝐦𝐢𝐧𝐚𝐥, 𝗝𝗮𝗰𝗼𝗯 𝗗𝗮𝘆Onde histórias criam vida. Descubra agora